Da Redação — Será no próximo dia 18 o julgamento do Processo Administrativo Disciplinar contra a 2ª promotora Valéria Andréa Ferreira de Lima, de Olímpia, no Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça, no Auditório “Tilene Almeida de Morais”, sede do Ministério Público do Estado de São Paulo.

Como se sabe, e foi amplamente divulgado neste Diário e na mídia estadual, a promotora, pelas redes sociais, teria ofendido assistentes do Ministério Público. Na publicação de novembro do ano passado, ela se referiu aos profissionais como “legião de frustrados que ganham mal” e comentou que “com o tempo, analistas serão um problema”e “tem que passar longe da aprovação”.

Foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, seção do Ministério Público, ontem (4), o seguinte aviso do Procurador-Geral de Justiça:

Avisos de 03/05/2016

nº 194/16 – PGJ

O PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA AVISA aos Senhores Membros do Egrégio Órgão Especial do Colégio de Procuradores de Justiça que, será realizada REUNIÃO EXTRAORDINÁRIA, às 14:00 (catorze) horas, do dia 18 (dezoito) de maio de 2016, no Auditório “Tilene Almeida de Morais”, no prédio sede do Ministério Público do Estado de São Paulo, localizado na Rua Riachuelo, 115, 9º andar, sala 903, para julgamento da seguinte ORDEM DO DIA: “Debates e Julgamento do PADS nº 13/2014”.

ENTENDA O CASO

A mensagem que causou indignação de funcionários do MP nas redes sociais, atribuída à promotora de Olímpia, foi postada em um grupo restrito do Facebook, mas logo foi espalhada pela internet. “Complicado trabalhar com estes analistas. A pessoa entra às 9h e até às 13h30min faz dois processos digitais. Dois. Aí, você entrega um processo mais complexo e leva um, dois dias para finalizar manifestação de meia lauda. E depois querem passar em concurso. Tem que passar longe da aprovação. Com o tempo, esses analistas serão um problema, uma legião de frustrados que ganham pouco  e que se acham muito. Socorro!!!”, dizia a publicação.

A mensagem, que no dia da postagem arrancou apoio de outros 12 amigos na rede social, vazou do grupo e chegou aos analistas. Houve manifestações contra a promotora em todo o Estado.

Além das testemunhas de acusação, a Comissão ouviu depoimentos de testemunhas de defesa e da própria promotora. Os dados são todos mantidos em sigilo.

O cargo de assistente da promotoria é ocupado por concursados exclusivos para advogados, que trabalham no suporte ao trabalho dos promotores. O salário destes profissionais é de, inicialmente, cerca de R$ 7 mil. Já o de um promotor é de R$ 22 mil, o que teria justificado o comentário sobre salários.

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