Por Ivanaldo Mendonça — Às vésperas das eleições que definirão os rumos do Brasil parece-nos necessário, mais que discorrer sobre candidatos, partidos e propostas, focarmos o eleitor enquanto cumpridor de seus deveres, entre eles, o dever do voto.

Entre as principais causas do fracasso humano está a imprudência. Ela provoca acidentes fatais, compromete a execução de excelentes projetos, sabota sonhos justos e nobres. Angústia e sofrimento aumentam ainda mais quando, mesmo seguindo rigidamente os passos lógicos, abraça-se a derrota e a desilusão, restando a impressão de que os esforços investidos foram em vão. Prezaste pela prudência? Permita-se refletir.

Prudência é muito mais que cuidado e cautela. Ser prudente significa, considerar, além do objtivo a ser atingido, a forma correta de proceder, o como se faz. A virtude da prudência permite que administremo-nos, adequadamente, a nós mesmos, e o que está à nossa volta. Agir bem supõe fazer as coisas do jeito certo, por uma decissão correta e não simplesmente por impulso, medo, emoção ou pressa.

Vou estudar ou passear? Depende da hora! Na hora de estudar, estudar; na hora de passear, passear. A prudência nos ajuda a compreender essas coisas. Seu lema é: fazer o que é certo, na hora certa, do jeito certo. Três elementos básicos compõe a ação prudente: retidão, intelecção e ação.

Retidão é a capacidade de abertura, acolhida e escuta atenta. Exige liberdade em relação à pré-conceitos e pré-julgamentos; é uma atitude silenciosa, processada no íntimo de nós. Tantas vezes é acompanhada pelo espanto e assombro, reação considerada pelos filósofos, essencial no processo de obtenção do conhecimento, pois desconstrói para reconstruir, sobre alicerces mais fortes.

A intelecção, ato de entender, refere-se ao pensar orientado pelo bom senso, num primeiro momento, contemplativa e silenciosa, abre espaço, num segundo momento, à crítica, promovendo questionamentos necessários e saudáveis. A ação, filha bem gerada, diz respeito àquilo que, de fato, deve ser feito.

Prudência se cultiva! A conseqüência desse processo possibilita que os objetivos sejam atingidos com eficiência e eficácia. Importante também quando percebemos que o caminho seguido não levará ao êxito, tendo assim, a possibilidade de refazer o percurso de maneira correta.

Sêneca ensina: “O homem vive preocupado em viver muito e não em viver bem”. Tomás de Aquino ensina: “viver bem é agir bem”. A contribuição dos filósofos é valiosa. Só existe uma maneira de viver bem: agir bem.

Façamos da prudência um hábito na arte do bem viver. Ela é a mãe de todas as virtudes. Em tempos conturbados, a prudência é excelente companheira diante do exercício do voto. Agir bem é votar bem! 

Ivanaldo Mendonça

Pós-graduado em Psicologia, Coaching

ivanpsicol@hotmail.com