Por Ivanaldo Mendonça — A tentativa de solucionar problemas torna-os ainda maiores, sobretudo, quando a boa intenção e o desejo de colaborar cedem lugar ao mau hábito de falar de pessoas e de coisas. Desviamos o foco da questão, concentrando energia em elementos pessoais: eu…, fulano falou…, se não fosse cicrano…, beltrano fala e não faz. Ou, ao invés de investirmos na busca pela solução, detemo-nos a falar de coisas: viu o que comprei… o meu é mais bonito…. quero ter um maior…

Na efervescência da evolução, não sabermos refletir, analisar, discutir e falar sobre idéias; perdemo-nos falando de pessoas e de coisas. As conseqüências? Pessoas perdidas, amizades rompidas, lares destruídos, empresas falidas, instituições corrompidas. Há quem sobreviva como porta-voz da discórdia, da maledicência, do disse que me disse, agindo às escondidas, como representantes de “sujeito oculto” e “sujeito indeterminado”.

Quem quer ser melhor e fazer melhor deve exercitar o saudável hábito de distinguir entre idéias, coisas e pessoas. A busca pela superação de um problema ou conflito jamais será alcançada se nos detivermos em coisas e pessoas; concentremos nossos esforços falando sobre idéias que colaborem para o alcance do objetivo comum.

José foi transferido de projeto na empresa. No primeiro dia, disse ao chefe: – O Senhor nem imagina o que aconteceu. Disseram que o João…” O chefe interrompeu: – O que vai me contar já passou pelas três peneiras? – Peneiras? Que peneiras chefe? – A primeira é a da Verdade Tem certeza de que esse fato é absolutamente verdadeiro? – Não. – A segunda peneira é a da Bondade. O que você vai contar, gostaria que outros dissessem sobre você? – Nem pensar! – A terceira peneira é a da Necessidade. Acha mesmo necessário contar-me esse fato ou passá-lo adiante? – Não chefe.

– Já pensou como as pessoas seriam mais felizes se todos usassem essas peneiras no seu dia-a-dia? Da próxima vez que surgir um boato, submeta-o ao crivo das três peneiras antes de passá-lo adiante, disse o chefe, sorrindo.

Esta proposta de reflexão é oportuna a quem hoje quer ser melhor e fazer melhor que ontem e, amanhã, quer ser melhor e fazer melhor que hoje. Quem assume o desafio deste nobre propósito aprende a distinguir e discernir entre idéias, coisas e pessoas; abandonando a mediocridade e o senso comum marcha rumo à sabedoria e excelência.

Pessoas medíocres falam sobre pessoas.

Pessoas comuns falam sobre coisas.

Pessoas sábias e inteligentes falam sobre idéias.

Ivanaldo Mendonça

Padre, Pós-graduado em Psicologia

ivanpsicol@hotmail.com