selo-ivanaldo.jpgPor Ivanaldo Mendonça — O crescente nível de angustia e desespero que toma posse das pessoas, permite que os problemas invadam mentes e corações, afetando das relações familiares ao convívio social. Cada vez mais se sabe menos o que fazer. Não raramente somos envolvidos, direta ou indiretamente, por situações dessa natureza. Após descobrir que o namorado usava drogas, tentando ajudá-lo através dos caminhos mais indicados (diálogo, orientação especializada e internação clínica), sem êxito, se desesperara. Buscando ajuda foi-lhe proposto buscar resposta para três perguntas.

A primeira pergunta: Você está em condições de colaborar na solução do problema? Abatida física e emocionalmente, emagrecera, dormia pouco, chorava muito. Movidos por boa intenção, dispomo-no a colaborar na superação de problemas alheios sem perceber que não estamos em condições; tantas vezes o sofrimento fere-nos mais profundamente que ao outro; geralmente, o outro sequer enxerga o problema. Ela respondeu: naquele momento, estava sem condições de ajudar a quem quer que fosse.

A segunda pergunta: A solução deste problema está, necessariamente, em suas mãos? Tendemos a pensar que a solução para o problema do outro está em nossas mãos. Assim como não era a razão pela qual o namorado usava drogas, ela também não seria a razão pela qual ele deixaria de usar. Nosso auxílio, mesmo quando acolhido, não é garantia de solução. Ela sofria, obrigando-se a encontrar solução para algo que dependia exclusivamente do namorado.

A terceira pergunta: Você o ama a ponto de doar sua própria vida por ele? É preciso investigar o ‘quanto’ amamos as causas e pessoas as quais nos dispomos ajudar. Se a resposta for sim: mesmo sem condições, cientes de que a solução não está em nossas mãos, o amor investido nos manterá firmes até quando for possível. Assim são as mães que, por amar seus filhos acima de tudo, mesmo sem possibilidades lógicas, acreditam na mudança. Se a resposta for não: quando não amamos as causas e as pessoas envolvidas mais que a nós mesmos, o caminho é rever e mudar a postura, buscando o lugar e a forma mais adequada de colaborar, conosco e com os outros.

Respondendo com maturidade, a jovem dispôs-se a encontrar forças para seguir adiante, fiel a seus propósitos mais nobres. Embora doloroso, é absolutamente necessário, diante de situações-problema, travar o saudável combate com as perguntas  fundamentais: Estou em condições? A solução está em minhas mãos? Amo acima de todas as coisas a ponto de entregar minha própria vida? As respostas definirão o rumo de nossa história.

Ivanaldo Mendonça

Padre, Pós-graduado em Psicologia

ivanpsicol@hotmail.com