O prefeito Fernando Cunha fechou questão a respeito da crise estadual que atinge os Hemocentros no Estado de São Paulo e, por tabela, o de Olímpia também:”Se for para investir R$ 24 mil para pagar por dois procedimentos mensais que a Santa Casa utiliza, prefiro instalar um Centro de Hemodiálise naquele local, inclusive já sinalizado como viável por Barretos”, disse, em entrevista exclusiva ao Diário na tarde desta quinta (5).

Na manhã de hoje, o Diário ouviu, e transmitiu ‘ao vivo’ nas redes sociais, também com exclusividade, ambos os lados da questão (um boato que um colunista espalhou nas redes sociais, sem conferir os fatos) de que o hemocentro poderá fechar. Sim, poderá fechar. É uma crise estadual, conforme atestaram o diretor da Unidade, médico Tássio José Domingues de Carvalho Silva, e a provedora da Santa Casa de Misericórdia, Luzia Contim, ao Diário (confira abaixo).

CENTRO DE HEMODIÁLISE, NO LUGAR

“A primeira preocupação é ter sangue para o nosso hospital, e vai ter sangue, é uma garantia legal do governo federal e estadual, mas não na forma de boatos exagerados, quem solta um boato de que vamos ficar sem sangue é irresponsável. O hemocentro está há 20 anos em Olímpia, sustentando pelos governos, e agora inventaram que precisam, do município, de 24 mil mensais. Vamos pagar 24 mil para dois exames de sangue por dia, já que o estoque de sangue é obrigatório?”, disse Cunha.

Ao Diário, revelou: “Temos dois laboratórios completos para fazer essa análise do sangue, sem gastarmos R$ 24 mil mensais, que é obrigação do Estado. Em segundo lugar, eu prefiro construir, naquele local, um centro de hemodiálise e, com o laboratório que temos, faremos a nossa Agência Transfusional, ainda ao lado da Santa Casa, não tem como gastar sem necessidade”.

“Se fosse uma contribuição de R$ 4 mil ou 5 mil, a gente dá um jeito, mas R$ 24 mil não tem conversa. Sou contra gastar dinheiro da cidade, onde não há necessidade”, disse o prefeito, acrescentando que “já temos tratativas com o Hospital do Câncer de Barretos, que se interessou no Centro de Hemodiálise e nos auxiliar na Agência Transfusional”.

O município possui dois laboratórios, com funcionários trabalhando 24 horas, como é o caso de uma unidade na UPA e outra no Postão (ARE), ou montar um deles, do Postão, no prédio onde é hoje o Hemocentro. “Já temos mão de obra, e com assistência técnica do Hospital do Câncer de Barretos, a Santa Casa não está pagando conta de energia para a CPFL, oxigênio…”

“PARECE QUE O DAEMO NÃO É DE OLÍMPIA”

Nesse ponto, o Diário interrompe o prefeito e diz que a Santa Casa corre o risco de ter bens penhorados para pagar protesto que a autarquia Daemo Ambiental registrou contra a Santa Casa, no valor de R$ 38 mil (sem contar um débito de R$ 104 mil desde 2011). O prefeito se irrita:

“É uma tremenda bobagem o Daemo cobrar água da Santa Casa. Já mandei parar com isso. Parece que o Daemo não é da cidade, não tem cabimento, o Daemo foi construído com dinheiro dos olimpienses, o Daemo é uma empresa à parte?, não… é do município, todos estamos ajudando a Santa Casa e o Daemo vai lá e protesta o hospital? Não tem cabimento”.

Questionado se não seria fácil resolver com um projeto de lei, Fernando esclareceu: “Eles tem que me mandar a solução, não depende de mim, a provedora vem trabalhando duro, e eu vou corrigir isso, não vou admitir. Já pedi para um vereador entrar com esse projeto”.

ROMBO MENSAL DA SANTA CASA

Fernando Cunha esclarece que não tem como ‘sangrar’ mais a Santa Casa, que vive de doações e recursos governamentais. Ele mesmo dobrou o que a Prefeitura vinha pagando para que a provedoria honrasse compromissos com funcionários.

“Não tem como aumentar a despesa e diminuir a receita, isso é irracional, não vai faltar sangue, isso nós garantimos, e os governos também. Agora, manter um prédio que não é prioridade, nem pensar”, conclui o prefeito de Olímpia.

A VERSÃO DO HEMOCENTRO

O Diário procurou o diretor do Hemocentro, o médico Tássio José Domingues de Carvalho Silva, que abordou a questão:

O QUE DIZ A SANTA CASA

E na sequência, a provedora da Santa Casa, Luzia Contim: