O talento dos baianos promete encantar o público do 54º Festival do Folclore da Estância Turística de Olímpia, evento que acontece de 4 a 12 de agosto. O Coletivo Candace de Danças Populares Contemporâneas, da cidade de Salvador, Estado da Bahia, estará pela primeira vez na Capital Nacional do Folclore trazendo as manifestações baianas e representado o Estado.

Em seu espetáculo, o Candace representa a Festa de Santa Bárbara e a Festa de Iemanjá. O grupo é constituído por dançarinos intérpretes criadores, denominados DICs, todos eles Licenciados e Mestres em Dança da Universidade Federal da Bahia, sob a direção e concepção de Rita Rodrigues, Mestra em Artes Cênicas pelo Programa de Pós-Graduação (Teatro e Dança) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O Coletivo surge a partir da experiência de aprendizagem e criação alcançada através do Programa de Iniciação a Docência (PIBID/CAPES/UFBA), coordenado por Virginia Maria Suzart Rocha.

“Nosso trabalho traduz a dança africana presente nas manifestações culturais baianas, tendo como enfoque a Festa de Santa Bárbara e a Festa de Iemanjá.  Sua abordagem destaca a representatividade da dança popular no tempo e espaço em que elas acontecem”, explica a diretora Rita Rodrigues.

De acordo com ela, em 4 de dezembro, a Festa Vermelha e Branca abre o ciclo de festas populares baiana.  O corpo festivo pulsa nos ritos ocorrentes na Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, na corporação dos bombeiros e no Mercado de Santa Bárbara. Esses ritos são ligados entre si pelo cortejo de procissão de Santa Bárbara que atravessa ruas, becos e vielas levando a multidão pelo Centro Histórico da cidade soteropolitana.

A cultura dos terreiros resiste o tempo e temporalidades e transborda atravessando o corpo negro que se manifesta demarcando traços lendários e signos representativos entre danças, cânticos e ritmos. Tem como destaque a presença marcante da mulher negra nas homenagens à divindade Santa Bárbara católica cristã e à divindade dos ventos Iansã-Oyá, ancestralidade da religiosidade africano-brasileira.

Já em 2 de fevereiro, a Festa Azul e Branca fecha as portas do ciclo de festas populares soteropolitano.  A beira mar, no sítio do Rio Vermelho, a representatividade do povo de santo manifesta a sua cultura, entoando cânticos, ritmos, roda de capoeira e danças afro-baianas em homenagem à divindade das águas salgadas, Iemanjá.  Na paisagem colorida, a presença de pescadores no rito de organização e entrega dos presentes à divindade das águas salgadas, Iemanjá, é uma constante, os pescadores permanecem sendo figuras importantes desde o nascedouro nessa festividade popular afro-baiana.