Por Caia Piton — Olímpia viveu vários ciclos com promessas pujantes de sucesso, que acabaram perdidas, mais pela falta de cultura e conhecimento, do que pela falta de oportunidades.

Nosso segundo prefeito foi Geremia Lunardelli, o Rei do Café, que cresceu e preferiu radicar-se fora daqui, afinal, mais fácil ir pra capital do que tentar virar uma capital.

Nos vinte anos da perda de José Santana, temos nele, mesmo que tímida, a ideia de que para ser é preciso “ter alma”. Afinal é dele o lema “Olímpia, Capital Nacional do Folclore”.

Passamos do café para a laranja, que hoje tem seu cartel estabelecido na Inglaterra, terra que ‘Bebedourenses’ optaram por ter como domicílio.

A cana, bom, a cana é um capítulo à parte, mas para o grosso da população a mecanização da colheita restringiu a pobreza até então gerada ao pagamento de interessantes impostos ao município e só.

E agora, vivemos o “ciclo do turismo”, isto, por enquanto, é um equívoco. O turismo é consequência. Vivemos o ciclo da água. E como vai ela???? Chi ló sa!

É nítido que a cidade perdeu em visitantes e por certo isto será mitigado (tentarão a todo custo segurar a onda da incompetência comercial). Mas. mitigado ou não, 1,5 ou 2 milhões de pessoas precisam de pelo menos 300 milhões de litros de água só pra passar o dia (fora do parque).

O parque precisará de muita água e não tem. Aliás, depende de medidas judiciais pra funcionar. O novo poço não tem lavra, e nem, o velho. A questão não é pontual.

A licença da CETESB e a adequação às normas de realidade, como estão???? Pararam com o tempo e precederão nova catástrofe??? E os poços de água fria, também mineral, em mais de meia dúzia???? Como ficam???? Como olimpiense temos o direito de saber como vai a nossa água. Ou não, ela terá outros donos que não a Associação?

Como cidade, vivemos vários ciclos. Café, laranja, cana, turismo… Cada um, e todos eles, tiveram o seu apogeu e a sua queda. Deixaram belezas e cicatrizes. Aprendemos com tudo.

Acontece que a “menina-moca”, hoje uma senhora, conserva a nobreza eterna de um povo que não tem medo de aprender e reaprender.

Povo que sabe e aprende, cada dia mais, a arte de recomeçar.

  • Caia Piton é advogado, empresário e gestor.