Noite de terror, ameaça, desacato, destruição do patrimônio alheio, indo até à madrugada desta quarta-feira (18), através de vândalos – que a Prefeitura prefere chamar de ‘grupos isolados de jovens ‘ – em nome da defesa e da ‘busca de Justiça’ pelos fatos ocorridos na noite de domingo (15), em uma boate, que já foi fechada pelo próprio dono, onde um homem foi morto por um policial que trabalha na capital paulista, de folga, em fatos ainda a serem esclarecidos. Olímpia ficou conhecida em todo o mundo, pela imprensa afora, pelos vândalos que desfiaram o seu ódio nas ruas, garagens de ônibus, levando prejuízos para pessoas que sequer estão envolvidas com os fatos de domingo passado.

Uma das vítimas desses incêndios criminosos, em ônibus, um senhor de idade, chegou a sentar na calçada, assistindo ao seu ganha pão, o ônibus, pegar fogo. Ele clamava por socorro e se desesperou. Essa é a justiça tão clamada nas redes sociais com zoeira, bagunça e desrespeito.

De acordo com a Polícia Militar, tudo começou às 21h30 desta terça-feira (17), e terminou somente às 5h desta quarta, foram oito horas de combate às chamas. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.

O comando da PM trabalhou durante toda a noite na ocorrência e foi preciso pedir reforço para equipes de Barretos e Bebedouro.

A polícia ainda não identificou nenhum suspeito de ter participado do ato de vandalismo e vai investigar o caso.

TEM OU NÃO IMAGENS DA BOATE?

Sobre o ocorrido na boate, não se sabe se a arma disparou, o que de fato ocasionou o tiro, já que o proprietário da boate, que acabou fechando as portas no dia seguinte, dia 16, Wilton Faria, conhecido como Bicudo, entregou um aparelho DVR que grava imagens no interior da boate, mas como ele mesmo disse que estava em débito com a empresa de monitoramento, é provável que a empresa não tenha gravado, ou salvo, as imagens.

Bicudo diz que não sabe a senha do DVR e, portanto, passou o aparelho para perícia, nas mãos do delegado titular Marcelo Pupo de Paula que, por sua vez, enviou à empresa de monitoramento para que confirme se há, ou não, imagens desse fato.

A Polícia Civil continua investigando o caso. O que causou revolta é que o policial que atirou, se entregou espontaneamente, e foi liberado na mesma noite. Mas, não justifica levar o terror para toda uma cidade, causando prejuízos para quem não tem nada a ver com a vítima, conhecida como Beiço, seus parentes ou mesmo alguma ligação com o policial ou com o fato. Nada justifica o que a cidade viveu. Se quiseram intimidar, e não protestar, conseguiram, infelizmente.

NOTA OFICIAL DA PREFEITURA

“A Prefeitura da Estância Turística de Olímpia informa que, assim que tomou ciência das ameaças e atos isolados de vandalismo pela cidade, no início da noite de ontem (terça-feira), tomou as providências necessárias para reforçar a segurança da população, com atuação do efetivo da Polícia Militar e da Força Tática para evitar maiores danos, as quais foram imediatamente atendidas.

“Segundo a Polícia Militar, as ocorrências, registradas nos bairros Santa Ifigênia, Harmonia, Quinta das Aroeiras e Santa Fé, são de autoria de grupos isolados de jovens. Ao todo, 15 ônibus foram incendiados nesta madrugada, sendo 14 no pátio da empresa Bontur, que operavam na linha rural e no transporte intermunicipal, além de um ônibus particular.

“Além disso, nove veículos que estavam no pátio terceirizado da Ciretran também foram queimados, sendo 7 carros e dois caminhões. Alguns dos automóveis inclusive seriam leiloados nesta semana.

“Apesar dos ônibus atingidos não serem da linha de transporte coletivo do município, o itinerário foi suspenso na noite de terça-feira, diante da situação de ameaça. Na manhã desta quarta-feira (18), as linhas urbanas circulam normalmente, mas podem sofrer alterações em caso de necessidade.

“Os manifestantes também atearam fogo em dois banheiros químicos que eram disponibilizados pela Prefeitura à população, durante a realização da Feira Livre no bairro Santa Ifigênia.

“A Prefeitura reforça ainda que já possui recursos financeiros para implantar o videomonitoramento em pontos estratégicos da cidade e concluiu o projeto, que será enviado para a Câmara ainda este mês, para criação da Guarda Municipal com concurso previsto ainda este ano. As duas ações vão permitir o reforço da segurança pública no município”

UMA DAS VÍTIMAS DO INCÊNDIO EM ÔNIBUS

A vítima é Alessandro Ferraz, encarregado de obras, 40 anos, que compareceu ao plantão acompanhado da testemunha Carlos Alexandre de Souza, soldador, testemunha dos fatos ocorridos por volta das 23h de ontem, na rua Rodrigo Otávio Dutra Neves, no Morada Verde.

O ônibus Mercedes Benz, ano 1989, de propriedade de Ramazini Transportadora Turística Ltda., de Alessandro Ferraz, estava devidamente estacionado defronte a residência de Carlos Alexandre, quando, por volta das 23h, bateram palmas em sua casa avisando que o ônibus estava sendo consumido por chamas. Carlos correu até o veículo e viu que as chamas estavam consumindo o interior do veículo e tentou apagá-las com extintores de incêndio, mas as chamas estavam descontroladas.

Carlos observou que indivíduos desconhecidos quebraram um dos vidros laterais do veículo e atiraram um vasilhame plástico com líquido inflamável dentro do veículo, causando o incêndio. O veículo ficou com 2/3 queimados.

O Instituto de Criminalística foi requisitado para periciar o veículo. De que adianta clamar por Justiça se fazem injustiça com quem nada tem a ver com o caso?

FUNCIONÁRIO DA PREFEITURA DESACATA PM

Segundo consta, os policiais militares, sargento Haroldo, que foi vítima, e o cabo André Luiz, como testemunha, se encontravam em apoio a outras viaturas policiais, pela Avenida COnstitucionalista de 32, onde havia uma manifestação com dezenas de pessoas e que, em dado momento, vários indivíduos se aproximaram das guarnições que se encontravam no local e passaram a soltar fogos de artifício em direção às viaturas e para atingir os policiais, além de pedras.

Por esse motivo, os PMs efetuaram a ação de choque, sendo necessária a utilização de bomba de gás lacrimogênio e disparo de balas de borracha.

Daí, a ordem foi momentaneamente restabelecida, tendo alguns desses indivíduos se evadido do local, enquanto que outros permaneceram pelo local com gritos e ofensas contra os policiais.

Um deles é o funcionário público municipal Carlos Alexandre Oliveira Pereira Costa, de 33 anos, que estava xingando os policiais. Os policiais foram até ele para efetuarem uma abordagem, quando então ele não permitiu que fosse abordado, desobedecendo os policiais e ao receber voz de prisão, ele resistiu, sendo necessário força moderada para contê-lo e conduzí-lo até o plantão policial, onde foi apresentado à autoridade policial.

Segundo a versão de Carlos Alexandre, o funcionário municipal, autor da agressão e desacato aos policiais, quando viu muita fumaça que invadia a sua residência, onde estavam também sua esposa e filha de oito anos, saiu e viu que se tratava de uma bomba de gás lacrimogênio, lançada pela PM. Ele disse que ficou muito irritado e disse aos policiais realmente a ofensa, mas pedindo cuidado com a família dele. Daí, foi levado ao plantão.