O Calçadão de Rio Preto, local que antes tinha grande fluxo de pessoas, hoje só não está às moscas porque ainda existem os otimistas. Os comerciantes que lutam para conseguir driblar a crise estão preocupados.

Dados divulgados pela Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp) comprovam esta realidade.

O levantamento aponta que 76 empresas de alta plataforma foram fechadas de janeiro a março de 2015. Esse número é 35,5% mais alto quando comparado com o mesmo período deste ano, 103 comércios não aguentaram a recessão e fecharam as portas.

A realidade fica pior ainda para as empresas de baixa plataforma, que são as empresas individuais. Nos primeiros quatro meses de 2015, 131 comércios foram fechados, contra 148 neste ano. Um aumento de quase 13%.

A equipe do jornal Dhoje andou pelo Calçadão na tarde de ontem e constatou o abandono dos consumidores. As lojas que não estavam fechadas estavam vazias. Alguns consumidores chegaram a entrar, mas não compraram nada. Foto Raphael Costa/DHoje

As vendedoras Lorena Nayara Silveira, 21 anos, e Alessandra Karoline de Souza, 22 anos, comentam que sentem medo da loja em que elas trabalham também fechar as portas. Alessandra lembra que, nesta mesma época do ano passado, chegava a vender por semana mais de R$ 2 mil em peças de vestuário feminino. Hoje em dia, a venda chega a R$ 700. “A gente fica aqui e pensa que podemos ser as próximas. Nesta rua (Siqueira Campos) duas lojas fecharam nesta semana”, diz. Lorena afirma que as alternativas estão sendo as promoções e as divulgações nas redes sociais. “As publicações até ajudam a atrair os clientes, mas nem sempre vendemos mais”.

Aline Moreira, 32 anos, é outra vendedora que não está muito otimista. “Essa situação é muito difícil. Hoje em dia a gente mal ganha a comissão. Aqui na loja a gente tenta fazer promoções, mas comprar roupa não é mais uma prioridade”, finaliza.

O vice-presidente setorial da Associação Comercial e Empresarial de Rio Preto (Acirp), Jorge Luis de Souza, explica que os dados são considerados preocupantes para o município.

“Sem dúvidas está muito difícil para os comerciantes que ainda tentam driblar a crise. A economia continua estagnada. Na situação em que nos encontramos, os empresários foram obrigados a apertarem o botão da sobrevivência”, finaliza.

Por Luna Kfouri