Por Caia Piton * — Há quatro anos caímos de paraquedas no imbróglio da insolvência na operação de um dos maiores hotéis do Estado de São Paulo, com ocupação menor que 10%, obras a concluir, investidores frustrados e o que é pior, sonhos em risco. A Olímpia de meia década atrás era promissora, mas totalmente desconhecida além do estrito eixo da rodovia Washington Luís. Já o parque aquático era uma pujança, mas estava longe de ser um dos maiores do mundo.

No final de 2012, agendei uma visita a uma grande OTA – o Hotel Urbano, dos jovens e promissores irmãos Eduardo e José Ricardo Mendes. Antes de apostarem nas promoções de venda do hotel, eles queriam saber se a cidade possuía saneamento básico e locais para refeições, o mínimo necessário. Pois é! Na questão do saneamento, eu tive que despistar, e teria até hoje; já com relação às refeições, disse que podiam apostar que o comércio da cidade daria conta. Empenhei minha palavra no positivo e virou! Parcelamos impostos e adotamos uma política de precificação agressiva com investimentos em mídia e grandes shows, principalmente com a alavanca do jornalismo regional, a qual aproveito pra registrar o agradecimento personificando-o no ícone incontestável da comunicação, a jornalista Cida Caran. A estratégia deu frutos e em 2013 já éramos o hotel mais visitado do país, e “la nave vá”.

De 2013 a 2016, a equação funcionou e a crise nos afetou bem menos que à gigante Accor. Enquanto ela perdeu 40% do seu Ebitda, nós permanecemos estáveis. Os números caíram, mas a eficiência mostrou que a companhia podia crescer e nasceram quatro novos empreendimentos hoteleiros com o 5º iniciando sua operação ainda no primeiro semestre.

Na mesma esteira vieram os três Beanerys (restaurantes baratos), convalidando mais uma vez a tese de que produtos acessíveis a todas as classes não significam produtos de baixa qualidade. O barato e rápido com pegada natural, bases da alimentação do futuro. A Coca Cola e o Mc Donalds correm o risco de ver seus produtos rotulados com “O Ministério da Saúde adverte: é prejudicial à saúde!!!”.  Nós não, almejamos um natureba futurista de longa duração.

Voltando ao todo, não foi e nem será fácil, pois temos uma crise para vencer e impostos a pagar. A equação agora precisa do tempo para ser homologada, afinal, o tempo é o senhor do razão.

E do patrício Dr. Paulo Maluf não levo exemplos, mas impossível não admirar a coragem dele. Então, vamos lá acrescer um conceito e parafrasear o cara: homologada a Tuti pelo tempo “só falta o Papa Francisco me canonizar” (risos).

* Caia Piton, advogado e CEO da Tuti Negócios Inteligentes para a Gazeta de Rio Preto, reproduzido no Diário de Olímpia