selo JessicaÉ só comigo ou já aconteceu com você passar minutos e minutos procurando o que ver no catálogo de filmes da sua operadora até sucumbir à indecisão e “optar” por não assistir a absolutamente nada? Bem, a julgar por todas as pessoas a quem andei fazendo a mesma pergunta, a paralisação pós-pesquisa diante de todas possibilidades é endêmica! E esse é apenas um dos comportamentos modernos que tem levado pesquisadores a criar novas alcunhas pro nosso velho conhecido transtorno da ansiedade.

Com o passar dos anos, a ansiedade vem atingindo outros patamares, ganhando diferentes e inesperados sintomas e, por consequência, se traduzindo em síndromes peculiares – a mais nova delas acaba de ganhar o (altamente memorável, convenhamos…) nome de FODA, sigla pra Fear Of Doing Anything, ou medo de fazer qualquer coisa.

A FODA se manifesta toda vez que nos deparamos com tantas opções que não conseguimos decidir por nenhuma delas, até por medo de deixar tantas coisas pra trás. É um belíssimo paradoxo e uma consequência de outras duas modalidades de problemas contemporâneos: a FOMO (Fear Of Missing Out, ou medo de perder alguma coisa) e a FOBO (Fear of Bieng Offline, ou medo de ficar offline).

Trocando em miúdos, uma necessidade crônica de saber o que os outros estão e se sentir parte disso e/ou quando tal indivíduo se sente mal por estar desconectado da web e atualizar a timeline obsessivamente.

E o FODA vem na sequência: por sentir que tem de saber de tudo, participar de tudo e estar hiperconectada full time, a pessoa sofre, ansiosa e inerte, diante da nuvem das opções.

Pra você não se sentir ansioso diante de tantas fobias, vamos colocar os pingos nos is: FODA não existe sem FOBO, que não existe sem FOMO, que não existe sem smartphone.

E por mais que impressionem, FOMO, FODA & cia tem muito a ver com personalidade de cada um. Portanto, é banal dizer que estamos sendo acuados pela tecnologia. Viciar-se é comum na história da humanidade. Pode ver: muitos fumantes trocaram o cigarro por balas primeiro, e depois pelo celular que é uma compensação fácil, à mão, uma muleta e tanto.

E quando a relação com a internet e o telefone flerta com o vício…indico um teste: no fim de semana, desligue o telefone e programa-se pra ver um filme de duas horas. Observe se sente aquela coceirinha pra mexer no celular. Ah, caso você tenha se desligado numa boa, aproveite e fique mais umas duas horinhas assim…o mundo online vai estar lá atualizadinho te esperando. Eu prometo!