Até 2030, 100% da frota agrícola da Tereos será abastecida com biometano – combustível gerado a partir da biodigestão da vinhaça. A empresa, uma das líderes mundiais na produção de açúcar e uma das maiores empresas nacionais em produção de etanol e energia a partir da biomassa de cana-de-açúcar, já iniciou os testes do projeto que visa ampliar a oferta de uma alternativa limpa ao combustível fóssil utilizado por esses veículos, o diesel, além de garantir autossuficiência energética, por ser produzido a partir de resíduos da própria produção de etanol.

Os testes vêm sendo realizados por meio de parcerias com empresas como Scania, Grupo Vamos e Case. Durante a safra 2021/22, um caminhão da Scania de 410 CV já operou 100% movido a biometano e a projeção é de que ele continue operando na próxima safra. Além disso a Tereos, em parceria com o Grupo Vamos, irá adicionar aos testes atuais mais um caminhão nesta safra. Já com a Case, os testes contam com um trator movido a combustível limpo.

Além das iniciativas mencionadas, outras oportunidades de substituição de energia fóssil por combustível limpo como, por exemplo, nos sistemas de motobombas, vêm sendo avaliadas.

De acordo com Renato Zanetti, Superintendente de Sustentabilidade e Excelência Operacional da Tereos, o momento é de grande oportunidade para a empresa. A demanda por alternativas aos combustíveis fosseis é cada vez maior e a tecnologia da produção de biometano desponta como principal tendência nesse cenário. Porém, ainda não é muito explorada por veículos fora do asfalto, como máquinas, tratores e colhedoras, abrindo grande potencial para a realização de testes em parceria com empresas desse setor, que também estão interessadas em desenvolver a tecnologia e suprir essa demanda.

“A biodigestão é uma oportunidade para a Tereos. Iniciamos a operação através de uma planta piloto na produção de biogás e o objetivo é absorvermos amplamente a tecnologia nos próximos dois anos para atingirmos uma curva de maturação até 2024 e cumprirmos os objetivos propostos”, complementa Zanetti.

O projeto é financiado por meio de transação verde realizada pela instituição francesa Proparco, realizada em março de 2021, que contempla um montante de US$ 30 milhões para investimentos em projetos relacionados à produção de biometano, entre outras iniciativas sustentáveis.

Além dos benefícios relacionados ao meio ambiente, como redução da emissão de gases de efeito estufa, a iniciativa também envolve retorno financeiro para a companhia ao permitir novas formas de remuneração a partir dessa geração – pela venda da energia elétrica para a rede de distribuição nacional e, também, pela comercialização de créditos de descarbonização por meio do programa RenovaBio.