O prefeito de Olímpia Fernando Cunha (PSD), concedeu na tarde desta quinta-feira (7) uma entrevista à TV TEM para falar sobre os projetos que pretende colocar em prática durante os próximos quatro anos de mandato.

Fernando, que foi reeleito com 59,33% dos votos válidos, abordou, entre outros assuntos, o impacto econômico provocado pela pandemia de Covid-19, a previsão para as aulas na rede municipal retornarem, e a execução obras antienchente.

Confira abaixo a transcrição completa da entrevista.

TEM Notícias: Olímpia sofreu bastante diante das medidas restritivas de coronavírus, o que o senhor pretende fazer diante do cenário que a gente tem agora?

Fernando Cunha: “Houve, como em todo o estado, uma queda em novembro. Em dezembro voltou a crescer. Acho que tem mudança nas características dessa de segunda onda. Aqui, especificamente, há um protocolo de atendimento na fase inicial de quem é contaminado e nós temos tido poucos casos que vão para a enfermaria. Há concentração maior em casos mais graves, de UTI. É uma mudança da primeira onda. Acho que os médicos ajustaram certo protocolo para tratamento inicial. É uma questão de imunização de cada organismo que faz com que os casos de UTI se agravem. Nós estamos seguimos o plano São Paulo, impondo rigor maior em alguns aspectos. A gente contesta em alguns momentos específicos em função da cidade ser turística e não ter praia. É uma praia controlada, mas não está sendo vista assim. Esse é o único ponto que temos de diferente da maioria dos municípios do estado, mas estamos seguindo o plano São Paulo.”

TEM Notícias: A cidade vive do turismo. O impacto é grande, inclusive com demissões no setor. O senhor tem algum projeto para incentivar criação de vagas de emprego?

Fernando Cunha:”Olímpia me surpreendeu no ponto de vista da resiliência econômica. Agricultura continuou, a indústria continuou e os serviços, em grande parte, continuaram. Não tivemos uma crise grave na economia como esperávamos. Olímpia é mais forte na agricultura, na industria e no serviço como a gente esperava, apesar do turismo significar 50% da economia. Acho que tudo depende da vacinação. A retomada, na minha previsão e a gente usa no nosso planejamento, é a partir de 1º de julho, data em que devemos ter retomada regular. De janeiro a junho, é continuar com cuidados e restrições que tem. Nós estamos com este planejamento. Acho que a partir de julho o turismo volta muito forte em Olímpia, e qualquer outra coisa que a gente faça é de médio a longo prazo. Objetivamente é o turismo que vai ter a volta, inclusive com abertura de dois resorts gigantes no mês de junho, que serão mais de nove mil leitos e levarão que vão gerar mais de nove mil empregos. Aqui é no turismo a grande retomada.”

TEM Notícias: E a volta das aulas presenciais nas escolas municipais, qual a previsão para serem retomadas em Olímpia?

Fernando Cunha:”Aqui, em Olímpia, a gente trabalha com planejamento, com uma certa antecedência. Em dezembro, fizemos análise, e estamos programando a volta pra 1º de fevereiro, junto com governo do estado. Tudo está sendo preparado para volta em 1º de fevereiro. Espero que o inicio da vacinação e condições da Covid nos permita que a gente não possa adiar. Se estivermos na fase amarela e a situação estiver aceitável, com os pais também seguros de mandar seus filhos, podemos voltar com 70% de ocupação a partir de 1º de fevereiro. Este é o planejamento que estamos nos preparando.”

TEM Notícias: Nesta semana, uma chuva provocou alagamentos em diversos pontos de Olímpia. Nos próximos meses, as chuvas são frequentes. Como a prefeitura pode minimizar esse problema em curto e prazo e, depois, acabar definitivamente com esses pontos de alagamento?

Fernando Cunha: “Foi ontem uma chuva intensa, foram 65 milímetros muito concentrados, uma tromba d’água aqui na cidade. Tem prefeito que fala que a culpa é da chuva, tem governador que fala isso é um absurdo. Mas nós fizemos a canalização do principal rio que corta a cidade e tivemos pontos de extravasão em alguns bairros. Microdrenagens temos feito, agora tem dois projetos em andamento em função do que vimos ontem. Por coincidência, sou graduado em engenharia hidráulica, pós-graduado em hidrologia e esse assunto a gente planejou e vem estudando. Aprovamos na Cetesb, no final do ano, e vamos fazer uma dragagem da parte posterior à cidade para ver se aumenta a vazão do rio, para poder reduzir a lamina d’água no centro da cidade e poder absorver mais água mais rapidamente. Projetamos um grande piscinão em uma das bacias, porque precisamos retardar o tempo da cheia. Uma bacia tem uma área de concentração de chuva e tem um tempo com que ela chega em determinado ponto extravasando no canal do rio. Temos, então, que reter parte das cheias a montante, próximo das nascentes ou do ponto de acumulação. Temos ponto mais sério, que deve absorver grande parte dos pontos que ainda tivemos de alagamento. É um piscinão na ordem de R$ 5 milhões. Estou viabilizando recursos pra gente licitar. Também tem um segundo piscinão que está sendo estudado para outra parte da cidade que ainda tem pontos de alagamento. A microdrenagem está bem adiantada. Temos que reduzir o volume de água que está chegando ao mesmo tempo nesses pontos de alagamento. Isso está projetado e vai ser feito eu espero nos próximos dois três anos a gente consiga fazer isso.”

TEM Notícias: O Governo Federal investiu em contrapartida com a prefeitura em poços profundos, reservatórios. Como o senhor disse, vem novos resorts, mais leitos. A cidade está preparada para não sofrer com falta d’água?

Fernando Cunha: “Temos planos de expansão que fizemos e garantem para Olímpia os próximos 15 anos de abastecimento e tratamento de 100% do esgoto. Mas o que temos é uma lei municipal, onde todo grande empreendimento tem que pagar para que seja feita uma produção adicional ou tratamento do esgoto adicional. O que o serviço municipal faz é assegurar para o morador, o comércio normal. Os grandes resorts tem equação financeira própria. Ou eles produzem a água e tratam o esgoto deles. Ou eles pagam para prefeitura expandir o sistema. Temos equacionamento jurídico que prevê as receitas para manter expansão e não passar por nenhum estrangulamento. Ter 100% do esgoto tratado e não ter racionamento na cidade, como nós já não estamos tendo e nós próximos 10, 15 anos, não deveremos ter.”