Na edição de ontem, o Diário trouxe a manifestação do bispo diocesano de Barretos, Dom Milton Kenan Júnior, responsável também pelas paróquias de Olímpia, contrariando decisão do governador Geraldo Alckmin em permitir transgêneros nos banheiros das escolas públicas do Estado de São Paulo de acordo com a sua ‘identidade social’, ou seja, há 365 alunos nessa situação no Estado, nasceram homens mas se identificam como mulheres, e vice-versa.

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Bispo emite nota acerca de ‘banheiros trans’ nas escolas públicas do Estado

Nesta quinta-feira (21), foi a vez do Conselho de Pastores de Barretos se manifestar, tendo em vista a convocação de uma Audiência Pública na Câmara Municipal daquela cidade no sentido de discutir a medida do governador.

Nos Estados Unidos, a situação inverteu-se: o presidente Donald Trump anulou uma norma proclamada por seu antecessor, Barack Obama, para que as escolas públicas do país permitissem aos alunos transgêneros escolher usar os banheiros e vestiários em função de sua identidade de gênero.

A nota é a seguinte:

Referente à Audiência Pública sobre a identidade de gênero

O Conselho de Pastores e Ministros Evangélicos de Barretos considera louvável a realização de Audiência Pública agendada para o próximo dia 21 às 20h00 na Câmara Municipal de Barretos cujo tema converge na decisão do Governo do Estado de São Paulo em implantar nas escolas públicas estaduais o uso dos banheiros por alunos de acordo com a sua alegada identidade de gênero.

Diante disso, este Conselho, vem expor o seguinte:

1- Relativo à ideologia de gênero, observa-se claramente que não existe uma posição definitiva da ciência sobre isso, ao contrário do argumento mais usado pelos simpatizantes da mesma;

2- Não concordamos expressamente com o pensar dos ativistas e defensores da ideologia de gênero, os quais defendem que ela é uma ideologia da ausência de sexo neurobiogeneticamente falando. Estes afirmam que os dois sexos — masculino e feminino — são meras construções culturais e sociais, não existindo, neste caso, papel neurobiogenético inscrito na natureza humana, antes formas sociáveis de desempenhar uma ou mais funções (gênero). São afirmativas que destoam completamente do saber
cientifico e cristão;

3- Considerando que a decisão referente aos banheiros é descomedida e fere vários princípios que norteiam a fé cristã que rege a larga maioria da população brasileira, demonstramos nosso profundo descontentamento e repúdio;

4- Entendemos as diferenças entre os sexos (masculino e feminino) e não aceitamos qualquer forma de discriminação, preconceito e violência (doméstica, social, simbólica e sexual) contra as mulheres ou homens, bem como defendemos a igualdade de direitos sociais, trabalhistas, de respeito e outros, entre ambos os sexos;

5- Não compartilhamos com a crença social, de que o ser humano é apenas um “gênero” e que este “gênero” pode ser diverso e múltiplo, podendo o homem e ou a mulher escolher esse “gênero” ou “outros gêneros” como substituto do sexo definido em termos neurobiogenético;

6- Ainda que instancias governamentais e tribunais estejam tomando decisões que contemplem positivamente a ideologia e a cultura que se tenta implantar e não a letra da Constituição Federal e do Código Civil, entendemos que os argumentos ideológicos de gênero não possuem respaldo nestes instrumentos legais e principalmente na concepção divina para a criação, conforme temos nas narrativas da Bíblia que seguimos como fonte de verdade.

Não há aqui qualquer senso de intolerância, mas senso de inclusão e verdades manifestados pelo amor ao próximo, premissa básica do cristão.

Nos norteia, neste sentido, o entendimento bíblico de que a matriz heterossexual é a
que se constituiu no plano divino para a criação e natureza humana.

Jesus Cristo reitera e afirma que o Criador desde o princípio fez homem e mulher (Mateus 19.4-5).

Não concordamos que o ser humano pode abranger várias identidades de gênero excluindo totalmente o sexo dentro do que entendemos ser a identidade sexual de criação. Finalizando, pontuamos que este Conselho defende, sempre, o respeito à
individualidade de cada um, no seu livre arbítrio e na escolha de seus caminhos, bem como e principalmente o amor a todos, sem distinção.

Atenciosamente,

Barretos, 20 de Setembro de 2017

Pr Rodney Silva Pr, Presidente

André Ribeiro de Mendonça. Vice-Presidente