O debate entre os candidatos a prefeito de Olímpia realizado na noite de ontem (4) na sede da 74ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) saiu com 7 mil visualizações, quase 3,5 mil comentários e dezenas de compartilhamentos graças ao ‘pool de imprensa’ – rádios, jornais e sites, que se uniram em prol da democracia, com regras rígidas como exige a Lei Eleitoral e sob o teto da OAB local, entidade nacional que defende a Constituição, os Direitos Humanos e a Justiça Social.
Devido à pandemia, e seguindo orientação dos decretos estadual e municipal, foram cumpridos à risca todos os protocolos de higiene, segurança e distanciamento. Empresas da cidade apoiaram com suas ‘logos’ à margem do vídeo. Pelo Diário de Olímpia, Brasil Energia Renovável (energia solar com Jodemir Garcia), Imobiliária Olímpia (Emerson e Elton Costa) e Gastrobar Borges e Marini Restaurante. Estiveram presentes os candidatos Willian Zanolli (PT), Fernando Cunha (PSD) – candidato à reeleição, e Gustavo Pimenta – vereador do PSDB. O candidato do Podemos, empresário Flávio Olmos, horas antes do evento, enviou um comunicado que foi lido e criticado, tanto pelos dirigentes do debate – jornalista José Arantes e sua filha Bruna, quanto pelos candidatos e, principalmente, pelo presidente da OAB local, advogado Edson Rodrigo Neves. Foram 120 minutos de debate sem agressões, xingamentos ou ‘grosserias’, ao contrário do que Olmos bravateou.
AO JUSTIFICAR, OLMOS ATACA A IMPRENSA
Entre as bravatas citadas pelo candidato Flávio Olmos para se esquivar do debate, em nota enviada por sua assessoria, frisa que “fato público e notório o grau de virulência e desespero de alguns adversários (incluindo órgãos de imprensa), que estão deixando em segundo plano o debate de propostas e ideias, para se dedicar, quase exclusivamente, aos ataques gratuitos, tentativas de armação e agressões pessoais a minha pessoa e a minha família, optamos por não mais participar deste evento”.
E, se não bastasse, fez críticas aos jornalistas que fariam perguntas logo mais à noite: “na equipe de jornalistas e profissionais convidados para o debate, temos prestadores de serviço da prefeitura que adesivaram até seus veículos com a publicidade de nosso adversário, além de jornalistas com cargo em comissão que estão participando ativamente da campanha de nosso adversário e, que, além de receberem verba do município, tem estes, total interesse no resultado das eleições, sem a parcialidade necessária e nenhuma condição técnica para participar de um evento deste porte”.
E, pior: “Não posso me render a ação premeditada e articulada de alguns adversários que deram mostrar que iriam transformar o debate em uma arena de grosserias e agressões, ou até mesmo em um jogo de cartas marcadas”.
A repercussão foi imediata e negativa ao candidato, que preferiu fazer uma ‘livemício’ com os seus candidatos a vereador, onde não seria questionado em diversos temas municipais, ao contrário de seus adversários que, democraticamente, participaram, responderam, e, ao contrário do ‘debate de baixo nível, de grosserias e agressões, de cartas marcadas’, a população teve, ao seu dispor, um evento de alto nível para escolher um dos três candidatos presentes.
JOSÉ ARANTES, FOLHA DA REGIÃO: MEDO DO CONFRONTO
O editor da Folha da Região, José Arantes, rebateu as alegações de Olmos, afirmando que a composição e regras do debate já estavam sendo discutidas há 15 dias, inclusive com candidatos e assessorias, e que cumpriu a legislação eleitoral ao solicitar a confirmação 72 horas antes: “O esquema adotado para o debate é praticamente o mesmo utilizado pelos grandes veículos de comunicação e não possibilita o tratamento diferenciado para nenhum dos candidatos”.
Ao comentar a carta de justificativa de Flávio Olmos, Arantes disparou: “A não participação do candidato leva ao entendimento de que a sua assessoria possa ter entendido que ‘não seria interessante a sua participação’ e que isso poderia ‘influenciar negativamente na sua eleição’, no entanto, por mais alegações que utilize para justificar, achacando membros da imprensa e os próprios candidatos, e por vários dias tentando desacreditar o evento, não há como encontrar razões lógicas que não levem o entendimento de que o o grande medo possa ser o confronto, o debate de ideias, e o risco que se tem de mostrar possível despreparo para dirigir uma cidade que atravessa um dos momentos mais importantes de sua vida e que vai necessitar de gente preparada para dirigir. Reafirmamos o nosso entendimento expresso no editoriais da Folha da Região: Quem tem medo de perguntas é porque não sabe as respostas”.
PRESIDENTE DA OAB DESAGRAVA IMPRENSA E REBATE ‘PALCO DE AGRESSÕES’
E, por questão de direito de resposta, os candidatos presentes e membros dos veículos de comunicação puderam responder às bravatas do candidato ausente. O presidente da OAB local, Edson Rodrigo Neves, fez um desagravo aos jornalistas e rebateu a alegação das ‘cartas marcadas’, foi um insulto à sede do Direito em Olímpia através de alguém que quer governar os destinos dos olimpienses.
“É um momento histórico, é a primeira vez que nós realizamos um debate entre candidatos a prefeito de Olímpia, na OAB, e quando recebi a ligação do Arantes fiquei muito feliz, confesso que estava pensando em um debate aqui na nossa OAB, assim é com orgulho imenso e alegria intensa que participamos desse importante e democrático momento”, disse o presidente da Ordem.
Neves fez um desagravo aos jornalistas: “Eu quero fazer um desagravo público à nossa imprensa, li atentamente a manifestação do candidato Flávio Olmos, pessoa que eu tenho maior respeito e admiração, mas eu não poderia deixar de passar esse momento em branco porque a nossa imprensa é um dos pilares da nossa Constituição, a Imprensa Livre é exercida de maneira plena aqui em Olímpia, e eu sou testemunha disso, vários eventos foram cobertos pela imprensa que está aqui hoje, lamentavelmente a imprensa foi surpreendida com essa manifestação do candidato, lamentável, ele perde uma grande oportunidade de debater ideias na Casa da Democracia, no espaço que a Ordem dos Advogados do Brasil disponibilizou para todos os candidatos, para a imprensa e eu, na condição de Presidente, jamais permitiria carta de jogo marcado aqui, quero deixar registrado na condição de Presidente que jamais permitiria ataques pessoais aqui e tenho certeza que nenhum candidato faria esse tipo de coisa pelo nível dos candidatos que nós temos aqui”.
Também se pronunciaram todos os candidatos presentes e os jornalistas que quiseram se manifestar. Confira a repercussão negativa que os ‘argumentos frágeis’ do candidatos ausente gerou antes do debate propriamente dito:
A íntegra do debate pode ser assistida aqui:
