Por Ivanaldo Mendonça – Convicção é a opinião firme a respeito de algo, com base em provas ou razões íntimas, ou, como resultado da influência de outrem. Convicto objetivo é aquele que adere, de forma consciente, livre e responsável á uma verdade maior que ele próprio, valor este que o move e inspira, convertendo-se em critério que orienta pensamentos, sentimentos, comportamentos e atitudes. Convicto subjetivo é aquele que tem a si mesmo como verdade absoluta; estes são, de maneira geral, curtos e mesquinhos; o ignorante, por exemplo, ilustra bem a realidade do convicto subjetivo.

A convicção objetiva traz consigo elementos que, de maneira geral, não são alvo de nossa consideração e reflexão. Este nível de convicção traz consigo múltiplas belezas e encantos, sendo a maior delas, a certeza interior de que se está evoluindo, o que se manifesta na capacidade de refletir acerca de si próprio de maneira coerente, equilibrada e justa, dispondo-se a manter o que acrescenta, suprimir o que entrava o crescimento e ajustar o que precisa ser mudado.

O convicto objetivo está sempre a caminho; esforça-se hoje, por ser melhor que ontem e, amanhã, por ser melhor que hoje.

Não obstante as belezas e encantos da convicção objetiva, não há como negar os muitos fardos decorrentes de quem, comprometido com razões maiores, dispõe-se a percorrer o caminho da vida. O fardo da incompreensão: uma vez que as medidas e critérios utilizados não são comuns e, para muitos, anormais, ser incompreendido é imperativo. O fardo da solidão: quem não pertence ao universo do senso comum é colocado, direta ou indiretamente, fora de tudo; assim faz da solidão a melhor das companhias, pois esta amiga coloca-o frente a si mesmo, favorece seu desenvolvimento integral.

Encontramos tantos, aos quais não nos damos o direito de julgar que, apresentam-se, de imediato, convictos mas que, diante do primeiro obstáculo, contradizem tudo o que, até ontem, parecia-lhes verdade essencial. Possuidoras de falas objetivamente convictas, no fundo, são inconsistentes e, consequentemente, incoerentes.

Seu mundo desaba, sobretudo, quando desafiados a romper com convicções subjetivas (seu pensar, seu querer seu fazer), em função de verdades maiores; como crianças birrentas, vociferam sobre aqueles que sadiamente os provocam, dizendo-se ofendidos.

Quem se arrisca às convicções maiores deve saber que o caminho não será fácil. Lembro-me do jovem afoito e ansioso que chegou á Igreja falando mal de outro padre e comunidade que não o compreendera. Revolucionário, referia-se aos ensinamentos de Cristo como se fossem seus.

Assumiu mil coisas, vestiu a camisa, sugeriu e apontou, até que, afrontado por verdades maiores que as suas, às quais teria que aderir para seguir em frente, sucumbiu, revelando-se mestre na ignorância. O falso convicto desabou e, da mesma forma como chegara, saíra, vociferando que, aquele Padre e comunidade não prestavam.

São muitos os certos de tudo e convictos de nada!

Vale a pena refletir!I

Ivanaldo Mendonça

Padre, Pós-graduado em Psicologia

ivanpsicol@hotmail.com