Da Assessoria — Embora as visíveis dificuldades financeiras enfrentadas pela Comissão Organizadora do 51º Festival do Folclore, que se encerrou no domingo (16), o resultado final, em âmbito geral, pode ser considerado um sucesso.

Foram contabilizadas cerca de 60 mil pessoas visitando o Recinto de Exposições e Praça de Atividades Folclóricas “Professor José Sant’anna”, ao longo dos nove dias de Festival, e acompanhando o Desfile de Encerramento, no domingo de manhã, na Avenida Aurora Forti Neves.

Durante as apresentações do sábado, 16, à noite, a Comissão Organizadora do Folclore decidiu e anunciou qual será o Estado homenageado em 2016: Espírito Santo, o terceiro do Sudeste Brasileiro a receber esta honraria.

A festa contou ainda com atividades paralelas, mas intrinsecamente ligadas ao fato folclórico como, por exemplo, o 1º Simpósio de Estudos Etnomusicológicos, com o tema “O Folclore na Modernidade”, reunindo pesquisadores de diversas universidades brasileiras e Mestres da cultura popular, com o objetivo de debater o Folclore no mundo contemporâneo e as suas implicações para os diversos atores sociais envolvidos.

Outras atividades, além das apresentações no palco principal, peregrinações (27ª Peregrinação Folclórica-Folclore na Rua) e do desfile de encerramento, foram desenvolvidas na arena do Recinto, como a 50ª Gincana de Brinquedos Tradicionais e Infantis; no Pavilhão Cultural, o 31º Mini Festival do Folclore, onde alunos da Rede Municipal de Ensino interagiram com os grupos, apresentando danças ensaiadas ao longo do semestre; o 41º Campeonato de Malha, 43º Campeonato de Truco e 11º Campeonato de Bocha, no quesito jogos tradicionais; e visitas de grupos ao Museu de História e Folclore “Maria Olímpia”, incluindo o Café Folclórico.

E ainda, o 26º Salão de Pinturas e Artes, contemplando trabalhos em poesia, artesanato, fotografia, escultura e artes plásticas, todos relacionados ao Festival do Folclore, e mais especificamente ao Estado homenageado, neste ano o Pernambuco.

A Culinária Tradicional também teve seu espaço reservado no Recinto do Folclore, este ano com a novidade da “comida dos mitos”, como a Mula-Sem-Cabeça, o Lobisomem e o Saci-Pererê. Caldos, massas, churrasco gaúcho, leitão à pururuca, tutu à mineira e outras delícias completaram o cardápio regional típico servido aos visitantes.

A Abertura Oficial, no sábado, 8, foi feita com a participação de mais de 250 crianças das escolas municipais Maurício Cesar Alves Pereira, Dona Luiza Seno de Oliveira, Jardim Hélio Cazarini e Santo Seno, e da Rede Estadual, com a Capitão Narciso Bertolino, Wilquem Manoel Neves e Alzira Tonelli Zacarelli. O compositor Olimpiense Edward Marques da Silva, o Wadão, poeta, instrumentista e cantor, compôs novamente a música do Festival, este ano, claro, falando do Pernambuco e suas tradições, com a música “Frevo Virado”.

A Educação do município esteve presente à festa também na elaboração de pequenas obras de arte na forma de “mimos” ou broches, na coreografia de abertura da festa, na coordenação do Mini Festival, nas brincadeiras tradicionais infantis, e no ensino do Folclore aos alunos ainda na tenra infância, tornando-se a cada ano mais imprescindível à realização dos festivais do Folclore em Olímpia.

Dentre a participação dos grupos inéditos estiveram em Olímpia o Grupo Cala, do Rio Grande do Sul, a Companhia Encantar, do Maranhão, e Grêmio Arraiá de São Mateus, de Minas Gerais. Além deles, outros já conhecidos, como o CTG Estância da Serra, do Rio Grande do Sul, Fogança, do Paraná, o Fandango de Tamanco de Cuitelo, de São Paulo, o Grupo Andora, da Faculdade Estadual do Espirito Santo, Vitória Régia, do Mato Grosso, Mapinguari, do Pará, Associação Cultural Maria Bonita, do Ceará, Grupo Reis de Congo de Mestre Bebé e Caboclos de Major Sales, do Rio Grande do Norte, os Bacamarteiros, de Sergipe, Sambalenço, de Mauá, Caiapós, de São Paulo, Boi de Palha, do Maranhão, e Papanguarte, de Pernambuco, além dos grupos locais – folias de Reis, Moçambique, capoeira, Congada e os parafolclóricos Anastasis, Frutos da Terra e GODAP.

“Muitas pessoas não têm conhecimento das limitações, das dificuldades e dos custos que uma festa deste porte, e totalmente gratuita, tem para ser realizada. Portanto, afirmo que o saldo foi muito positivo, porque conseguimos cumprir o prometido e fazer um Festival com criatividade”, disse o Secretário de Cultura, Esportes e Lazer, Guto Zanetti. O evento teve ainda o apoio das Secretarias de Obras e Engenharia, Educação, Governo, Finanças e Assuntos Jurídicos. “Todos trabalharam por uma causa comum”, complementou Zanette.

De acordo com o Diretor de Cultura e Presidente da Comissão Organizadora do 51º Fefol, Caio Longhi, foram mantidos na relação grupos tradicionais, que vieram com apoio de suas prefeituras, empresas e faculdades, além do aporte feito pela Comissão.

Mas, outros grupos que a Comissão gostaria de trazer, por motivos diversos não puderam comparecer, como o Pastoril Dona Joaquina, do Rio Grande do Norte, neste caso devido ao estado de saúde delicado de sua coordenadora, Séphora Bezerra.

Também teve a vinda inviabilizada o Grupo da Universidade do Rio de Janeiro, devido à greve vivida pela instituição naqueles dias.

“Muito se fala e se questiona quanto ao Festival, porém nós, que trabalhamos na organização deste evento, sabemos das muitas dificuldades. Trabalhamos em equipe, numa força-tarefa para que o Fefol pudesse ser realizado. Muitos trabalham de forma voluntária, por amor à nossa festa maior. E isso nos deixa com a consciência tranquila de que o que podia ser feito, foi feito para manter as tradições e honrar o sonho do professor Sant’anna”, completou Caio Longhi.

INTERNET
Outro componente que vem se constituindo em importante ferramenta de divulgação do Festival, é a transmissão ao vivo pela internet, por meio de sistema próprio de retransmissão, que nesta 51ª edição da festa alcançou cerca de 33 mil pessoas.

Foi a 11º vez na história que o Fefol teve suas imagens do palco principal geradas em tempo real por meio do seu portal oficial (www.folcloreolimpia.com.br) e também pelos portais Diário de Olímpia e Estância Turística, do mesmo grupo, que se uniram para levar o Fefol mundo afora. Foram quatro câmeras que mostraram o festival por todos os ângulos.