“Prevaleceu a ciência e o bom senso, não a disputa política”. A frase é do prefeito Fernando Cunha, de Olímpia, que concedeu entrevista exclusiva na manhã de hoje (18) ao Diário de Olímpia, com transmissão ao vivo nas redes sociais, ao comentar sobre a aprovação temporária das vacinas contra o novo coronavírus, através da Anvisa. Ele anunciou a chegada inicial de 1,5 mil doses ainda hoje ou amanhã e foi taxativo quanto à volta às aulas em fevereiro: “Se estiver tudo bem, com segurança, retornaremos, senão um ano letivo a mais perdido, depois se recupera”.

Sobre a aprovação da Anvisa, Fernando comemorou: “Os brasileiros esperavam essa notícia. havia uma grande expectativa, a gente sabe que por trás disso tudo tem uma disputa política, mas prevaleceu o bom senso e a ciência, e a vacina é produto de um trabalho enorme de cientistas, pesquisadores e de profissionais, temos de respeitar”. Acerca da dúvida da eficácia da vacina, o prefeito rebateu: “Então, temos de colocar em dúvida todos os medicamentos, igualmente substâncias químicas e com contraindicações, algumas até muito mais perigosas”, e acrescentou: “Não temos nenhum outro medicamento contra a Covid, exceto a vacina, daí eu a vejo com muita esperança”.

O prefeito revelou que nesta segunda-feira ficou acertado o envio inicial de 1,5 mil doses da vacina do Butantan, e nessa tarde haverá uma videoconferência da Divisão Regional de Saúde de Barretos (à qual Olímpia pertence) para uma reunião de como essas doses serão distribuídas.

Em Olímpia, assim como no Estado de São Paulo e País, os profissionais de saúde, inclusive cuidadores de idosos que têm comorbidades (descobertos através do mapeamento do Cartão Cidadão), serão os primeiros a serem vacinados. O governo paulista abriu o pré-cadastro no portal, mas Olímpia saiu à frente com o Cartão Cidadão, onde cerca de 50 mil estão inscritos e já definidos por categorias e faixas etárias, em cerca de 10, 2 mil para a primeira etapa de vacinação.

Fernando fez uma análise da atual situação de Olímpia (região de Barretos) na fase amarela (Fase 3 do Plano São Paulo): “A meu ver, as eleições não fizeram bem, a pandemia fez os números crescerem, inclusive de duas a três vezes mais em nossa cidade. Deveriam ter adiado o processo eleitoral. Depois, veio Natal, Réveillon… e todos sabemos o que estamos passando”. E, foi direto: “Fase verde mesmo lá para julho, agosto… no nosso Festival de Folclore, voltando à vida normal, parques com 100% de capacidade, mas até lá, é quarentena, usar máscara, não relaxar os cuidados”.

Confira outros detalhes sobre esse assunto, clicando no vídeo acima.

VOLTA ÀS AULAS: SEM SEGURANÇA, NÃO

Ao Diário, o prefeito Fernando Cunha foi taxativo ao falar sobre a volta às aulas pretendida pelo governo do Estado: “Eu pedi para a Secretaria da Educação para que as aulas se iniciem dia 1º de fevereiro, só não teremos se não for conveniente, vamos dialogar com os pais, ainda hoje vamos ter uma videoconferência da região de Barretos com o secretário estadual da Educação, mas a decisão será nossa, de cada cidade, o secretário quer que volte, mas há muitas indefinições, inclusive da quantidade de alunos que podem voltar, o ideal seria começar o mais cedo possível, tudo está sendo preparado, mas sem condições de segurança, não vamos reabrir as salas de aulas. Vamos adiar o que for preciso. Não vamos expor a população, crianças e profissionais a um risco descabido, porque tememos pela perda do ano letivo, fazer o quê?, perdemos um ano, isso é recuperável”.

Governo de SP inicia vacinação contra o coronavírus no interior

O Governo do Estado de São Paulo iniciou nesta segunda-feira (18) a distribuição das vacinas e insumos para imunização contra a COVID-19 nos cinco hospitais-escola do interior: os Hospitais das Clínicas de Campinas, Botucatu, Ribeirão Preto, Marília e o Hospital de Base de São José do Rio Preto.

No total, cerca de 60 mil profissionais que atuam nesses hospitais serão imunizados contra a COVID-19 com a vacina do Butantan.

Às 8h da manhã, dois caminhões saíram do Centro de Distribuição e Logística (CDL) da capital: um com 4,4 mil doses em direção ao HC de Botucatu (Unesp), que inicia a imunização às 15h de hoje; e outro com 4 mil vacinas rumo ao HC da Unicamp, que começa a vacinar seus trabalhadores de saúde às 16h de hoje.

No período da tarde, outros três caminhões saem em direção aos HCs de Ribeirão Preto (USP) e Marília (Famema), bem como ao HB de Rio Preto (Funfarme). (confira abaixo as grades iniciais para cada local). 

Além disso, desde às 7h, já estão sendo aplicadas trabalhadores do Complexo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, da capital.

A campanha começou ainda ontem, minutos após aprovação do uso da vacina do Butantan pela Anvisa. Somente no domingo foram vacinados 112 pessoas, incluindo as duas primeiras brasileira a serem vacinada no país: a enfermeira Mônica Calazans, da UTI do Instituto de Infectologia Emílio Ribas;  representando tanto os profissionais de saúde quanto a população indígena, a técnica de enfermagem e assistente social, Vanuzia Santos, do povo Kaimbé, foi a primeira indígena a ser vacinada no Brasil.

“Estamos distribuindo as grades de vacinas e insumos com muita agilidade graças ao planejamento e à mobilização das equipes. Há cerca de três meses temos nos dedicado a organizar esta campanha, que agora começa com a priorização dos nossos heróis da saúde”, diz o Secretário de Estado da Saúde, Jean Gorinchteyn.

A partir de amanhã (19), grades de vacinas e insumos também serão enviadas a polos regionais para redistribuição às Prefeituras, com recomendação de prioridade a profissionais de saúde que atuam no combate à pandemia.

Os municípios também deverão imunizar a população indígena com apoio de equipes da atenção primária do SUS, segundo as estratégias adequadas ao cenário local.

Cada hospital será responsável pelo preenchimento dos sistemas de informação oficiais definidos pela Secretaria da Saúde para monitoramento da campanha.

A divisão das grades considerou o quantitativo proporcional de vacinas esperado para São Paulo conforme o PNI (Programa Nacional de Imunizações), do Ministério da Saúde.

O total de 1,5 milhão de doses é a referência para trabalhadores de saúde baseado na última campanha de vacinação contra a gripe.

A campanha de imunização contra a COVID-19 em São Paulo será desenvolvida segundo a disponibilidade das remessas do órgão federal. À medida que o Ministério da Saúde viabilizar mais doses, as novas etapas do cronograma e públicos-alvo da campanha de vacinação contra a COVID-19 serão divulgadas pelo Governo de São Paulo.