IFOLHA — A sede do jornal Folha da Região de Olímpia, onde também funciona a rádio Cidade, foi vítima de um ataque terrorista, possivelmente de “negacionistas” e genocidas defensores do presidente Jair Bolsonaro.

Por volta de 4h30 da manhã de quarta-feira, 17, terroristas locais, colocaram um balde de combustível, que a polícia acha que seja álcool, na porta de ferro do jornal e despejaram o mesmo combustível na porta da residência do jornalista José Antônio Arantes, que é na parte superior.

O jornalista foi acordado com o latir desesperado de seus cachorros e com a fumaça sufocante que já chegava no interior do quarto onde dormia. A fumaça tomou conta de todo o interior da residência, impedindo a respiração.

A família do jornalista agiu rapidamente e conseguiu apagar o fogo que estava dentro do corredor da residência provocado pela combustível jogado debaixo da porta de entrada.

Logo após, ao abrir a porta da residência, para, inclusive, respirar melhor, Arantes, a esposa e a filha neta se depararam com chamas já altas na porta do jornal que levaram alguns minutos para ser contidos.

O jornalista agora vai tomar todas as providências cabíveis, mas garantiu que não esmorecerá na sua luta pela informação e contra a intolerância, o ódio, o “negacionismo” e o “genocídio”. “Estou há 40 anos na profissão, comecei minha carreira já no final da ditadura e não vou abrir mão de lutar pelo meu povo e contra qualquer tipo de terrorismo e pensamento político que visem tirar a liberdade e suprir os direitos de minha população”.

O jornalista que, além de editar o jornal semanal, também âncora, junto com sua filha, um programa noticioso de segunda a sexta-feira, pelo Facebook e Youtube e é retransmitido pela rádio Cidade vinha sofrendo ameaças pela internet e até outras mais graves.

AMEAÇAS COMEÇARAM NA SEXTA-FEIRA

O jornalista que, além de editar o jornal semanal, também âncora, junto com sua filha, um programa noticioso de segunda a sexta-feira, pelo Facebook e Youtube e é retransmitido pela rádio Cidade vinha sofrendo ameaças pela internet e até outras mais graves, pelo seu posicionamento principalmente contra os “negacionistas” genocidas.

Segundo Arantes, na sexta-feira passada, um carro começou a seguir na rodovia o motorista que vai buscar o jornal que é impresso em São José do Rio Preto. O veículo encostava no veículo contratado pelo jornal e ameaçava chocar lateral com lateral.

“Eu imaginei que tinha sido apenas uma brincadeira de mau gosto de alguma pessoa que não tinha o que fazer, mas, no domingo o carro do jornalista amanheceu com o pneu furado e a pessoa que foi arrumar acabou descobrindo que os parafusos das quatro rodas do veículo não estavam totalmente apertadas. Algumas totalmente frouxas”, complementou.

E concluiu: “Nem assim, consegui enxergar que algum atentado terrorista estava sendo armado contra mim e os meus. Mas, agora veio a confirmação de que estamos num embate muito mais sério do que imaginávamos. Só não consigo enxergar qual seria o motivo real desta situação. Se é meramente local ou transcende as fronteiras do município e chegam a Brasília. Quero acreditar que não, pois aí estaríamos realmente trilhando um caminho que pode ser sangrento demais”.