caiaPor Caia Piton — Os índices de Olímpia já foram mais promissores, aliás os do mundo. Os empreendimentos ligados ao turismo vêm dispensando colaboradores e o comércio também sentiu os efeitos da crise em que está mergulhado o país.

Um grande supermercado da cidade já reduziu seu quadro e o setor industrial também começou sentir o PIB negativo que se arrasta a mais de ano.

No caso dos empreendimentos turístico hoteleiros, em específico, “não se trata de gestão equivocada” e sim de uma crise que assola o país e revela que o vertiginoso crescimento dos últimos anos não era sustentável, senão como um todo, pelo menos na forma que se acreditava.

Isto é a nível nacional e não local, mas aqui, as médias de retorno no segmento da construção civil prometidas, infelizmente jamais acontecerão. Elas foram baseadas numa interpretação que viveríamos uma economia sem inflação e que todo o crescimento do país e da cidade eram reais.

Hoje os grandes hotéis do complexo, tem todos administração de excelência, e estão enfrentando bravamente a situação atual. Agora milagres, ninguém faz.

Operações que apontem rendimentos de mercado é o melhor que se pode esperar, e rendimentos de mercado nunca ultrapassarão 0,5% a.m. que são os exemplos de sucesso.

Não se poderia de fato, acreditar que investimentos iniciais de 90 a 200 mil reais, fossem gerar rendimentos mensais de 2 a 3 mil, mais a valorização imobiliária. Isto é uma utopia!

Mudando em miúdos, retornos deste porte não existem e nunca existirão, e o investidor por certo entenderá que se alguém prometeu isto, é porque acreditou num governo que pregava um milagre econômico que não aconteceu.

A imagem icônica do Cristo Redentor decolando da revista “The Economist”, foi um espectro que gerou uma ilusão, e que hoje se vê parte de um pragmatismo que não se concluiu.

Promessas no mundo dos negócios, em que pese não esteja advogando na defesa da concorrência e de nada ter prometido a ninguém, devem ser interpretadas de acordo com o mundo que se descortinava então.

Um coisa é certa, se o “então” não se deu devido a maxidesvalorização da moeda, além de uma inflação inesperada e bolhas econômicas que assolaram o mundo, havemos de reconhecer que os então promitentes até agora, estão fazendo honras a firma, entregando os investimentos nos prazos a que se propuseram. O que por si só já é um milagre.

Por ai, temos que ver que a viabilidade da Olímpia turística está testada, porem seus limites não são o infinito.

Aliás, nada o é.

* Caia Piton é advogado e presidente da Tuti Negócios Inteligentes

1 COMENTÁRIO

  1. Suponhamos que alguém encontre uma mina de ouro. Será que esse alguém convidaria outros para dividi-la? Certamente, não. No ramo imobiliário da hotelaria aconteceu isso. O que faltou, sem dúvidas, para quem investiu, foi educação financeira. Enquanto ao comércio, é de fato muito triste. Porém, vemos os efeitos desta euforia. Como sustentar aluguéis altos do comércio com baixas vendas? Não dá. Não tenho dúvidas que a volta do crescimento do país vai ajudar a cidade, mas até lá. Excelente texto. É muito bom ver alguém com clareza da real e atual situação da economia da cidade. Valeu!