O advogado criminalista Léo Bom confirmou agora à noite para o Diário que o autor do atentado a incêndio na Folha da Região, no último dia 17, é o bombeiro municipal Cláudio José Azevedo de Assis, o Cláudio Baía, encontrado em Linhares (ES) pela Polícia Rodoviária Federal, após boletim de ocorrência lavrado pela família como pessoa desaparecida.

O delegado titular do caso Marcelo Pupo de Paula dará entrevista coletiva nesta quinta-feira, às 15h, para dar mais detalhes sobre o caso.

Segundo relato publicado no blog Olímpia 24 Horas, “Claudio contou ao amigo que ele estava apenas curtindo a vida e que prentendia chegar na Bahia. Contou que os lugares por onde passou (até agora) e estava naquele momento (Linhares-ES) são maravilhosos e que era isso que ele queria para ele. Descansar e curtir novas paisagens”.

Sobre a questão de grana para seguir a longa viagem, “Claudio disse ao amigo que quando acabar o dinheiro ele vai vender o carro e fará o resto do percurso com uma bicicleta que ele leva no carro” .

Por ser primário, bons antecedentes e residência fixa, e por ter se apresentado espontaneamente, o acusado de atentado a incêndio vai responder em liberdade.

O DEPOIMENTO SOBRE O ATENTADO NA FOLHA

OLÍMPIA 24H – Nesta quarta-feira (31), acompanhado do advogado Leo Bom, o autor se apresentou de forma espontanea na delegacia de Olímpia, onde foi ouvido pelo delegado titular da Polícia Civil, Marcelo Pupo de Paula e sua equipe de investigadores.

Segundo declarou o autor em depoimento à Polícia Civil ele disse que não sabia que no local (do incêndio) residiam pessoas pois se soubesse jamais teria feito aquilo. Que no dia pegou um pouco de gasolina velha que tinha em casa, tirou um pouco de sua moto que foi usada no crime, pegou fita isolante e cobriu a placa da sua moto para que não conseguissem sua identificação por meio da moto.

Que colocou a gasolina no galão e amarrou na garupa. Que pegou sua moto de cor azul escura, placas CQS-8954 e foi em direção a região central. Que estava muito alterado no dia pois estava tendo vários problemas familiares pois sua ex-amásia ficava lhe cobrando, gritando e xingando, falando que ia acabar com ele, tendo até proibido ele de passar na sua rua, pois que se passasse, iria acabar com a vida dele.

Que quando o telefone tocava, ficava muito nervoso pois poderia ser sua ex-amásia lhe telefonando com novas ameaças, gritarias e xingamentos.

Que estava mentalmente transtornado com tudo isso, ex-amásia e notícias dos governantes sobre medidas de restrições. Que tinha acabado de se recuperar da Covid-19, pois teve alta no dia 09 de março (o crime foi no dia 17).

Que após a alta hospitalar ainda ficou com algumas sequelas da doença. Que no dia chegou na porta do Jornal (Folha da Região), desceu da moto, jogou a gasolina em duas portas, pois não sabia qual seria a porta correta do Jornal e ateou fogo com fósforo. Que em seguida pegou sua moto, ainda deu algumas voltas na cidade e depois foi embora para sua casa.

Questionado sobre os motivos que o levou a tal ato o autor disse que não sabia a motivação mas que não gostava das manifestações do editor do Jornal Folha da Região (Arantes).

Questionado se alguém sabia de tal fato ele disse que não! Disse que reconhece nas imagens que ele mesmo, com sua mochila e seu capacete, sua moto e que foi ele mesmo que ateou fogo na empresa. Reafirmou que ninguém sabia dos fatos, somente ele mesmo.

“CHEGUEI A PENSAR EM TIRAR A VIDA DE ALGUÉM (UM POLÍTICO)” DISSE O AUTOR

Que antes dos fatos pensou em tirar a própria vida ou a de alguém (um político), pois não estava aceitando as medidas dos governantes de restrição quanto ao Covid-19.

Que após os fatos, cinco dias depois, no dia 23 de março, resolveu pegar o seu carro e partir para outro estado.

Que pegou um dinheiro guardado em casa e foi até a BR 153, parou em um posto, comprou uma mapa e saiu para outro estado, com destino a capital.

Que antes de iniciar a viagem parou entre as divisas de Olímpia e Severínia, um rio, onde acabou quebrando os seus três celulares e jogando-os no rio, tendo antes retirado apenas as baterias.

Que com pouco dinheiro foi para o local desejado mas quando passava por uma base da Polícia Rodoviária Federal, já naquela região, foi parado e ficou com medo de alguém ter descoberto o que tinha feito. Mas depois viu que era apenas uma abordagem de rotina já que até então ninguém sabia dos fatos anteriores.

Que seus familiares descobriram seu paredeiro pois eles tinham ido na delegacia. Que familiares entraram em contato com ele. Que seu irmão foi até o local buscá-lo pois não tinha condições de regressar.

Que quando retornou sua saúde mental estava alterada, razão pela qual procurou ajuda com um profissional de saúde mental.

Que está arrenpendido do que fez e que teria sido apenas para dar um susto. Que tem insônia e reafirmou que após a sua recuperação da Covid-19, sua situação se agravou ainda mais olhando as notícias ele ficava revoltado e que nem conseguia mais dormir, quando “brotou” a ideia na sua cabeça e ele foi lá e fez tudo aquilo.

Por fim que não conhecia o Jornalista Arantes pessoalmente, apenas pelo jornal. Que nunca teve qualquer desavença com ele. O autor acrescentou ainda que tal ato foi um ato de revolta contra a imprensa que não estava ajudando no combate à pandemia da Covid-19, finalizou.