DO DIÁRIO — Olímpia vem realizando desde o início da semana passada uma série de eventos em memória aos 93 anos da Revolução Constitucionalista de 1932. A programação começou no dia 2 de julho e se estende até hoje, 9 de Julho, Dia do Soldado Constitucionalista de 32, com atividades religiosas, cívicas e culturais voltadas à preservação da memória histórica e valorização dos heróis locais.
A abertura da Semana Constitucionalista “Benedito José Pereira Mindú” marcou o início das comemorações, no sábado, dia 5 de julho, com uma Missa em Ação de Graças, às 19h, na Igreja Matriz de São João Batista.
O ponto alto das homenagens ocorre hoje, quarta-feira, 9 de julho, data em que se comemora o Dia do Soldado Constitucionalista. Às 9h, será realizado um ato cívico na Praça Heróis Olimpienses de 32, localizada no Jardim Santa Ifigênia, com homenagens aos combatentes locais que participaram da revolta.
A solenidade contará com apresentações das oficinas de música da ABECAO – Associação Beneficente Cultural e Assistencial de Olímpia.
A semana é organizada pela Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, Núcleo Luiz Salata Neto de Olímpia, com apoio da ABECAO e da Prefeitura da Estância Turística de Olímpia.
A Revolução de 32
O 9 de Julho, feriado em todo o estado de São Paulo, marca o início da Revolução Constitucionalista de 1932, um dos principais movimentos cívico-militares da história do Brasil.
A revolução foi liderada pelos paulistas e teve como objetivo principal exigir do então presidente Getúlio Vargas a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, após a ruptura democrática causada pela Revolução de 1930. Vargas havia assumido o poder sem eleições, com apoio das Forças Armadas, e governava sob regime provisório, sem uma nova Constituição.
Com apoio de parte da sociedade civil, setores da elite, da imprensa e militares, São Paulo se rebelou em 9 de julho de 1932. Apesar de inicialmente ter contado com apoio popular em outros estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Mato Grosso, o movimento acabou ficando isolado e foi derrotado militarmente em 2 de outubro do mesmo ano, após quase três meses de combate.
Mesmo com a derrota nas armas, os constitucionalistas conseguiram pressionar o governo federal, que acabou convocando eleições para a Constituinte em 1933. No ano seguinte, o Brasil passou a ter uma nova Constituição.
A data simboliza, portanto, a luta pela legalidade, pelo estado democrático de direito e pela Constituição, e é lembrada especialmente em São Paulo como uma epopeia cívica.
Em cidades como Olímpia, que enviaram combatentes ao front, o 9 de Julho é comemorado com homenagens aos soldados constitucionalistas – heróis locais que lutaram e, em alguns casos, perderam a vida nesse ideal. – Fotos ABECAO