O secretário estadual de Saúde, Jean Gorinchteyn, convocou uma reunião emergencial com dirigentes de Secretarias de Saúde de 104 municípios da região de Rio Preto, inclusive de Olímpia, sob coordenação do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Rio Preto. Pediu que fossem “mais comprometidos” no encaminhamento de pacientes aos hospitais, manifestando sua insatisfação com a tabela de duplicação da tabela do SUS de realização de procedimentos de baixa gravidade no governo de São Paulo.

A Coordenadora de Saúde da DRS 15, Silvia Forti, conta que em junho foram feitas 225 cirurgias a menos do que o planejado, em vez das 821 que pretendiam. Ela explica que as 225 cirurgias a menos é o dobro do que deveriam receber pelo procedimento (porque não houve pandemia, nem mutirão de cirurgias em 2019). O número 225 a menos causou frustração porque estava muito aquém da meta mínima.

Segundo Silvia, a força-tarefa atende 9.824 pacientes da região que aguardam até quatro anos para cirurgias básicas, como catarata, varizes, cálculos biliares, hérnias de disco e cálculos renais. Atualmente, 1.700 desses procedimentos já foram realizados.

A reunião foi realizada para ouvir as explicações dos gestores de saúde sobre o porquê dessas cirurgias não terem sido realizadas.

Alessandra Zanovelli, gerente assistencial da Santa Casa de Votuporanga e explicou que a demora na realização dessas cirurgias se deve à dificuldade de entendimento do acordo que prevê que haverá dupla remuneração, o que gerou confusão entre a seleção e encaminhamento dos pacientes para cirurgia.

Jorge Fares, diretor da Funfarme, criticou a falta de comprometimento das Santas Casas da região. Ele sentiu que, como não havia centros cirúrgicos ou pessoal mínimo em muitas das Santas Casas da região, eles não estavam comprometidos com a realização de procedimentos de baixa complexidade.

O secretário discordou da fala, argumentando que dois meses era um tempo razoável para conhecer os critérios e determinar quem seria o mais indicado para liderar a DRS-15.

O hospital de Jaci foi citado como exemplo de hospital que está atendendo pacientes que precisam realizar procedimentos de varizes. O hospital tem 215 leitos e atende casos de cardiologia, oncologia e trauma, mas não consegue atender a procedimentos simples por falta de comprometimento da gestão da região, segundo Gorincheteyn. “Outras cidades do DRS precisam se envolver e levar pacientes de cidades onde a fila de espera é longa”, disse.

O secretário de Saúde de Rio Preto, Aldenis Borim, admitiu que há falta de espaço disponível para atendimento ambulatorial, por isso a fila está andando tão devagar. O hospital tem uma estrutura para ajudar na entrada e saída dos pacientes mais rapidamente, mas eles não estão atingindo seus próprios objetivos.

O DRS de Araçatuba já está recebendo pacientes de outras regiões, comentou o coordenador.

O governo do Estado deu um prazo até outubro para os pacientes fazerem suas cirurgias eletivas, depois que a força-tarefa sobrecarregou as clínicas em 30% da capacidade em agosto. As clínicas já têm muitas demandas, e o paciente tem que passar por muitos exames antes da cirurgia, sendo a cardiologia um deles.

São 54 procedimentos diferentes que podem ser realizados em sete especialidades médicas diferentes. A Secretaria Estadual de Saúde acredita que o investimento será de aproximadamente R$ 350 milhões.

Jorge Fares da Funfarme disse que a sua organização vai rever a lista de espera do Hospital de Base. Os funcionários entrarão em contato com os pacientes para saber se estão vivos, se já fizeram a cirurgia (pela demora e urgência, podem ter pago na rede privada), seus dados de contato estão atualizados (para evitar que sejam convocados e não localizados), e seus exames estão em dia (o que agilizaria o atendimento).

“Esperamos que essa lista seja menor do que o esperado, mas queremos contribuir mais revisando essa lista antes de transferirmos recursos para o hospital”, diz Jorge. Estima-se que com o repasse de recursos, o Hospital de Base possa realizar até 700 cirurgias eletivas por mês.

OLÍMPIA: ‘FÁBRICA DE CIRURGIAS’

O provedor da Santa Casa de Olímpia, Luiz Alberto Zaccarelli, aplaudiu a decisão do governo de incluir as cidades de Olímpia e Severinia no DRS de Rio Preto, “por se sentir mais ligado à gestão local”.

Sílvia Forti, coordenadora do encontro, que é olimpiense, ex-secretária da Saúda ne gestão do então prefeito Geninho Zuliani, hoje deputado federal, mencionou que “a Santa Casa é uma grande fábrica de cirurgias e só pode complementar as nossas necessidades”.

A região pode usar a capacidade de operação da Santa Casa de Olímpia para realizar cirurgias de baixa e média complexidades. O hospital tem 81 leitos e é capaz de atender muitas pessoas.