EXCLUSIVO — Em uma cerimônia na última quinta-feira (4), na Estância Turística de Olímpia, uma cápsula do tempo, enterrada há 40 anos na Praça Altino Arantes, aos pés de um obelisco, foi aberta, trazendo à luz um documento histórico valioso sobre a Maçonaria na cidade.

Há 40 anos atrás…
E hoje, 40 anos após, abrindo o ‘tesouro maçônico’ o Venerável Claudinei

Redigido por Celso Maziteli Júnior, e lido em Sessão Branca (aberta ao público e convidados) o texto fora depositado em 1984, durante os eventos comemorativos do cinquentenário da Loja Maçônica Renovadora Número 36. Fotos Loja Maçônica Renovadora 36, Neyson Francis, Canal Pimenta News e edição do Diário – Álbuns completos no final.

Gustavo Pimenta com os filhos de Edissom: Peterson e ‘Edisinho’

Neste domingo, 7 de abril, a Loja Maçônica Renovadora Número 36 completa 90 anos de Olímpia. A cápsula do tempo foi idealizada pelo então Venerável Edissom Jesus de Souza, à frente da Loja de 1982/84, para marcar os festejos do então Cinquentenário, cujo presidente da Comissão era Edil Eduardo Pereira. Edissom (in memorian) é pai dos empresários Edson e Peterson, da Souza Incorporações (loteamento Cidade de Lisboa e Porto Centro de Conveniência e Serviços).

Há 40 anos, depositando a Cápsula do Tempo

Graças ao maçom Gustavo Pimenta (Canal Pimenta News), o Diário trabalhou em colaboração para colocar fotos, documentos encontrados na cápsula, informações e objetos em ordem para recompor os primeiros 50 anos da Loja Maçônica Renovadora 36, tecendo também a história de Olímpia, das instituições, os seus personagens da própria história da cidade, da política de então.

Pimenta News e Diário, preocupados em manter a fidelidade das informações, traz agora o conteúdo autorizado pelo Venerável Claudinei Aparecido Queiroz, redigido por Celso Maziteli Júnior e, felizmente, praticamente legível após tantos anos e estragos do interior da cápsula (feita pelo saudoso Issao Nakamura, porém a pintura, com solvente, danificou parte de seu interior).

O que tinha na Cápsula

Na Praça Altino Arantes, maçons foram nesta quinta-feira (4) desenterrar a cápsula de abril de 1984. O venerável Claudinei, acompanhado pelos irmãos, entre eles Gustavo Pimenta, que cuidou de, posteriormente, resguardar o seu conteúdo, autorizou o procedimento e, aos olhos de todos, finalmente o seu conteúdo foi revelado.

Vários documentos, livros, atas, o livro-ouro idealizado para os festejos do Cinquentenário, a ata de fundação da Loja Maçônica Renovadora Número 36, cartas, chaveiros, moedas, caneta e paramentos maçônicos. Até uma carta para ser lida em 2009 (25 anos depois).

A História da Maçonaria e da Loja Renovadora 36

Datada de 7 de abril de 1984, a carta de Maziteli detalha os primórdios da Maçonaria em Olímpia, que teve início em 1922 com a fundação de duas importantes lojas: a Loja Centenário e a Loja Estrela de Olímpia. Após um período de inatividade, em 1934, esforços conjuntos de maçons locais, liderados por Páride Martinelli, resultaram na fundação da Loja Maçônica Renovadora de Olímpia Número 36, uma instituição que se tornaria um pilar na comunidade local e nas Maçonarias Paulista e Brasileira, confundindo-se com a própria história do município.

Administração da Loja Simbólica Renovadora de Olímpia 36 e Comissão Organizadora do Cinquentenário

Maziteli Júnior pede para que esse texto fosse lido na abertura da cápsula, o que foi feita no último dia 4: “Toda a história da Maçonaria em Olímpia encontra-se relatada. Espero que a mesma seja relida em loja quando a urna for aberta, como homenagem a todos os maçons nela citados. A Maçonaria em Olímpia surgiu em 1922, portanto, há mais de 50 anos, com a fundação de duas lojas quase simultaneamente. A Loja Centenário, subordinada ao Grande Oriente do Estado de São Paulo, foi fundada no dia 9 de julho de 1922, com o auxílio dos maçons da Loja Fraternidade Paulista de Barretos, tendo sido seus fundadores Dr. Sebastião Soares, Lindolfo Galvão, José Luiz de Campos, Salim Daud, Capitão Sebastião Antonio Marins, Nestor Cunha, Augusto Aidar, Claudionor Martins, Miguel Pedro Naime, Francisco José dos Santos Ruivo, João Haddad, Miguel Salim Aidar e Luís Moré. Esta loja funcionou até 1927, quando foi extinta. A outra, a Loja Estrela de Olímpia, era subordinada ao Grande Oriente do Brasil e foi fundada no dia 20 de julho de 1922 com o auxílio de irmãos do Oriente de Bebedouro, tendo sido seus fundadores: João Rocco, Laudelino Cabral, José Ribas, Antonio de Toledo, Miguel Aidar, Jesus Garcia e Mário Rodrigues de Souza. Esta loja funcionou até 18 de março de 1930, quando seus trabalhos foram suspensos. A Maçonaria Olimpiense, em vista do encerramento das atividades das duas lojas então existentes, permaneceu adormecida até 1934”, relata Celso Maziteli Júnior.

Ata da Sessão Preparatória de Fundação da Renovadora de Olímpia

O documento relata a saga dos fundadores da Renovadora de Olímpia: “Entretanto, graças aos esforços de dedicados irmãos inconformados com a situação, em 7 de abril de 1934, foi fundada a Loja Maçônica Renovadora de Olímpia Número 36. Cumpre ressaltar o hercúleo trabalho desenvolvido pelo incansável irmão Páride Martinelli na fundação de nossa Loja, pois, embora contando com o apoio dos irmãos que haviam sido filiados às duas lojas extintas, chamou a si a incumbência e, não medindo sacrifícios, conseguiu obter o beneplácito do Sereníssimo Grão-Mestre da Sereníssima Grande Loja do Estado de São Paulo, Dr. Benjamin Reis, auxiliado e orientado pelo Dr. Joaquim Teixeira Lino. Após frustradas tentativas, inclusive com reuniões na residência do irmão Páride Martinelli, por fim, no dia 7 de abril de 1934, há exatamente 50 anos, os maçons reuniram-se no salão da Sociedade Espanhola de Olímpia, na Rua João Pessoa, 125, e fundaram a nossa Loja Maçônica Renovadora de Olímpia Número 36, advindo seu nome do ideal de renovação que atingia a todos os irmãos”.

Maziteli Jr registrou os presentes à fundação: Victorino de Souza Barão, João Borges da Silva, José Ruiz Galhardo, Páride Martinelli, Antonio Augusto Fernandes, João Rodrigues Lopes, Alexandre Demétrio, Augusto Aidar, José Romera Lopes, Luiz Vilela e Joaquim de Oliveira.

O autor desse histórico da Loja Maçônica Renovadora 36 pede para que, na reabertura da urna, destaque-se as figuras de Páride Martinelli, coletor estadual, Antonio Augusto Fernandes, “um autodidata, homem de grande cultura, foi orador de nossa loja e fundou posteriormente as lojas de Fernandópolis e Populina (SP). Aliás, ele fundou a cidade de Populina, tendo instalado nela uma Loja maçônica”.

Livro Ouro para as Festividades do Cinquentenário

Além de trazer memórias dos esforços para reativar a Maçonaria em Olímpia após seu fechamento em 1937 por decreto do ditador Getúlio Vargas, o texto abrange a reabertura em 1943, a luta contra o vandalismo em 1944, e os frutíferos anos que se seguiram, com a admissão de membros influentes na comunidade. “Neste ano de 1934, a loja teve fortalecidas suas colunas com a filiação ou regularização de irmãos representativos da comunidade olimpiense, tais como: José Gomes, José Alves da Costa, Erwin Seignmartin, Tufil Malyly, Clóvis Biela de Souza Valle, Dicran Katalian, João Lopes Ocanha, Mario Vieira Marcondes, Armando Seno, José Lopes Ferraz, Francisco Bernardes Ferreira, Antonio Talarico, Diamantino Carvalheira, Basílio Abud, Salvador Carnevale e outros. Destaques para: Erwin Seynemartin, iniciado em nossa Loja e que atingiu o mais alto cargo na Grande Loja do Estado de São Paulo, tendo-se constituído em um dos baluartes da Maçonaria Paulista e Brasileira; Mário Vieira Marcondes, ex-prefeito; José Lopes Ferraz, ex-prefeito e ex-deputado estadual e federal, médico; Francisco Bernardes Ferreira, ex-prefeito, ex-deputado estadual, líder político, advogado e ocupou cargo na Grande Loja”.

Maziteli Jr registrou a primeira eleição e as dificuldades: “Em 4 de setembro, foi realizada a primeira eleição, sendo eleito para Venerável Mestre (cargo correspondente ao de presidente em sociedades profanas) o Irmão Victorino de Souza Barão, que comandou até 6 de junho de 1935. O funcionamento da loja, em seu início, foi bastante difícil, pois não havia local para as sessões, que foram realizadas graças à boa vontade de alguns maçons e membros da Sociedade Espanhola, que cederam suas instalações à Loja. Algumas sessões foram realizadas num pequeno salão cedido graciosamente pelo Sr. Valentino Ferranti, da Agência Ford, na Rua Joaquim Miguel dos Santos”.

Mas, veio a compensação com a aquisição do atual terreno: “Graças novamente ao esforço de nossos irmãos da época, foi adquirido do Sr. Amadeu Galmacci um terreno onde hoje se situa a obra do templo, que contava inicialmente com o trabalho dos irmãos aos domingos, mesmo em serviços pesados, amassando barro e carregando tijolos. Nesse período, a Loja passou a contar com outros membros importantes da comunidade: Badih Nassif Aidar, Miguel Said Aidar e outros”.

Agora sim, a ditadura de Vargas e ato de vandalismo contra o templo: “A Loja Renovadora de Olímpia Número 36 funcionou normalmente até 15 de outubro de 1937, quando, por decreto do Sr. Getúlio Vargas, foram fechadas todas as Lojas Maçônicas do Brasil, por motivos estritamente políticos dada a natureza ditatorial do regime que governava o Brasil. Somente em 15 de outubro de 1943, graças ao esforço e dedicação de alguns maçons, notadamente Sebastião José da Silva, João Rocco e Francisco Bernardes Ferreira, seis anos após o fechamento, a Renovadora voltou a funcionar, sendo seus reativadores os Irmãos Augusto Aidar, José Gomes, Clovis Biela de Souza Vale, Antonio Gomes de Andrade, Arthur Augusto de Campos, Salim Daud, Joaquim de Oliveira Júnior, João Rodrigues Lopes, Alexandre Demétrio, entre outros. Voltou a funcionar efetivamente apenas após as eleições de 1944, sendo seu Venerável o incansável Irmão Sebastião José da Silva”.

“A partir de então, nossa Loja passou a ocupar um lugar de destaque na Maçonaria Paulista e Brasileira, sendo reconhecida por decreto da Sereníssima Grande Loja do Estado de São Paulo em 22/03/1944. Neste período, o Sr. Mário de Oliveira Branco, apelidado de “Cara Larga”, promoveu atos de vandalismo na Loja, destruindo arquivos e inutilizando documentos e livros de atas. Ele foi processado, declarado isento de pena, mas sujeito a medidas de segurança com liberdade vigiada por um ano, conforme sentença de 26 de maio de 1945″, registra na cápsula do tempo Celso Maziteli Jr em agosto de 1984.

O legado de Celso Maziteli Júnior, ao ser revelado, não apenas honra os maçons citados, mas também serve como um lembrete do impacto duradouro da Maçonaria na história e desenvolvimento de Olímpia. “O período até o ano de 1950 foi profícuo para a Maçonaria de Olímpia, recebendo em seus quadros notáveis membros da comunidade, como David de Oliveira, Jorge Rimaik, Affonso Miessa, João Eduardo Pereira, Celso Maziteli, Otávio Sachetin, João Cunha, Eduardo Chaves, Renato Queiroz de Mello, Afro Sarti, Mário Ducatti, Napoleão Novaes, Custódio Ribeiro de Carvalho, Oscar Kloss, Astério Moreira, Adrubal Nogueira Marcondes, Atala Thomé, Humberto Mendes de Carvalho, Joaquim Oliveira Fernandes Mathias, Acácio Rebouças, Paulo Furquim, José Antonio Santana, Aldano de Almeida Camargo Júnior, Antônio Barbosa Sobrinho, Sebastião Calhado, Augusto Landi, João José da Cunha, Olympio Lopes Cançado, Alexandre Bonini, José de Campos, Hamilton Farane, Jorge de Souza Lopes, Adauto de Oliveira Serra, Wagner Soares Albergaria, Jorge Thomé, Juvenal de Quadros, Sebastião Lopes Fortes, João Lopes Lopes, Saulo Mazzer, Oswaldo Augusto Antunes, Padre Bichara Habib, Leandro Zampieri, Manoel Álvares, Arlindo Correa de Lara, Waldomiro Paiva Luz, Patrício Ruiz Moreno, Isauro Assis de Souza, Augusto Landi, José de Campos”.

Mais uma vez, Celso Maziteli Jr ressalta algumas personalidades: “Grandes nomes só podem ser comparados com David de Oliveira, que, com o final da década de 70 e início de 80, Afonso Miessa, que exerceu cargo na Grande Loja; João Eduardo Pereira, baluarte da Loja e da Maçonaria, vereador, exerceu o cargo na Grande Loja; Humberto Mendes de Carvalho, idem, tendo participado da administração da Grande Loja, sendo seu representante na Confederação das Grandes Lojas, realizadas no Uruguai, depois na Argentina; Joaquim de Oliveira Fernandes Mathias, que na década de 70 se sobressaiu como um dos grandes obreiros da Loja, sendo um dos responsáveis pela reativação da Maçonaria Filosófica em Olímpia, através das Lojas de Perfeição Padre Diogo Antonio Feijó e Sublime Capítulo Rosa-Cruz Rui Barbosa, tendo sido ao mesmo tempo, Mestre da Loja Simbólica e Presidente das outras; Acácio Rebouças, Juiz de Direito, fundou a Loja Filhos de Osiris Número 30, de São José do Rio Preto, auxiliado por irmãos de nossa Loja; Desembargador, Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Corregedor do mesmo, uma das figuras exponenciais da magistratura Paulista e Brasileira; Paulo Furquim, Ex-Prefeito de Olímpia, Ex-Vereador; Saulo Mazzer, Venerável Mestre em três gestões, um dos propulsores da Maçonaria Olimpiense, ainda na ativa, com frequência constante”.

“E, Isauro Assis de Souza, incansável batalhador das causas maçônicas, profundo conhecedor de sua história, tendo participado junto à mais alta hierarquia maçônica das decisões em grandes pendências. Destacam-se também, tendo exercido cargos públicos, os irmãos: Celso Maziteli – Vereador; Waldomiro Paiva Luz – Vereador e Presidente da Câmara Municipal, candidato a Prefeito Municipal; João José da Cunha – Vereador”, acrescenta o autor do registro histórico da Loja Maçônica Renovadora nº 36.

ELEIÇÕES: FRANCISCO BERNARDES x DR. WALDEMAR

Celso Maziteli Jr relata, ainda, um dos momentos difíceis da Loja, um embate eleitoral vivido pelos seus membros: “O ano de 1951 foi um dos mais difíceis para a Maçonaria olimpiense em virtude da campanha eleitoral para prefeito, na qual se empenharam quase que todos os membros da Loja, em ambas as facções políticas de então, que tinham como candidatos o irmão Francisco Bernardes Ferreira e o Dr. Waldemar Lopes Ferraz; no entanto, apesar do acirramento dos ânimos e das escaramuças ocorridas, graças ao atendimento aos princípios maçônicos, principalmente de solidariedade e união, o episódio foi superado e a Loja voltou a trabalhar com toda a sua força e vigor, tendo sido, já em março de 1952, realizado o 2º Congresso Regional das Lojas da jurisdição da Grande Loja de São Paulo com a participação de números coirmãos. Assim, a década de 50 passou com a Maçonaria olimpiense bastante ativa, mas sem grandes realizações”

A PARTICIPAÇÃO NA COMUNIDADE

O registro na cápsula do tempo revela ainda, que, “com a unificação da Maçonaria Paulista, a harmonia voltou ao seio da Grande Loja, e as Lojas jurisdicionadas, puderam trabalhar mais tranquilamente para suas comunidades. Os membros de nossa Loja tiveram uma participação maior na vida da cidade com a fundação das cooperativas de crédito e de consumo, Lions Club e Rotary, além de integrarem as diretorias da UECIO, Associação Comercial e Santa Casa”.

“Discorreremos sobre as cooperativas de crédito, essenciais para a participação da maçonaria, principalmente com João Eduardo Pereira na fundação e o posterior trabalho de Izauro Assis de Souza, Saule Mazer, Otávio Mariano de Siqueira e a presidência de Milton Gigliotti. Na área de consumo, destaca-se o trabalho do Dr. Humberto na sua fundação, tendo sido presidente, e de Décio de Oliveira Souza, João Brocanello, entre outros”, acrescenta.

“Comentamos também a diretoria da Santa Casa e da Associação Comercial. Ingressaram na Ordem, nesse período, Luiz Ittavo, João Evangelista Novaes Romeu, Bartolomeu José Ittavo, José Antônio Martins, Eduardo Pinto Narciso, Luís Raia Filho, Silvio Zeferino da Cunha, Eugênio Vitorazzo, Agostinho Gil, Dércio Remondi, Alípio Pereira da Silva, Décio de Oliveira Souza, Abílio Gothardo, Reginaldo Greco, Raul Cruz Filho, Oswaldo Alves Batista, Nabi Salomão Dib, Rubens Ribeiro de Souza, Dorival Martins de Souza, Nelson Mieko Barbosa, Benedito Borges, Honório Bello Martins e outros”.

Mas, relata Maziteli, “de 1965 até meados de 1975, a Maçonaria de Olímpia afastou-se um pouco da vida da comunidade, notadamente no aspecto político, dedicando-se mais a auxiliar os necessitados com a participação isolada de alguns irmãos nas administrações do Clube de Campo Álvaro Brito, Rotary Club de Olímpia e Lions Club de Olímpia”.

Foram admitidos neste período os membros Djalma Antônio Gabriel, Jair de Alencar, Dilceu Rodrigues Barbosa, Fausto Vieira Marcondes Filho, Otávio Mariano de Siqueira, Orico Inácio, Silvio Roberto Mathias Neto, Oswaldo Antônio Serrano, Manoel Francisco Kogo, Antônio Ittavo, “destacando-se como verdadeiro baluarte da Maçonaria Olímpia”. Como anteriormente mencionado, “o irmão Ângelo Ittavo, dotado de grandes e excelentes conhecimentos maçônicos, foi sempre auxiliado pelos irmãos João Eduardo Pereira, Isauro Assis de Souza, Saule Mazer, Eduardo Pinto Narciso e Joaquim de Oliveira Fernandes Matias”.

O relato continua, revelando detalhes importantes dos primeiros 50 anos da Loja Maçônica Renovadora 36: “Na década de 70, como já frisado anteriormente, a Loja Renovadora de Olímpia reviveu o apogeu ocorrido na segunda metade da década de 40, quando Humberto Mendes de Carvalho, Afonso Miessa, Acácio Rebouças, Isauro Assis de Souza escreveram páginas gloriosas para a Maçonaria olimpiense. Nesse período que ora vivemos, o acesso à Ordem tornou-se mais inclusivo, acolhendo vários cidadãos olímpicos que trouxeram muitas alegrias à Maçonaria”.

Foram iniciados na Ordem: João Roberto Lamana, Milton Campos, Santos Gil de Almeida, Wilson Zangirolami, Roque Bonadio, Pedro Baldan, Antônio Marretto, Hemigdio Ribeiro da Cruz, Zaidem Miguel, Antônio Carlos Fonseca, Francisco de Assis Labadeça, Edil Eduardo Pereira, Antônio Martins Correia, José Fernando Rizzatti, Raimundo Zeferino da Cunha, Edissom Jesus de Souza, Deonel Rosa, Marcel Remondi, Sérgio Sidnei Minari, Audemir Mateus Rodrigues Vilarinho, Fernando Geraldo, Francisco Ângelo de Oliveira, Natalino Ribeiro dos Santos, José Belarmino Ferrarezi, Irineu Viali, João Carlos Coti Gil, Newton Ferreira de Souza, Odilor José de Oliveira, Vicente Augusto Baptista Paschoal, Galib Jorge Tannuri, Reinaldo Galetti, Antônio Fernandes, Santo Galetti, José Carlos Duarte, Eduardo Correa, Luiz Carlos Gasperi, José Paulo Meloni, Celso Maziteli Júnior, José Geraldo Moreira Ragonezi, Pedro Augusto Landi, Milton Gigliotti, José José Sant’Anna Neto, Valdomiro Guimarães, João Brocanello Filho, Wilson Tereza, José Carlos de Souza Junqueira, João Marcelino Ruiz, Luiz Fernando Batista Gottardi, Reinaldo Pereira dos Santos, Jary de Figueiredo Dobes, Anésio Henrique Degasperi, Helito Carminatti, Josué Henrique Lameira, João Aparecido Contrera, Krausen Brasileiro Vieira, Marcelo Gil Munhoz, Mário Takahashi, Sebastião Ribeiro de Araújo, Ruy Ferrante, João Domingues da Silva, Jair Antônio Cabrelli, Ailton Antônio Di Marco, José Augusto Zambon Delamanha, Adair Madrid, Osvaldo Minari, Sílvio Seches, Jurandir Fonseca, João Sanches Fernandes, Antônio Carlos de Abreu, Horácio de Almeida Camargo, Wilson French Ortiz, Keiti Takeuchi, Milton Micheletto, e Manoel Sardinha Sobrinho.

Assim, a Maçonaria Olímpia passou a participar mais ativamente da vida comunitária e política. “Destacamos a fundação da APAE por Wilson Zangirolami e Manoel Sardinha, a Santa Casa de Misericórdia de Olímpia, presidida por José Rizzatti com o apoio de Edil Eduardo Pereira, que conseguiu equilibrar as finanças e inaugurar o pavilhão de pediatria”, conta Celso Maziteli Júnior.

Também houve a Associação Pró-Menor de Olímpia, uma iniciativa para amparar os jovens em substituição ao AOPROM “que se encontrava desorganizado”, sob a presidência de Walter Zucca Filho, cuja diretoria era composta por maçons.

A MAÇONARIA FILOSÓFICA

“A Maçonaria Filosófica, anteriormente inativa, foi reativada com a Loja de Perfeição Padre Diogo Antônio Feijó, fundada em 21 de outubro de 1953, e o Sublime Capítulo Rosa-Cruz Rui Barbosa, criado em 10 de junho de 1946, ambos revigorados graças ao empenho de Joaquim de Oliveira Fernandes Matias, Saule Mazer, Rubens Ribeiro de Souza e Edil Eduardo Pereira. Atualmente (em 1984), trabalhamos segundo o Rito Antigo e Aceito do Sublime Capítulo Rosa-Cruz Rui Barbosa”, revela o documento da cápsula do tempo.

Com a reativação da Maçonaria Filosófica, membros ilustres atingiram o grau 33º, o mais alto da ordem, como Humberto Mendes de Carvalho, Joaquim Oliveira Fernandes Matias, Rubens Ribeiro de Souza, Luiz Cavariani e José Laerte Pierin.

A LOJA AO LONGO DO PRIMEIRO CINQUENTENÁRIO

Em 1984, Olímpia estava sob a gestão do prefeito Wilson Zangirolami, e incluía vereadores como José Fernando Rizzatti e Antônio Martins Correia, refletindo a influência da Ordem na gestão municipal. “Ademais, maçons como Egídio Giacoia e Walter Mazotti, ex-vice prefeito, exerceram cargos na administração da Grande Loja do Estado de São Paulo”, registra o documento.

Membros da Loja Renovadora de Olímpia também desempenharam papéis cruciais no estabelecimento e fortalecimento de lojas maçônicas na região, como a Loja Maçônica Restauradora nº 111 de Catanduva, Filhos de Osíris nº 30 de São José do Rio Preto e muitas outras.

“No período recente (1984), destaca-se o trabalho de Edil Eduardo Pereira, presidente da Comissão de Festas do Cinquentenário da Loja, cuja dedicação foi fundamental para o atual sucesso da Maçonaria Olímpia”, assinala Celso Maziteli Jr.

Ao longo dos últimos 50 anos, os seguintes irmãos presidiram a Loja: Vitorino de Sousa Barão, José Lopes Ferraz, João Rocco, Sebastião José da Silva, Humberto Mendes de Carvalho, Afro Sarti, Salvador Carnevali, João Eduardo Pereira, Jorge de Sousa Lopes, Francisco Carlos Ferreira, Jaime Leal da Costa Neves, Ângelo Ittavo, Saule Mazer, Eduardo Pinto Narciso, Rubens Ribeiro de Souza, Joaquim Oliveira Matias, José Antônio Martins, e Edil Eduardo Pereira.