A promotora de Olímpia Valeria Andrea Ferreira de Lima, de Olímpia que recebeu sanção de advertência do Colégio de Procuradores da Justiça, na reunião de 18 de maio passado em processo administrativo disciplinar sumário, quer descobrir a origem do ‘vazamento’ do comentário ofensivo em rede social onde apenas participam promotores de Justiça.

O editor deste Diário, Leonardo Concon, recebeu notificação para que, no próximo dia 8, às 14h, na sede do Ministério Público de Olímpia, responda questionamentos dentro do processo administrativo impetrado pela Comissão Processante Permanente da Área Regional da Capital e Grande São Paulo, assinado pelo promotor de Justiça assessor Roberto de Almeida Salles.

Como foi amplamente divulgado, inclusive pela TV Tem, afiliada da TV Globo, a titular da 2ª Promotoria de Justiça do Fórum da Comarca de Olímpia, a promotora, em rede social privativa de sua categoria, ofendeu assistentes do Ministério Público. Na publicação de novembro do ano passado, ela se referiu aos profissionais como “legião de frustrados que ganham mal” e comentou que “com o tempo, analistas serão um problema”e “tem que passar longe da aprovação” (reprodução ao lado).

O processo disciplinar correu em segredo de Justiça. E foi divulgado em primeira mão neste Portal, já que publicado pelo Diário Oficial do Estado, embora não citando o nome da promotora olimpiense, mas com base no número do processo disciplinar.

Além de Leonardo Concon, os analistas da Promotoria Aline Vaciski Gallassi; Luís Felipe Velloso de Almeida Barbosa e Ataliba Monteiro de Moraes Filho, também foram ou serão ouvidos.

E O QUE A IMPRENSA TEM COM ISSO?

Leonardo Concon recebeu a notificação ontem, quarta-feira (27), e estranhou, mais ainda, que esta veio por Carta Precatória. Apesar de residir em Olímpia há 25 anos, o editor foi notificado em Penápolis (SP).

Leonardo-Concon

“Em primeiro lugar, não tenho nada a informar, e nem o farei, neste particular. Foi um fato amplamente divulgado no interior e pela televisão, inclusive, com destaque para o noticiário da TV Tem, afiliada da Globo, com sede em São José do Rio Preto. Não vi nenhum nome de jornalista ou editor da Globo nessa Comissão Processante”, disse Concon.

O editor disse, ainda, que “é natural que a imprensa noticie o que fazem, e o que manifestam publicamente, as autoridades pagas com o dinheiro do povo. Neste caso, o comentário, ainda que publicado em rede onde só participam promotores, mesmo assim é uma rede social e, como houve, ocorrem vazamentos. Se a promotora em questão acha que, quem ganha pouco, é frustrado, pobre do povo brasileiro, e que não acha nada, não é mesmo?”

E, concluiu: “A promotora sabe muito bem que a Constituição Federal protege as fontes e, no meu caso, só publiquei após a divulgação na TV Tem, porque nem sabia do caso. Agora, ela quer saber de onde vazou? Ora, do próprio grupo dele que, enfim, não é tão amigo assim dela. E só para arrematar: classifico essa oitiva como tentativa de censura e de amedrontamento que, a mim, ofende também”.