O Diário entrevistou, com exclusividade, uma das referências regionais e até nacionais, do mundo dos CAC’s, ou seja, Colecionadores, Atiradores e Caçadores: o Samurai Caçador. Ou melhor, Mardqueu França Filho, além de CAC é advogado, instrutor de tiro, palestrante, vereador e presidente da Câmara Municipal de Monte Azul Paulista e é autor de lei municipal que reconhece os CAC’s como atividade de risco, em sua cidade, podendo assim agir, mesmo com apoio do Estado, em sua legítima defesa. Esse projeto também está sendo estudado em Olímpia. A íntegra está abaixo (ruídos externos nos oito primeiros minutos somente):

O Samurai, ele gosta de usar o seu alter ego ao invés do verdadeiro nome, discorre sobre diversos temas relacionados aos CAC’s, inclusive o controle e manejo do tiro esportivo ao Javali, único animal permitido pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), como ser um CAC – processo que leva mais de um ano, podendo chegar a um ano e meio incluindo a burocracia para adquirir arma e porte; e muito mais, desmistificando a caça, muitas vezes vista com sentimentalismo, e defendendo que, como na Argentina, o Brasil adote a caça esportiva em espaços específicos, também como forma de Turismo.

“O Samurai é cristão, família cristã, defende o conservadorismo, é toda uma personificação daquilo que buscamos, é um defensor da legítima defesa e lutamos pelos CAC’s desde 2013, e estamos lutando para integrar essa categoria na sociedade, no começo trabalhamos com certa rejeição, não se entendia corretamente o que era o tiro esportivo, e aos poucos fomos desmistificando esse preconceito ruim”, identifica-se Mardqueu, ou melhor, o Samurai Caçador.

Ele ressalta que não é no atual governo Jair Bolsonaro que a legítima defesa, o porte de arma, vem sendo debatido: “Começamos em 2013, governos Dilma, Lula, Temer, para que entendessem a necessidade do tiro esportivo, tanto que hoje temos até medalhista olímpico nessa categoria”, acrescentando que a caça ao Javali teve início também em 2013, com a liberação do IBAMA, e hoje a população está mais esclarecida que é preciso controlar esse animal exótico, não é de nossa fauna, não é nativo, é onívoro, destrói tudo por onde passa, não tem agricultura, aves, e até humanos, que ele não prejudique e até machuque’.

Ainda sobre a importância da caça ao javali, o Samurai Caçador esmiúça detalhes para melhor compreensão: “O Javali foi introduzido pela gana comercial de restaurantes que queriam essa carne considerada exótica, em meados de 1986, e perdeu-se o interesse, e também o controle de reprodução, não é mais viável comerciante, e isso impactou negativamente no meio ambiente, em nossas vidas, ele polui o meio ambiente, estraga onde pisa, onde quer se alimentar, todo animal que competir com ele perde, temos vídeos onde ele ataca os nossos lagartos, assim como pequenos animais, ele come ovos, contamina as águas, ele tem cascos portanto pode disseminar o cancro cítrico, tuberculose, assim declaramos que o javali é contra o meio ambiente”, e arrematou: “Quem for a favor do javali, é contra o meio ambiente, não é nosso, não é domesticável, e não existe um agricultor que plante milho ou mandioca, ou o que for, que queira esse animal por perto”.

QUER SER UM CAC? PREPARE-SE

Ser um CAC (Colecionador, Atirador, Caçador) não é tarefa simples. “Se minha filha apresentar-me um CAC como futuro marido, tem a minha aprovação, e por que? CAC é gente do bem”, exemplifica o Samurai Caçador. E tem razão: leva de 12 a 18 meses para se obter o certificado de CAC, idade mínima de 25 anos, residência fixa, não ter ‘nenhum senão’ em todas as certidões militares, policiais, federais e de várias instâncias, e leva um tempo de um ano, em média”.

E depois, compra-se uma arma como em alguns Estados americanos, como em um supermercado? “Essa ideia é errada sobre o porte de arma, não é entrar no mercado escolher a arma, a munição desejada, e ir para casa, isso sim é perigoso e irresponsável”, assinala Mardqueu.

“Também tem que juntar todas as certidões negativas, em todas as instâncias, militares, policiais, federais, e ainda um exame psicológico, encaminhar ao Exército e aguardar de três a seis meses a resposta, aí sim você se tornar um CAC, se for aprovado, por isso digo e repito, todo CAC é um cidadão de bem”, explica.

O Brasil tem quase 1,1 milhão de CAC’s, Olímpia, segundo o Samurai, “são centenas”.

A LEI MUNICIPAL QUE DEFENDE OS CAC’s

E, diante desse quadro, o presidente da Câmara de Monte Azul, deixou o alter ego em segundo plano e assumiu como Mardqueu, fazendo aprovar, por unanimidade, projeto de lei conferindo a legitimidade do CAC em seu município de legítima defesa, de deslocar-se de casa ao clube de tiro ou local da caça esportiva.

“Nós, CAC’s somos vulneráveis em trânsito, não dentro de casa, porque lá estamos seguros e a marginalidade sabe bem disso, hoje a criminalidade pensa mais quando vai invadir uma residência, porque sabe que pode ter um CAC bem armado, mas no trânsito podemos ser vulneráveis, só em Monte Azul vários foram vítimas, até a mulher de um deles, felizmente com vida, mas levou um tiro. Então, esse projeto vem declarar que aqui no município temos o nosso direito reconhecido de legítima defesa, com apoio do Estado”.

Cerca de 50 cidades, segundo ele, tem adotado essa mesma lei da qual Monte Azul Paulista foi pioneira, inclusive em Olímpia o projeto está sendo rascunhado pelo vereador Sargento Barrera, na Câmara Municipal. São elas: Araçatuba, Campina Verde, São José do Rio Preto (na Câmara), Panorama, Campinas, Lins, Presidente Prudente “e uma gama enorme de municípios nos pedindo o projeto para que reconheçam, igualmente, a efetiva necessidade e reconhecendo que os CAC’s estão presentes e que tem, sim, o direito à legítima defesa com apoio do Estado, claro”.

Com essa lei, o cidadão de bem pode buscar o seu porte de arma, dentro de toda a burocracia que vasculha a sua vida, com certidões e exame psicológico.

Na Assembleia Legislativa do Estado esse projeto está parado nas Comissões. “Estamos nesse trabalho de conscientização do manejo do javali há nove anos, conscientizando as pessoas, as autoridades, e por isso mantemos as nossas redes sociais no Facebook, Instagram e Youtube como Samurai Caçador, está tudo lá, basta procurar, nos seguir, e se quiser, a gente explica de novo”.

Olhando fixamente para a câmera do Diário, o Samurai dirigiu-se ao expectador: “Eu digo olhando para os senhores, para as senhoras, quando decide-se tornar um CAC, ou comprar uma arma dentro da legalidade, a pessoa toma uma decisão indelével de liberdade, de não ter que depender de mais ninguém para exercer a sua segurança, ela declara para si mesmo que não vai somente ligar para 190, mas que, se for necessário, ela defenderá a sua vida e a de sua família, e o seu patrimônio, claro que com auxílio do Estado, mas não dependerá só dele, é preciso ter essa liberdade, essa consciência”.

O TURISMO DA CAÇA ESPORTIVA

Mardqueu, ou Samurai Caçador, discorre sobre a importância da Caça Esportiva que, no Brasil, é proibida, exceto ao controle e manejo do javali. Recentemente ele esteve na Argentina, onde lá existem espaço próprios, investimentos de milhões em infraestrutura, para caçadores de todo mundo irem lá e buscarem ‘os seus prêmios’.

“Estamos perdendo dinheiro com esse Turismo”, assinala. “Na Argentina, o turismo de caça movimenta milhões, cria-se animais em espaço próprios para que depois turistas de outros países participem, além disso há ainda o comércio de acessórios, de armamentos, toda uma economia que gira ao redor, sem contar empregos e impostos gerados”, justifica.

O Samurai Caçador, mais uma vez, é taxativo ao desmitificar a figura do caçador: “Tem que parar com essa pregação de que o atirador, o caçador, seja mau, que é uma figura do velho oeste, é um ledo engano”.

NO “FANTÁSTICO”, DISTORÇÕES

E foi com essa imagem de que ‘caçador é mau’, que uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, infiltrou em uma palestra do Samurai e, segundo ele, “distorceu completamente, pinçando frases fora de contexto, e entrando em uma palestra aberta, pública, a reportagem não precisa entrar escondida, filmar escondido, bastava entrar, fizeram uma dramatização toda falseada”.

“Naquela palestra eu disse e repito, que não se combate o javali com flores, e é sim uma necessidade o seu abate, quem for a favor dele é contra o meio ambiente, já disse e repito, temos que assegurar o acesso às armas, não se combate o animal com beijo, é um controle ambiental, inclusive humanizado, porque usamos calibres suficientes para o abate com o mínimo de sofrimento, ou nenhum, ninguém fica com dó de abater uma barata ou um rato”.

A LUTA QUE PODE IR AO PARLAMENTO ESTADUAL

Finalmente, sabendo que Mardqueu é vereador, presidente da Câmara e tem uma luta em favor dos CAC’s, o Diário perguntou se ele tem pretensões eleitorais. Sim, tem. “Colocamos a nossa pré-candidatura á disposição, acreditamos na legítima defesa, na liberdade de escolha de ter ou não uma arma, no conservadorismo, na defesa do pai de família, no patrimônio que é o bem mais sagrado de conquista do trabalhador, acreditamos na produção rural, na bandeira de tudo o que estamos trabalhando atualmente, temos muito o que desburocratizar no manejo do javali, então todo cidadão, CAC ou não, pode contar com o meu trabalho hoje e, se Deus quiser, na Assembleia Legislativa”, revela.

Quer saber mais? Entre nas redes sociais do Samurai Caçador: