Entrou em vigor, em Olímpia, através de lei promulgada no início deste mês, a Política Municipal de Mobilidade Urbana, objetivando proporcionar o acesso amplo e democrático ao espaço urbano, priorizando os meios de transportes coletivos e não motorizados, de forma inclusiva e sustentável.

Amaury Hernandes, diretor-presidente da Prodem e Coordenador do Plano de Mobilidade Urbana, destaca a importância da diferenciação entre Mobilidade e Acessibilidade.

“A mobilidade faz com que as ruas tenham maior fluidez, garante vias mais rápidas e seguras. Já a acessibilidade permite acessar os locais através de faixa de pedestres, rampas, estacionamentos e locais apropriados para o embarque e desembarque.”

amaury“Uma via com trânsito rápido muitas vezes terá trechos onde não há acessibilidade, pois é necessário tirar a travessia de pedestres deste local para garantir a fluidez e segurança. É preciso definir pontos estratégicos para que os dois andem em sintonia”, segundo Amaury.

A mobilidade urbana pode ser entendida como o conjunto de deslocamento de pessoas e bens, com base nos desejos e nas necessidades de acesso ao espaço urbano, mediante a utilização dos vários meios de transportes.

E sua política deve atender a pelo menos cinco princípios:

  • reconhecimento do espaço público como bem comum
  • universalidade do direito de se deslocar e de usufruir a cidade
  • sustentabilidade ambiental nos deslocamentos urbanos
  • acessibilidade ao portador de deficiência e segurança nos deslocamentos.

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O Plano de Mobilidade Urbana melhora, organiza e planeja o desenvolvimento das cidades. Nele são estabelecidas diretrizes de meios de locomoção e infraestrutura, contribuindo para um desenvolvimento urbano sustentável e tendo como objetivo principal a melhoria da qualidade de vida da população.

“Não só em Olímpia, mas todas as cidades necessitam ter um Plano de Mobilidade Urbana. O aumento no número de carros nas ruas e a falta de planejamento urbano adequado nas grandes e pequenas cidades fez o trânsito piorar muito nos últimos anos, e com isso a população perde em qualidade de vida. As cidades crescem a todo instante e é preciso ter um planejamento urbano de qualidade para que este crescimento não seja desordenado, evitando problemas no futuro”, explica o arquiteto urbanista Sebastião Pelegatti, colaborador do Plano de Mobilidade.

Pelegatti acrescenta que o Plano irá trazer funcionalidade ao Município estabelecendo medidas para melhorar áreas existentes, planejar áreas futuras, fornecer uma estrutura adequada para a utilização do transporte público, criar ruas e avenidas mais seguras e incentivar a população a criar novos hábitos para a utilização de outros meios de locomoção. “Não somente o carro de passeio individual. Sem um planejamento urbano adequado a população perde em qualidade de vida, as cidades ficam inseguras e geram grandes impactos ambientais”, observa.

bike_creditoBrunoNamoratoSM2FotografiaEntre as melhorias e facilidades que o Plano de Mobilidade irá trazer para o município, estão as alternativas para os meios de locomoção e um transporte público de qualidade para a população; investir em ciclovias para o uso seguro da bicicleta.

Não só para o passeio e sim para que o cidadão possa utiliza-la para ir e voltar do trabalho (pequenos e médios percursos); criar bicicletários ao longo das avenidas, onde será possível alugar bikes através de aplicativos de celular, beneficiando turistas e moradores locais; implantação do calçadão na área central da cidade, trazendo mais segurança aos pedestres e a criação de ilhas de apoio para que as pessoas se sintam mais a vontade ao fazer suas compras no comércio local; garantir a segurança nas Unidades Escolares através de alterações no trânsito (sentido único) e sinalização horizontal e vertical adequada; prever locais apropriados para implantação de pontos de parada do transporte coletivo sempre que for feito o projeto de novos loteamentos. Estas áreas irão permitir que os usuários façam o embarque e desembarque com segurança.

bontur_thumb“Um dos desafios atuais nas cidades é a falta de locais apropriados para a implantação de pontos de ônibus, devido à falta de um planejamento no passado. O local ideal para executar um ponto são as áreas amplas e públicas (praças, parques, escolas e hospitais) e muitas vezes estas áreas acabam ficando longe uma das outras sendo necessário colocar o ponto de parada em frente a alguma residência que possui o espaço restrito, dificultando assim a execução correta”, destaca Pelegatti.

Do Plano consta também implantar calçadas nas dimensões estabelecidas por normas técnicas, facilitando o passeio público e garantindo a acessibilidade de portadores de necessidades especiais e idosos, dentre outros.

“Em resumo: o Plano de Mobilidade Urbana vai direcionar o caminho correto para a organização do crescimento das cidades e propõe alternativas para melhoria de áreas existentes. Nele estão envolvidas questões sobre meios de transporte mais eficientes, infraestrutura, acessibilidade, ruas e avenidas mais seguras e organização espacial. Através do Plano de Mobilidade Urbana é possível planejar de forma clara o futuro de nossas cidades, deixando elas adequadas, funcionais, acessíveis e menos poluentes”, conclui o arquiteto.