Mais um olimpiense foi vítima de empréstimos consignados não autorizados em seu nome. E, naturalmente, a vítima é sempre um aposentado. A vítima tem 69 anos, morador no Jardim Paulista, em Olímpia. Segundo Leonardo Simões, coordenador do Procon local, somente este ano foram 12 reclamações dessa mesma natureza, envolvendo o C6 Bank. “Isso é muito corriqueiro, infelizmente”, disse Simões.

Ele deu queixa na Delegacia de Polícia de que está com uma dívida de R$ 24.209,73, através de dois empréstimos consignados que não fez do Banco Ficsa (atual Banco C6 Consignado, controlado pelo C6 Bank), um banco virtual.

Ao consultar o seu extrato bancário, constatou a dívida de dois empréstimos consignados, ambos com 84 parcelas para pagar, cerca de R$ 600 nos dois títulos, mensalmente.

Um empréstimo consignado não autorizado é de R$ 4.971 e o outro de R$ 19.238,73, feitos em janeiro deste ano. Portanto, há três parcelas de R$ 600 cada vencidas.

Golpistas tem descoberto dados bancários de aposentados e fazem esse tipo de empréstimo e, pior, o C6 Bank autoriza sem o aval do próprio dono da conta, já que a conta é virtual.

O aposentado não foi o único. O Procon-SP notificou o C6 Consignado após serem registradas 149 reclamações em apenas um mês referentes a empréstimos consignados não contratados pelos consumidores, isso no final do ano passado. Até agora, esse número deve ter dobrado ou triplicado.

Em Olímpia, segundo Leonardo Simões, coordenador do Procon local, somente este ano foram 12 reclamações dessa mesma natureza, envolvendo o C6 Bank. “Isso é muito corriqueiro, infelizmente”, disse Simões.

Segundo o diretor-executivo do Procon-SP, Fernando Capez, a atuação do banco é ilegal, já que os créditos consignados exigem a assinatura em contratos “com cláusulas claras e ostensivas”. “Está tudo errado o que está acontecendo. Sem dúvida alguma a infração é gravíssima e não ficara só no âmbito do Procon a tomada da providência”, afirmou.

Em contato com o UOL, o C6 Bank afirmou que não faz “venda direta de consignado” e que “descartamos o correspondente bancário, parceiro na oferta, em qualquer situação de não conformidade”. “Ressaltamos que todos os casos são resolvidos sempre sem prejuízo ao consumidor. Adotamos as melhores práticas do mercado nos contratos. Além disso, estamos dando um passo a mais e validando os contratos por meio de reconhecimento facial, para garantir que realmente foi o cliente que fez a contratação”, afirmou, em nota. O Procon defende, ainda, que a empresa devolva os valores indevidamente cobrados dos consumidores em dobro, de acordo com o Código de Defesa do Consumidor.

MULTA DE R$ 7 MILHÕES

O Procon-SP multou o C6 Bank após receber várias reclamações de consumidores surpreendidos com depósitos em suas contas bancárias frutos de empréstimos consignados. A multa, de mais de R$ 7 milhões, será aplicada através de um processo administrativo e a empresa tem direito à defesa.

De acordo com comunicado do Procon, os clientes da instituição financeira não solicitaram e nem autorizaram os empréstimos e, ao procurar o C6, não conseguiram resolver o problema. “Ao conceder sem autorização e fazer um desconto das respectivas parcelas, o Banco cometeu uma prática abusiva”, explica o Procon.

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