Não foram encontrados os três celulares jogados no Riacho Córrego do Capim que o bombeiro bombeiro municipal, Claudio Baiano, que confessou ter ateado fogo na sede da Folha da Região, disse ter jogado antes de fugir para o Espírito Santo, e que a família e a população imaginava que estive desaparecido.

O atentado a incêndio atingiu também a residência da família do jornalista José Arantes, na madrugada do último dia 17. Os bombeiros fizeram a procura ontem, segunda-feira (5), a pedido do delegado titular que preside o inquérito, Marcelo Pupo de Paula. A suspeita era de que a intenção do incendiário era se desfazer de provas de um possível mandante.

Reveja a entrevista do delegado de 1º pp.:

 

O bombeiro incendiário ficou internado por quatro dias no Hospital Psiquiátrico Bezerra de Menezes, em Rio Preto, mas, devido à pandemia de Covid-19, teve alta para recuperação domiciliar acompanhado por profissionais e tomando medicamentos, segundo declarou o advogado Leo Cristian Alves Bom, em entrevista à Rádio Espaço Livre AM, nesta manhã, que também descartou que a ação de jogar os telefones no riacho fosse para desfazer de provas de mandante, ou mandantes, mas sim para ‘ficar livre de pessoas importunando durante a sua viagem’.

Leo Bom revelou que o bombeiro ficou internado no Bezerra de Menezes, mas acabou tendo alta devido ao risco da Covid-19, e que continua acompanhado por profissionais e, segundo ele, “medicamentos fortíssimos”. O advogado diz que o bombeiro “tem uma capivara limpa (jargão utilizada no meio possível para designar ficha de antecedentes criminais), uma vida ilibada nos seus 25 anos de carreira como bombeiro municipal” e jogou a culpa na sequela da Covid-19, que Cláudio disse que teve, para o atentado a incêndio na Folha da Região, além da discordância da linha editorial: “A doença afetou as suas células cerebrais, abalou o seu psicológico, e vamos provar com os laudos médicos e psiquiátricos”.

Questionado como um bombeiro municipal, que tem um vencimento bruto R$ 4,5 mil, mas que o líquido é de pouco mais de R$ 1,5 mil, segundo o Portal da Transparência, teria dinheiro para fugir para o Espírito Santo, o advogado disse que ele saiu da cidade, após o crime, com o tanque cheio, levando a sua bicicleta, e que no destino iria vender o veículo. Uma tese pouco sustentável, em tempos de pandemia, turismo quase fechado e mais dispendioso. E se estivesse sem dinheiro, e os celulares ‘limpos’ de provas, bastaria vendê-los. A investigação do delegado Marcelo Pupo está fechando todas as pontas desse álibi, segundo informações.

E quem paga os honorários do advogado Leo Bom? “A família que fez vaquinha, uma entrada em mais dez parcelas, eu cobro baratinho, acessível”, disse o advogado.

Por fim, o bombeiro incendiário continua livre já que o delegado Marcelo Pupo já explicou que ele tem “bons antecedentes e residência fixa”, e o advogado confirmou que “Cláudio tem todos os requisitos para responder em liberdade”, mas não descarta que o delegado possa, ao final das investigações, concluir e pedir a prisão preventiva do bombeiro, hoje afastado de suas funções pelo prefeito Fernando Cunha.

Por falar no prefeito, o advogado descartou que ele tivesse citado o nome do prefeito Fernando Cunha quando disse que “queria matar um político”. “Ele estava descontente com as ações governamentais, em todas as esferas, no combate ao Covid, desorientado mesmo, mas não citou o nome do prefeito Fernando Cunha”, concluiu.