Médica Cubana, Tatiana Lago Columbie, desmente ‘escravidão’, ‘injustiças’ e reafirma: “Viemos promover e prevenir na Saúde da Família”

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O programa Diário ao Vivo, do Diário de Olímpia.Com, entrevistou com exclusividade na edição desta sexta-feira (16), que foi ao ar nas redes sociais Facebook, YouTube, Periscope e Twitch, a médica cubana Tatiana Lago Columbie, que está há quatro anos no atendimento da Saúde da Família, em Olímpia.

Com a imposição do presidente eleito Jair Messias Bolsonaro em mudar as regras do contrato do programa ‘Mais Médicos’, Cuba não concordou e, assim, 11 mil médicos em todo o País, 13 deles na região – sendo cinco em Olímpia, deverão deixar o País até o final deste ano.

Em quase 50 minutos de entrevista, a médica expôs como é a vida em Cuba, tão criticada por aqueles que, segundo ela, confundem Socialismo com Ditatura. “Lá não é ditadura, socialismo é querer igualdade em coisas básicas, como Saúde, Educação, Segurança, não há escolas e nem hospitais particulares, os 70% que consideram que é injustiça, não vejo assim, vai servir para que todos lá continuem tendo direitos iguais e também bancar o sustento de meu filho de oito anos, e da família que deixei lá”, explica.

Tatiana (esq.) com cunhada, sobrinho (no colo), filho, irmão e mãe, todos em Cuba.

Todo o ensino é gratuito, inclusive material escolar, uniformes, alimentação. “O meu filho, de uma médica, é tratado igual ao filho de um trabalhador agrícola, não tem diferença”, esclarece. No seu caso, os seis anos de Medicina são bancados integralmente pelo governo, os três primeiros ensino teórico, os três restantes dando aulas e residências. Depois de formada, trabalhou por dois anos em serviço social no interior do País. Para atender o que no Brasil se chama Saúde da Família, estudou mais três anos, nas áreas criança, adulto, gestantes, por exemplo.

Cuba é reconhecida como uma das Saúdes mais avançadas do mundo, a sua mortalidade é uma das mais baixas mesmo se comparando com países maiores e modernos. Assim ocorre na Educação, nos Esportes, por exemplo, contou a médica.

Em Olímpia, está atendendo na UBS do bairro São José. Trabalha das 8h às 17h, com uma hora de almoço – expediente que médicos brasileiros não aceitam, ainda mais ‘batendo ponto’. Das 40 horas semanais, 32 são para atendimentos generalistas e oito para consultas pré-agendadas em domicílio.

“Viemos promover e prevenir em termos de Saúde da Família. O contrato iria até 2020, parece que o presidente Temer estendeu até 2023, uma pena acabar assim”, assinala.

Tatiana em consulta domiciliar – oito horas por semana com essa atividade

Durante os quatro anos, segundo o contrato, ela trabalhava 11 meses e tinha um mês de direito a férias, sem contar que, no seu caso, feriados prolongados também poderia ir para o seu País – neste caso, preferiu passar o período de carnaval também com a sua família em sua terra natal.

Ela se casou com um olimpiense, o que lhe daria o direito de ficar ou mesmo do marido entrar em Cuba. “Não é uma decisão que vou tomar sozinha, sei que fiz muitos amigos, seja particulares, seja pacientes, que querem que eu fique, mas tenho filho pequeno, mãe, irmão, sem o contrato vou ficar desempregada, de fome não morreria, mas me formei médica, estudei até agora para trabalhar, essa é a minha missão”, disse Tatiana.

Quer saber mais? Confira na entrevista que começa logo após as ocorrências policiais com Cléber Luís (Difusora AM).

POSIÇÃO DO SECRETÁRIO

Para o secretário da Saúde de Olímpia, Marcos Roberto Pagliuco, os médicos cubanos irão fazer falta em Olímpia: “O que mais chama atenção nos médicos cubanos que atuam em Olímpia é o comprometimento deles com a saúde pública. Eles são lapidados para dar um atendimento mais humanizado como médicos da família e são extremamente resolutivos com os pacientes. Nós tivemos a felicidade em Olímpia, já que eles abraçaram o município como se fosse a casa deles. Se realmente isso ocorrer, acho que dificilmente vamos conseguir suprir essa lacuna deixada por eles, já que eles têm um carinho e olhar completamente diferenciado”

 

3 COMENTÁRIOS

  1. *

    Tapeando ao Chávez
    “a medicina melhor
    do mundo” fracassa?

    Quantos pacientes
    tupiniquins “pajelança
    cubana” envenena?

    Às bolivarianas
    negociatas “saude
    do povo” interessa?

    – FLASh

    https://m.oglobo.globo.com/mundo/em-cuba-erraram-diagnostico-tratamento-de-chavez-diz-medico-venezuelano-7662642
    https://twitter.com/SimoneRJ_BR/status/1063918632353374209?s=08
    https://twitter.com/WinstonLing/status/1063892915670310912?s=08

    .

  2. Dra Tatiane, doutrinada, abnegada,resignada e docilmente Leal aos princípios socialistas . Você mãe deixaria seu filho com 4 anos para trabalhar em um outro país? Sim , se ele e você estivessem vivendo com dificuldades de toda sorte, com racionamento de alimentos,sem dinheiro e recursos, vida sem esperança, nem futuro!!! Então é melhor mesmo tentar qualquer coisa. O comando cubano não permite ao médico levar familiares e se garante também em ficar com todos os documentos relativos ao credenciamento profissional do médico. É a garantia de que ele vai voltar. Por isso, a grande maioria vai voltar.