O ex-prefeito de Barretos, Emanoel Mariano Carvalho, foi entrevistado nesta segunda-feira (23), pelo programa Direto da Redação, de O Diário Online (Grupo Monteiro de Barretos), com apresentação de Giuliano Capucho e comentários de Odair Silva, e entre as perguntas culpou a classe empresarial de Barretos que não investe na cidade.

Emanoel cita o ‘case’ de Olímpia, hoje Estância Turística de Olímpia, o que Barretos ainda persegue. A partir da iniciativa de Benito Benatti que viu a oportunidade de aproveitar as águas quentes da Petrobrás para desenvolver um parque aquático e, daí em diante, a iniciativa privada veio atrás, e com a gestão pública dando todo o suporte para isso, o que não ocorre em Barretos, disse o ex-prefeito.

“Eu acho uma covardia colocar a culpa nos outros, a gente não sabe assumir as culpas que a cidade tem, a cidade tem muita culpa numa série de coisas que a gente vai discutir aqui hoje, por exemplo, quando a gente fala de Olímpia, da pujança de Olímpia, nas Thermas, a gente tem que dizer que o poder público em Olímpia, talvez, seja o menor responsável pelo sucesso de Olímpia”, assinalou Emanoel.

E, apontou: “O sucesso do Olímpia está na área privada, as pessoas estão investindo em Olímpia, as pessoas querem colocar dinheiro em Olímpia, e isso aconteceu basicamente por causa de um pioneiro, que foi Benito Benatti que aproveitou um poço profundo, com águas quentes, e começou o Thermas, e a partir daí todo o progresso de Olímpia veio atrás”.

O ex-prefeito de Barretos prossegue em seu raciocínio: “Então, em Barretos existe essa dificuldade do setor privado colocar dinheiro, as pessoas preferem comprar terras,  preferem investir no seu ramo, quem tem dinheiro prefere ficar no banco, ou fazendo o ‘seu próprio banco’ gerando boletos, e aí nada de investimentos”.

E aí, Emanoel cita ‘a covardia’ que citou no início: “Aí, muitas vezes, as pessoas cobram do poder público, que ele faça alguma coisa, quando na verdade o prefeito é o viabilizador, no caso da Paula (Lemos, atual prefeita), como eu fui no passado, que a gente tem que ser uma pessoa que viabiliza, que dá possibilidade para isso, e eu posso falar isso com muita tranquilidade que, na minha época, tivemos um embate sobre o Daw Farms, que ia para José Bonifácio, eu gastei horas e horas com pessoal prometendo a infraestrutura para que eles viessem para cá, o mesmo com o Serginho da SR que queria ir para Curitiba, então o prefeito tem que fazer esse papel, mas o ponto final é da iniciativa privada”.

Quando foi prefeito, Emanoel disse que tinha três prioridades: as águas, o aeroporto e o parque tecnológico, mas Barretos, ao contrário de Olímpia, não fez a sua parte: “Ainda naquele tempo Olímpia não estava tão avançada como está hoje, hoje é uma coisa que a gente não tem nem que se preocupar com Olímpia, Olímpia está fazendo o papel dela, nós é que não estamos fazendo nosso papel, nós é que temos que nos fechar na ‘República Federativa de Barretos’ e aqui a gente tem que criar soluções, é aqui que nós temos que resolver os nossos problemas”.