DA REDAÇÃO — O prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani, anunciou o rompimento do contrato de reforma da antiga Beneficência Portuguesa, durante visita ao local acompanhado do secretário de Relações Institucionais, Cláudio Ferreira (Cocão), e do secretário de Obras, Leandro Gallina.
Em vídeo gravado no prédio histórico, Zuliani relatou o histórico do imóvel, criticou a condução da obra, que, segundo ele, está paralisada há mais de 100 dias, e determinou a convocação do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) para vistoria. Confira:
“Aqui hoje estamos em frente à Beneficência Portuguesa para restabelecer algumas verdades. Esse prédio foi construído na década de 1920 para ser a primeira prefeitura e a primeira Câmara Municipal da cidade. Anos depois, passou a abrigar a Beneficência Portuguesa, que manteve um hospital aqui até ser incorporada à Santa Casa”, afirmou Geninho.
O prefeito relembrou que, em 2010, ainda em seu primeiro mandato, encaminhou à Câmara Municipal o projeto para que o imóvel fosse reconhecido como patrimônio cultural de Olímpia. Já em 2016, próximo ao fim de sua gestão, atendeu a um pedido do então provedor da Santa Casa, Mário Montini, e devolveu o prédio à Beneficência Portuguesa, cujo comodato já havia vencido. “
A intenção era que a Santa Casa preservasse o patrimônio e garantisse o uso adequado do imóvel. No entanto, o que se viu depois foi uma ação midiática para me atacar. Encontraram medicamentos vencidos no porão, levaram ao Ministério Público e isso me custou uma ação de improbidade administrativa. Agora, quase dez anos depois, o que encontramos é um prédio com uma obra paralisada, sem qualquer planejamento adequado”, declarou.
Zuliani destacou que o projeto atual não contempla a troca do telhado nem o reforço estrutural necessário para preservar as paredes, que têm mais de 90 anos. Além disso, afirmou que não há qualquer aprovação do Corpo de Bombeiros nem do CONDEPHAAT. “Não há nenhum projeto de restauro. Essa obra não teve a devida atenção dos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio”, criticou.
A reforma do imóvel havia sido anunciada pela gestão anterior, que iniciou as obras por um anexo do prédio, onde funcionava a Unidade de Fisioterapia. O espaço recebeu um investimento de cerca de R$ 500 mil para abrigar a nova sede da Secretaria de Assistência Social, que antes operava em um imóvel alugado. A reforma foi concluída e o prédio foi inaugurado no final do ano passado, contando com estacionamento e acessibilidade.

Já o prédio principal passava por obras internas de restauro e seria destinado à nova sede do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e da Secretaria de Educação, com o objetivo de reduzir despesas com aluguel. O investimento total estimado era de R$ 1,5 milhão.
A posse definitiva do imóvel foi concedida à Prefeitura em 2022. Segundo foi noticiado, o imóvel foi adquirido pelo município por R$ 2,3 milhões, mediante um acordo a diretoria da antiga Sociedade Beneficência Portuguesa, homologado pela justiça, levando em conta todas as despesas decorrentes da necessidade de completo restauro do prédio, para preservação do patrimônio histórico, além dos reparos e manutenção a serem feitos, tendo em vista a deterioração das estruturas internas e externas, que gerarão alta despesa.

Diante do cenário encontrado, Zuliani determinou o rompimento do contrato de reforma e anunciou novas medidas para definir o futuro do espaço. “Nós vamos romper esse contrato e convocar o CONDEPHAAT já nesta segunda-feira (10) para uma vistoria. Essa decisão será tomada junto com a população de Olímpia. Precisamos garantir que esse patrimônio seja restaurado corretamente e tenha uma destinação adequada para atender a cidade”, finalizou. O prefeito não esclareceu como será essa nova consulta popular do futuro do prédio histórico.