Por Ivanaldo Mendonça — De 8 de Dezembro de 2015 a 20 de Novembro de 2016, a Igreja celebra o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. A celebração também chamada Jubileu da Misericórdia remonta às Sagradas Escrituras; conforme registrado no capítulo 25 do livro do Levítico, ha cada 50 anos, o toque da trombeta convocava o povo de Israel para a celebração do jubileu, tempo especial da graça de Deus.

Como experiência de fé, o ano jubilar é caracterizado, sobretudo, pela reconciliação e o perdão, em suas múltiplas dimensões: na relação consigo próprio, na relação com Deus, na relação com o próximo e na relação com a criação.

No Evangelho de Lucas (Lc 4, 18-19), Jesus anuncia  o ano da graça do Senhor e revela-Se o cumprimento da profecia feita por Isaías. Desde o ano 1300 a Igreja celebra jubileus que, com o passar do tempo, passaram a ocorrer a cada 25 anos e quando extraordinariamente convocado pelo Papa, como acontece agora.

O ano santo é marcado por práticas espirituais que concedem benefícios especiais aqueles que o viverem com fé, como o são as indulgências, que podem ser lucradas através da passagem pela porta santa, aberta nas principais Igrejas do mundo e naquelas autorizadas pelo Bispo de cada Diocese, seguidas as devidas orientações e preparação.

“Misericordiosos como o Pai”, (Lc 6,36) é o tema que motiva a celebração do Ano da Misericórdia. Sobre como proceder perante as muitas situações difíceis da vida, sobretudo, no que diz respeito a relacionamentos, Cristo nos ensina: “sede misericordiosos como Vosso pai celeste é misericordioso”. O apelo é que a experiência vivida na relação com Deus, que É amor e misericórdia, perpasse, preencha o nosso ser e atinja, amorosa e misericordiosamente, o coração do outro.

Uma das motivações para a convocação deste ano jubilar é a comemoração dos 50 anos do Concílio Vaticano II, acontecimento revolucionário na caminhada da Igreja. Ao convocar o Concílio o Papa João XXIII propôs um modelo de Igreja que prefere mais usar a medicina da misericórdia que a severidade da condenação. Este ano santo inspira a Igreja a celebrar, agradecer pelo muito conquistado; a rever e pedir perdão, pelo muito que deixou de fazer; a esperar, confiante em Deus para que, cada vez mais, Sua vontade se cumpra em nós e através de nós. Celebremos o Ano da Misericórdia!

Ivanaldo Mendonça, Padre, Pós-graduado em Psicologia, [email protected]