Por Diogo Tavares da Silva * – A vida é um eterno compromisso entre o tempo e a distância. É isso mesmo que eu disse. Esse é o resumo geral da nossa existência e a essência das relações humanas.

A cada milésimo de segundo todas as pessoas com as quais nos relacionamos se afastam um pouquinho de nós. Começa imperceptível, mas o afastamento emocional está acontecendo no exato momento em que você está lendo este texto e assim segue. Cada vez que você respira, alguém que você considera importante na sua vida pode sair do afastamento emocional e partir pro afastamento físico. “Nossa! Que maldade!”.  Calma, meu bom leitor, não seja apressado ou hipócrita pra julgar, até porque você está fazendo o mesmo. 

E como evitamos isso? Como tudo na vida, pagando, é claro. Mas não com dinheiro. Até porque dinheiro é um remédio barato e banal demais pra tratar um mal dessa magnitude. De nós é exigido algo muito mais caro e essencial: Tempo. Pois é, essas moedinhas tão raras que nos são dadas no dia em que nascemos para fazermos uso ao longo da vida. Esse recurso tão subestimado que gastamos a esmo sem se dar conta que não temos o menor direito de estorno. 

Enxergar essa verdade escondida bem debaixo dos nossos pés presunçosos simplifica muito as coisas: Manter as pessoas por perto custa diretamente o tempo que investimos nelas, e vice-versa. Simples assim! Toma lá, dá cá. Pá-pum! 

Espera aí… eu disse que era simples? Menti sem o menor pudor. Se houver algum investimento de maior risco em nossa mísera existência, desconheço! Enxergar essa verdade dói mais que ignorá-la. Sob o risco de dar fim a sua paz, questionamentos vão nascer no meio da noite mais escura: “Estou investindo tempo demais para quem não merece?”, “estou investindo pouco em alguém essencial?”, “estou deixando de investir e assistindo as pessoas indo embora da minha vida?”, “Devo parar de investir nessa pessoa e deixá-la ir?” 

Pensando bem, me sinto culpado. Falei demais, como sempre. Caso nunca tenha chegado nessa conclusão até o presente momento, te peço o mais profundo perdão. E se você me perguntar porque lhe apresentei o problema sem mostrar a solução, vou ser sincero: Não a tenho! Estou na mesmíssima jornada que você, meu atencioso leitor. Estou investindo meu tempo em você que  lê essa mensagem enquanto deixo que outros se afastem de mim.

Mas deixe eu ir que o dia tá corrido. A gente se vê por aí… se der tempo.