Depois de ter atacado a mulher com sete golpes de faca, e estar foragido durante uma semana, Sidnei da Silva Pereira, 51, apresentou-se na primeira hora desta segunda-feira (7) na Delegacia de Defesa da Mulher, acompanhado de seu advogado, Davi de Paula, onde o caso será tratado pelo delegado Rodrigo Alonso Lopes. Marli Antonia Ferreira continua na UTI da Santa Casa de Misericórdia local, intubada, e o seu estado é grave, segundo disse a filha Elisa ao Diário.

Davi de Paula não informou onde Sidnei ficou escondido esse tempo todo, apenas que “estava em local incerto” e evitou de dar outros detalhes alegando “estratégia da defesa”.

Segundo disse o advogado de defesa do acusado, “ainda faltam muitas peças para serem juntadas para compreendermos o que causou toda essa tragédia familiar, lamentável do que aconteceu com a senhora Marly, espero que ela se recupere logo, e é preciso cuidado com o que falamos, porque não estamos envolvendo apenas uma vida, mas duas (marido e mulher)”.

Por enquanto, o autor responderá em liberdade, até que a DDM, ou Ministério Público, ou mesmo até o advogado da família, possa requerer, e ser aceita, a sua prisão preventiva. “Quando falamos em responder em liberdade passa ao leigo um sentimento de impunidade, falta de Justiça, mas não é isso, o processo todo é mais complexo, o que o senhor Sidnei precisa, nesse primeiro momento é de atendimento médico, precisa de internação psiquiátrica, e não de cadeia, o que, nesse momento, seria desastroso para ele”.

O advogado insiste que “tudo será esclarecido durante o curso do processo, com mais informações até ao final do inquérito”, e insiste em pedir “internação nesse momento para o senhor Sidnei, inclusive faz uso de medicamentos até injetáveis para depressão, crise ansiedade e outras síndromes”.

Davi de Paula diz que Sidnei “não é um serial killer, um assassino, não tem ficha criminal, nunca se envolveu em nenhuma atividade ilegal, sempre foi trabalhador e, nos últimos dez anos, foi acometido de uma síndrome mental, faz tratamento psiquiátrico e uma medicação árdua”.

“Ainda faltam muitas peças para terminar de montar esse grande quebra-cabeças, estamos falando de um relacionamento de mais de 20 anos, um relacionamento lindo, ela cuidou dele quando esteve doente, vamos elucidar informações de que, nos últimos anos o relacionamento não estava bem, tudo durante o processo”, disse o advogado de defesa.

O advogado resumiu a tragédia do último dia 1º como “o resultado de um surto psicótico”. Acrescentou que Sidnei “esboça tristeza profunda e sinais visíveis de depressão, até chegou a falar várias vezes em tirar a própria vida”.

No início da tarde, o advogado disse ao Diário que chegou a ir à residência do casal para pedir os documentos de Sidnei, mas lhe disseram que, quando ele fugiu, levou-os consigo.

A filha, que soube da linha de defesa do padrasto que cometeu crueldade com a mãe naquela madrugada, comentou: “Ele sempre ameaçou a gente, por maldade mesmo, para fugir e procurar advogado ele não é louco”.

ATUALIZAÇÃO 17h20: Segundo a filha de dona Marli, Elisa, ela terá que ser transferida para São José do Rio Preto devido à gravidade de seu estado, cujos pulmões continuam sangrando.