DA REDAÇÃO — A Secretaria de Saúde de Olímpia reportou um alarmante aumento nos casos de dengue no município, com 445 notificações registradas até o dia 30 de janeiro de 2024. Deste total, foram confirmados 107 casos, 112 foram descartados, e 226 ainda aguardam resultados de exames.

Comparando com o ano anterior, o município registrou um total de 2.462 notificações durante todo o ano de 2023, com 384 casos confirmados, incluindo um óbito por dengue hemorrágica em um paciente de 64 anos com comorbidades, registrado em 14 de abril de 2023.

Este aumento representa 27,86% do total de casos registrados em todo o ano de 2023, apenas no primeiro mês de 2024, destacando a gravidade do surto atual de dengue que afeta Olímpia, parte da Região Metropolitana de São José do Rio Preto, que também notificou 149 casos confirmados no mesmo período.

DENGUE SE ALASTRA PELO PAÍS

O cenário se agrava com a comparação nacional e regional, onde o Rio de Janeiro apresentou um aumento de doze vezes nos casos de dengue nas primeiras quatro semanas de janeiro de 2024, em relação ao mesmo período do ano passado. São Paulo, por sua vez, dobrou o número de casos confirmados nas três primeiras semanas de 2024, registrando o pior início de ano desde 2016.

O Brasil, como um todo, enfrenta uma escalada da doença com 243.721 casos (prováveis e confirmados) de dengue registrados no primeiro mês de 2024, um aumento de mais de 160% em comparação a janeiro de 2023. Apesar do aumento expressivo no número de casos, houve uma redução no número de mortes de 61 em 2023 para 24 em 2024, embora 163 óbitos ainda estejam sob investigação.

COMO PREVENIR O MOSQUITO

Frente ao avanço da dengue, provocada pela picada do mosquito Aedes aegypti, medidas preventivas são cruciais. A reprodução do mosquito ocorre em locais com água limpa e parada, como caixas d’água, pneus, vasos de plantas, entre outros.

É fundamental a atenção para a eliminação de potenciais criadouros do mosquito, incluindo recipientes de água para animais, partes ocas de árvores e sifões de pias.

OPERAÇÃO DE GUERRA E VACINA

Em resposta à situação, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um centro de operações de emergência para combate à dengue, com suporte do Ministério da Defesa, que propôs o envio de militares aos estados necessitados.

Além disso, está em desenvolvimento uma vacina contra a dengue, fruto da parceria entre o Instituto Butantan e o Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos, com a intenção de antecipar sua aprovação diante do aumento dos casos.

OLÍMPIA FORA DO MAPA DA VACINA

A distribuição da vacina contra a dengue para os 521 municípios selecionados pelo governo federal começa na próxima semana. Olímpia está fora, nem mesmo Rio Preto ou Barretos foram incluídos nesta primeira fase. Cidades contempladas do Interior paulista:

O anúncio foi feito nesta quinta-feira (1) pelo diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Eder Gatti, em reunião tripartite na sede da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), em Brasília.

A pasta aguardava a tradução para o português da bula do imunizante Qdenga, uma exigência da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ao fabricante, o laboratório japonês Takeda.

Crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações por dengue, compõem o público-alvo da imunização. De janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada.

O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.

Pioneirismo

O Brasil é o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público. A Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda, foi incorporada ao SUS em dezembro do ano passado, após análise da Comissão Nacional de Incorporações de Tecnologias no SUS (Conitec).