A Rapid Cloud Premium Network, empresa de Olímpia voltada à hospedagem de sites em nuvem, que atua também em diversos países, está subindo servidores para hospedar os serviços policiais e dos bombeiros do Rio Grande do Sul de forma solidária, tendo em vista o maior incidente climático que aquele Estado ainda sofre, com mais de 140 mortes e 130 desaparecidos.

Gustavo Luppi, CEO Rapid Cloud

Segundo o CEO Gustavo Luppi, um desenvolvedor de sistemas, também cliente da empresa, descreveu uma crítica situação enfrentada pelos sistemas de segurança pública, incluindo polícia e bombeiros, devido a um incidente com o data center em Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

O data center, crucial para a infraestrutura de servidores de internet em nuvem da região, foi severamente afetado por inundações, resultando na perda de dados significativos, pois aparentemente todas as informações estavam centralizadas lá e não havia ‘backups‘ adequados fora dessa localidade.

“Devido a essa perda de dados, os sistemas utilizados para operações essenciais como a emissão de boletins de ocorrência, detenção de suspeitos, e verificação de antecedentes estão indisponíveis. Isso está causando enormes complicações operacionais, pois não é possível processar as informações necessárias para a manutenção da ordem e segurança pública de forma eficaz”, relata Gustavo Luppi ao Diário.

Em resposta a essa situação emergencial, os especialistas em ‘hosting’ da Rapid Cloud, incluindo o desenvolvedor que está em Porto Alegre, vem trabalhando, de forma solidária, para desenvolver um sistema temporário que pudesse suprir parte das necessidades imediatas. “Não há tempo para a contratação de sistemas, porque isso é burocrático, mesmo nesse estado emergencial”, relata o cliente em Porto Alegre.

No entanto, ele enfatiza que a solução de problemas em larga escala, como a restauração completa dos serviços e dados, “é um processo complexo e que não pode ser resolvido rapidamente”. Adicionalmente, menciona-se que mesmo as bases de dados alternativas disponíveis, como uma em Brasília, não fornecem informações atualizadas em tempo real, o que agrava a situação ao atrasar ainda mais a recepção de dados cruciais.

“O buraco é mais embaixo, além dos prejuízos das águas a mais de 80 mil desabrigados em 446 municípios afetados, segundo dados da Defesa Civil deste domingo (12)”, afirma Gustavo ao Diário, e justifica: “As águas estão trazendo enormes prejuízos materiais em todas as áreas daquele Estado, imagine você perder informações do sistema de Segurança Pública de todo um Estado, quem prendeu, ou quem precisa prender, entre outras tantas necessidades de se cumprir a Justiça e, agora, com tudo praticamente zerado”.

Tanto a Rapid Cloud, quanto o CEO, familiares e equipe, já estavam fazendo doações de água, alimentos e outras necessidades ao Rio Grande do Sul e, agora, subindo servidores gratuitamente, para que, de forma emergencial, o desenvolvedor local possa fazer programas que possam auxiliar o trabalho policial e dos bombeiros.

OS NÚMEROS DA CATÁSTROFE

A recente catástrofe natural que atingiu o Brasil deixou um rastro devastador por onde passou, afetando diretamente 446 municípios. Segundo dados oficiais, aproximadamente 2.115.704 pessoas foram afetadas pelo desastre, com 537.380 indivíduos desalojados de suas residências e outros 81.170 abrigados temporariamente em locais seguros. Os números foram divulgados hoje (12) pela Defesa Civil da Prefeitura de Porto Alegre.

O impacto humano da tragédia é alarmante, com 806 pessoas feridas e 125 desaparecidas. As operações de resgate estão em andamento, com 76.399 pessoas já resgatadas, além de 10.555 animais, mostrando a amplitude dos esforços para salvar tanto vidas humanas quanto animais. O número de óbitos confirmados devido ao desastre é de 143, com investigações em curso para determinar se essas mortes estão diretamente relacionadas aos eventos meteorológicos recentes.

Para enfrentar essa calamidade, um grande contingente de 27.589 profissionais está mobilizado, incluindo equipes de resgate, saúde e segurança, apoiados por uma significativa logística que conta com 4.398 viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações. Esses recursos têm sido fundamentais para alcançar áreas isoladas e prestar socorro às vítimas, em uma corrida contra o tempo para mitigar os impactos dessa crise sem precedentes.

A situação ainda é crítica, e as equipes de resgate continuam trabalhando incansavelmente para auxiliar as vítimas deste trágico evento, com a esperança de reduzir o sofrimento e restaurar a normalidade nas áreas afetadas o mais rápido possível.