O bispo diocesano de Barros, Dom Milton Kenan Júnior, distribuiu às paróquias de sua jurisdição, inclusive as de Olímpia, nesta segunda-feira (11), uma Circular em que reforça a mensagem do Ministério da Saúde, e da Organização Mundial de Saúde (OMS), de ficarmos em casa, na medida do possível, durante a pandemia do novo coronavírus, de não relaxarmos as medidas de segurança e, em relação às paróquias, usar mais a tecnologia das ‘lives’ nas redes sociais, evitando celebrações e eventos que incentivem aglomerações.

Dom Milton se preocupa, ao mesmo tempo, com famílias que já passam necessidades, e também reforça um pedido já feito aos cristãos católicos: “Procuremos manter a rede de solidariedade que já existe entre nós”.

A íntegra da Circular do bispo é a seguinte:

Caríssimos irmãos e irmãs,

Desde março, a maioria das atividades em nossas paróquias estão suspensas devido à pandemia do Covid-19 que coloca em risco toda a humanidade. Foram suspensas as celebrações, os encontros da catequese, cursos e reuniões. A partir de então, sobretudo as celebrações eucarísticas estão sendo transmitidas pelas lives nas páginas de Facebook e Youtube de diversas paróquias, e pelas emissoras católicas de televisão e rádio.

Trata-se, para todos nós, de uma realidade jamais vivida até agora e cujos desdobramentos vão se estendendo de diversas formas, entre eles, a decisão de manter o isolamento social e as medidas de prevenção como o uso de máscaras, álcool gel etc.

Vemos da parte dos governos federal, estadual e municipal um grande esforço para conscientizar as pessoas da importância de “ficar em casa”, de nos espaços públicos manter-se distância, de evitar contato com pessoas gripadas, manter em quarentena as portadoras do vírus, aumentar os leitos nas UTIs nos hospitais para garantir tratamento aos casos mais graves. Ações que a Igreja Católica reconhece a importância e agradece, mas ao mesmo tempo, apoia e acata com toda determinação, considerando que sem prevenção não seremos capazes num tempo mais rápido de vencer o inimigo invisível que nos ameaça.

O Decreto Federal de 25 de março de 2020 dispôs medidas a serem tomadas em caso da reabertura das igrejas e espaços religiosos em todo país, como a distância mínima de 2 metros, a utilização de máscara facial de barreira que cubra boca e nariz, a utilização do álcool gel e a presença de responsável para manter organização da fila
quando houver.

Por outro lado, os números ainda indicam o aumento de pacientes do Covid-19 em diversas partes do nosso país e do nosso Estado. O avanço da pandemia pelo interior, e em municípios que “relaxaram” as normas do isolamento social, exigem de todos nós muita cautela.

Desde algum tempo prevíamos que o pico da doença ocorreria nos meses de maio e de junho; portanto, estamos agora num momento que devemos continuar a levar a sério as orientações das autoridades sanitárias, mesmo onde o número de pessoas infectadas pelo Covid-19 se estabilizou.

Assim, embora ciente da importância para todos os fiéis católicos da participação das celebrações eucarísticas e a recepção dos demais sacramentos, e das outras atividades eclesiais, comunico que manteremos o que já foi estabelecido nos decretos de 16 e 18 de março de 2020 até o próximo dia 31 de maio de 2020.

Invoquemos nosso Patrono Diocesano, o Divino Espírito Santo, para que Ele, que é o nosso Companheiro fiel, ilumine nossas mentes e inflame os nossos corações para que saibamos viver na fé este momento e, mesmo distantes, mantenhamo-nos unidos a Jesus Cristo, Sua Mãe e a sua Igreja.

Neste momento, portanto, preocupem-nos sim com o grande número de pessoas dispensadas do seu trabalho, que se veem privadas de tudo em suas casas, em condições precárias e, por isso, mais expostas ao contágio. São pais e mães de família que já veem faltar o necessário em seus lares, sem previsão de um novo trabalho para poderem sustentar suas famílias.

Procuremos manter a rede de solidariedade que já existe entre nós. Sei que não faltam iniciativas como a distribuição de cestas básicas, a ajuda imediata de itens de primeira necessidade e outras iniciativas como estas que visam ajudar os mais desvalidos e necessitados.

Agora, mais do que nunca, é preciso lembrar as palavras do Senhor: “Tudo o que fizestes ao menor dos meus irmãos, foi a Mim que o fizestes” (Mt 25, 40). Nos mais pobres encontramos Cristo e servindo-os nós estamos em comunhão com o Senhor.

Sobre todos invoco a benção do Senhor,

Dom Milton Kenan Júnior
Bispo de Barretos