Em Olímpia, uma equipe multiprofissional da Sabesp, envolvendo especialistas da capital e de diversas regiões do Estado de São Paulo, está construindo uma adutora de 4,5 quilômetros ao longo da Avenida Mário Vieira Marcondes, interligando a Estação de Tratamento de Água 2 ao ‘Poção’ da Petrobrás. É a principal obra desde a concessão dos serviços em dezembro passado e a ‘virada de chave’ para um sistema eficiente, sem prejuízos ou perdas, como vinha ocorrendo.

Não basta receber a água na torneira de casa ou da indústria. É preciso saber como isso ocorre e o complexo processo de unir tubo a tubo, no caso em polipropileno de alta densidade (PEAD), duração vitalícia e um processo de solda a quente que o Diário foi conferir. É uma ‘verdadeira aula’ de tecnologia e da mudança para um sistema hídrico de verdade. Confira:

Com a etapa atual em andamento próximo à APAE, a previsão é que as obras avancem até o parque aquático Hot Beach no final de semana e, subsequentemente, em direção ao antigo Poço da Petrobrás.

Acompanhando a evolução dos trabalhos, o Diário observou a aplicação de técnicas modernas, como a eletrosolda, utilizada para unir tubos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD). Marcos Antônio Marques, encarregado operacional da Sabesp em Monte Alto, explicou que essas tubulações são escolhidas por sua “capacidade de garantir estanqueidade e menor perda de carga, características essenciais para a eficiência do sistema de abastecimento de água”.

Além da funcionalidade, a obra foi planejada para minimizar o impacto na pavimentação existente, com os trabalhos sendo realizados ao lado das calçadas e garantindo a posterior restauração da jardinagem. A conclusão do projeto está estimada para um período de três meses, sob a supervisão de Antonio Grela, conhecido como Dalua, Marco Antônio Mazza, encarregado de Olímpia e de Luciano Montedor, gerente de Monte Alto.

Este projeto é parte de um conjunto de investimentos da Sabesp, que se iniciou com a assinatura do contrato de concessão dos serviços de saneamento com a Prefeitura de Olímpia em 11 de outubro passado, após a companhia vencer um leilão competitivo. O empreendimento inclui a instalação de bombas d’água, reservatório e torre de resfriamento para um poço artesiano na zona rural, conectando-o à Estação de Tratamento de Água (ETA) 2 na área urbana.

A água do poço, que é subterrânea e de excelente qualidade, segundo técnicos da Sabesp, estava inutilizada desde a década de 1970. A exploração inicial da área buscava petróleo, mas com a inexistência do mesmo, o poço permaneceu sem uso até os recentes esforços de aproveitamento para o abastecimento público. Felizmente para Olímpia, que virou Estância Turística de águas quentes.

Eletrosolda, fusão a quente em PEAD

Marcos Antônio Marques, encarregado operacional da Sabesp em Monte Alto, que está no comando das operações, deu ‘aula’ de todo o processo, revelando a complexidade e a credibilidade da equipe que está em Olímpia.

Ele detalhou o processo de eletrosolda termo fusão utilizado para unir os tubos de Polietileno de Alta Densidade (PEAD), enfatizando a importância da precisão em cada etapa: “Os tubos são de PEAD, de polietileno brilhante de alta densidade. A espessura da parede é de cerca de 5 centímetros de cada lado.”

O processo, segundo Marcos, começa com o nivelamento e o desbaste dos tubos para eliminar qualquer entrada de ar. Em seguida, uma chapa quente é aplicada para criar um cordão de solda, com um tempo de fusão cuidadosamente cronometrado: “Depois que os tubos estão nivelados, aplicamos a chapa quente e aguardamos até formar um cordão. Marcamos 4 minutos e 7 segundos no relógio. A pressão é aplicada, e os tubos são unidos com precisão.”

Marcos explicou que o tempo de solda varia conforme a espessura do tubo e que o procedimento deve ser realizado com exatidão, citando a importância de respeitar os 36 minutos de tempo de cura da solda para garantir a integridade da união: “Cada tubo tem um tempo específico de solda de acordo com sua espessura. Depois de soldados, temos que esperar o tempo exato de cura.”

Os trabalhos de construção da nova adutora fortalecem a segurança hídrica do município dentro da filosofia de trabalho da Sabesp. Toda a cidade será ‘chaveada’ para que um defeito não interrompa o abastecimento de todos, mas somente da região afetada, fato que não ocorre hoje.