Leonardo Concon acompanhou com exclusividade a logística (foto Hélio S. Pereira)

A nova e restaurada Estação Ferroviária, agora Estação Cultural de Olímpia, recebeu no último sábado (11), a locomotiva que por muitos anos esteve instalada e em exposição no antigo Museu do Folclore, hoje Museu de Artes Sacras e Diversidade Religiosa. O Diário acompanhou parte da complexa logística em transmissão ‘ao vivo’ nas redes sociais (veja abaixo).

Todo o transporte foi realizado com dois caminhões guinchos e contou com ajuda de macacos hidráulicos, além da adaptação de dois eixos.

O prefeito Fernando Cunha esteve no local e acompanhou a transferência da conhecida “Maria Fumaça”, ao lado dos secretários municipais de Obras Leandro Gallina e Cultura e Turismo Priscila Foresti e, em entrevista exclusiva ao Diário revelou detalhes da Estação Cultural (antes denominada Centro Cultural e Turístico), como a compra de dois vagões, um será de passageiros com mesas para um cafezinho, e outro de cargas com exposição permanente de fotografias e filmes históricos.

E a revelação também em primeira mão ao Diário: a inauguração da primeira parte do Centro em novembro, as três exposições (uma delas para coincidir com o centenário da Semana Moderna de 1922), o pavilhão com lojas de artesanato, cinema e muito mais. Confira em vídeo:

MARIA FUMAÇA E O CAFÉ

A Estação Ferroviária, que funcionou até o ano de 1968, com trens e vagões em operação, foi desativada com o surgimento das rodovias. Dos anos de 1920 até final da década de 1960, a Locomotiva transportou em grande parte o café, que ajudou Olímpia a se desenvolver. Agora, o espaço está sendo revitalizado e será transformado na Estação Cultural de Olímpia.

A primeira etapa deverá ficar pronta no final de novembro para visitação. “A Estação Cultural de Olímpia será um espaço que a população de Olímpia e os turistas poderão passear e prestigiar a cultura, arte, música, artesanato e tudo aquilo que faz parte da história da cidade”, finalizou Fernando Cunha.

Hélio de Sousa agora na partida da locomotiva para o Centro Cultural

Na transmissão ‘ao vivo’ do Diário, muitas histórias, entre elas de Hélio de Sousa Pereira, que esteve quando a Maria Fumaça chegou ao prédio do então Museu de História e Folclore (na foto abaixo, o saudoso folclorista José Sant’anna e o então iniciante repórter da Rádio Difusora AM Speed Donizete Britto). “Quando há quase 50 anos a Maria Fumaça foi colocada ali onde funcionava o Museu do Folclore, eu estava la e acompanhei tudo. Ontem, fui lá presenciar a retirada da mesma Maria Fumaça para outro local. Foi um dia de muita felicidade e quem reconhecer outras pessoas que estão na foto, pode nominar”, escreveu Hélio em suas redes sociais (ele também foi entrevistado na reportagem do Diário)

Chegada da Maria Fumaça no então Museu de História e Folclore (Foto de Hélio de Sousa Pereira)
Hélio de Sousa Pereira presenciou a chegada da Maria Fumaça

A estação de Villa Olimpia foi inaugurada juntamente com o prolongamento da ferrovia, em 1914, e permaneceu como estação terminal da linha até 1931, quando houve o prolongamento até Nova Granada.

Antiga Ferroviária ainda com vagões – Foto Abe

O prédio estação original da estação ainda existia em 2019, utilizado como moradia e bem próximo ao prédio da estação mais recente. A data da mudança de um para outro não se sabe ao certo, mas deve ter sido no final dos anos 1920 ou início dos anos 1930.

Após sua desativação serviu anteriormente como armazém de bagagens e grãos de café.

No final dos anos 1930, a denominação mudou para a atual: Olímpia. A partir de 1950, com a aquisição da ferrovia pela Companhia Paulista, passou a fazer parte do ramal de Nova Granada.

Em 1966, com a desativação do trecho aberto em 1934, voltou a ser estação terminal, até o início de 1969, quando o resto do ramal foi suprimido.

Foi uma das poucas estações do ramal que sobreviveu em pé, e até já foi utilizada como cozinha da Prefeitura. Defronte à Estação, a casa que foi do quinto e último Rei do Café do Brasil, Geremia Lunardelli (foto), que ajudou na construção da Santa Casa local, da ex-Beneficência Portuguesa, por exemplo. Só ele teve 18 milhões de pés de café. Ninguém mais repetiu o feito.

Casa onde morou Geremia Lunardelli, quinto e último Rei do Café do Brasil