Morreu no início da tarde desta sexta-feira (11), Marli Antonia Ferreira, 63, que havia ficado paraplégica em decorrência das sete facadas desferidas pelo seu então marido, Sidnei da Silva Pereira, 51, que estava ao seu lado, e dos dois enteados –  Eliza Fernandes e Alexandre Doniseti Ferreira Pinto – por cerca de 20 anos. A morte, provavelmente, é resultado de complicações, após 35 dias internada em UTI e operada às pressas em São José do Rio Preto.

A confirmação da morte foi dada pela própria filha, Eliza, ao Diário. Nós, da imprensa, e os olimpienses, acompanharam o drama de Marli e dos filhos desde o dia 1º de fevereiro último quando, covardemente, na madrugada, Sidnei, sem motivo, atacou Marli enquanto ela fazia as marmitas dele e do filho que iam ao trabalho.

DELEGADO: ELE PODE IR A JÚRI

Agora, acusado de homicídio, Sidnei continua preso em Severínia, através de Prisão Temporária, convertida em Preventiva (tempo indeterminado) solicitada pelo titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Olímpia, Rodrigo Alonso Lopes. Segundo disse o delegado agora à noite, ao Diário, “nesse caso torna-se homicídio qualificado pelo feminicídio consumado. O inquérito foi relatado com pedido da conversão da prisão temporária em prisão preventiva. O caso agora segue para o Ministério Público devendo o acusado, caso o promotor entenda assim, ir para o tribunal do júri”.

ADVOGADO DO ACUSADO EXTERNA PÊSAMES

O advogado Davi de Paula, do marido de Marli, ao saber da morte pelo Diário, enviou os sentimentos aos familiares e pediu uma ‘pena justa’: “Sem palavras aqui Concon. Eu realmente orei muito por ela nesses dias, foi sincero, isso não tem a ver com meu cliente, tem a ver com uma família inteira, não podemos minimizar a dor de ninguém posto que isso é de fato impossível, mas esperamos que a justiça seja feita, e que se ele for condenado, que a pena seja justa, na medida da sua culpabilidade. À família deixo meus sentimentos profundamente respeitosos, peço a Deus que os conforte algum dia, e que nos traga respostas verdadeiras”.

O MARTÍRIO DE MARLI

Marli Antonia Ferreira, que conviveu com Sidnei da Silva Pereira, por cerca de 20 anos, como sequela de duas facadas em sua medula óssea, recebeu alta no último dia 8 de Março, coincidentemente celebrando a vida no Dia Internacional da Mulher, porém, como sequela das perfurações em sua medula, ficou paraplégica. Ela havia corrido risco de morte nas semanas iniciais da internação, inclusive com perfurações em seus pulmões também.

Como noticiado pelo Diário, Marli levou sete facadas do vigilante, ficou uma semana na UTI da Santa Casa de Misericórdia, mas como seus pulmões voltaram a sangrar ela teve que ser transferida para uma UTI em São José do Rio Preto para operar os pulmões.

Ela levou três facadas no pulmão, duas na coluna cervical, entre outras pelo corpo.

Sidnei ficou foragido uma semana, até que apareceu, uma semana depois, acompanhado de seu advogado Davi de Paula, onde permaneceu em silêncio o tempo todo. Só o advogado o defendeu e disse que o seu ato em relação à mulher foi ‘um surto psicótico’.