Será mais um júri popular que o Fórum da Comarca de Olímpia realizará, o segundo após dois anos, o primeiro ocorreu semanas atrás, em tempos pandêmicos, em audiência, apenas com autoridades judiciais, promotores, advogados e, claro, réu. Foi marcado para o próximo dia 1º, trazendo ao banco dos réus Carlos Augusto Morelli que, juntamente com a sua mulher, Pâmela Alves de Andrade, na época com 29 e hoje com 34 anos de idade, provocaram a morte da pequena Júlia Alves Romero, na época, em 2016, com apenas um ano e 10 meses de idade. Mas, nesse júri somente o padrasto é acusado de homicídio. Com informações do Diário / Fotos Ifolha, ComarcaWeb e Olímpia 24H

Fórum da Comarca de Olímpia: 2º Júri Popular em tempos pandêmicos

Eles são defendidos por dois advogados de Bauru. O caso comoveu Cajobi e, claro, toda a região devido ao estado em que a pequena Júlia deu entrada no hospital. No boletim de ocorrência policial consta que Júlia, primeiramente, foi atendida na Santa Casa de Cajobi, sua cidade, com traumatismo craniano, costelas quebradas, trauma na coluna e sinais de maus tratos.

Daí, um caso gravíssimo, complexo, a criança foi, às pressas, transferida UPA de Olímpia. De novo, os médicos viram que o caso era de transferência para um hospital de referência, e lá foi, de novo, Júlia com gravíssimo traumatismo craniano e outros ferimentos direto para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Maternidade de São José do Rio Preto, mas já era tarde, não resistiu e morreu.

Mãe, padrasto e a bebê, que já demonstrava tristeza no olhar

Não era daquele momento que a Polícia Civil de Cajobi estava de olho no casal, já vinha sendo denunciado pelo Conselho Tutelar por essas agressão há tempos. As investigações procuravam saber se as agressões começaram da mãe ou do padrasto, e ambos foram presos através de Mandado de Prisão Temporária expedida pela Vara Criminal do Fórum de Olímpia: Carlos Augusto Morelli, trabalhador rural, padrasto, e a mãe da criança de 1 ano e 10 meses, Pâmela Alves de Andrade, 29 anos em 2016, hoje com 34 anos de idade. Ele foi para a Cadeia de Severínia, hoje desativada, e ela para a Cadeia Feminina de Colina, que foi presa horas depois de seu companheiro.

A mãe Pâmela, hoje com 34 anos de idade, acusada somente de maus tratos e lesões corporais à sua bebê

Segundo o boletim de ocorrência da PM de Cajobi, Pamela Alves de Andrade, moradora da Rua Ariovaldo Moreira, 1245, CDHU, em Cajobi, mãe da menina, foi presa pelos policiais Cb Marcio e Sd Jorge Novaes, sob o comando do Sgt Granados. Os policiais patrulhavam a área onde a mulher morava já tendo em mãos o Mandado de Prisão contra a mãe da menina e com vistas à prendê-la. Após ser localizada, Pamela foi conduzida até a Delegacia de Polícia onde a delegada olimpiense, à época, Maria Teresa Ferreira Vendramel, tomou as providências de praxe e mandou recolher Pamela na Cadeia Feminina de Colina. Como a prisão foi temporária ela deverá ficar lá à disposição da justiça enquanto se investiga o caso.

“A prisão dos dois eu me baseei nos laudos apresentados e testemunhas que foram ouvidas para colher o máximo de informações e que havia uma denúncia no conselho tutelar em relação a maus-tratos envolvendo os dois”, afirmou naquele momento a delegada Maria Tereza Vendramel.

A menina deu entrada no Hospital da Criança no começo do mês com lesões pelo corpo, morte cerebral, trauma na coluna, uma costela quebrada e sinais de maus-tratos.

A mãe e o padrasto tinham a guarda da criança há dois meses. A Justiça determinou a prisão preventiva do casal e os dois ficam na cadeia por tempo indeterminado. O padrasto da criança foi para a cadeia pública de Severínia, hoje desativada, e a mãe para a cadeia feminina de Colina. Foram presos, inicialmente, em 11 de abril de 2016.

Após confirmação da morte da criança no dia 7 de abril, os rins foram doados para um hospital do Rio Grande do Sul, segundo o hospital de Rio Preto. A família da criança autorizou a doação dos órgãos da menina logo após a confirmação da morte cerebral.

O padrasto quando foi preso por determinação da delegada Maria Tereza Vendramel

Carlos Augusto foi denunciado por homicídio, a mãe foi acusada de maus tratos e lesão corporal, por isso que só agora o padrasto é que vai sentar no banco dos réus, Carlos Augusto Morelli.

A delegada Maria Tereza Vendramel solicitou laudo do Instituto Médico Legal (IML), já que o padrasto alegava que a criança tinha caído do sofá, mas o corpo da criança, apontou o laudo, tinha sinais de maus tratos de antes desses fatos que culminaram com a morte violenta da pequena Júlia de 1 ano e 10 meses de idade, e não tinha como sustentar um álibi tão fraco, e recorrente, de queda do sofá.

Aliás, o pai biológico de Júlia, o pedreiro Márcio Aparecido, residente em Guapiaçú, disse que a menina estava triste e reclamava de maus tratos. “Toda vez que falei com a Pamela, ela dizia que minha filha tinha se machucado numa queda. Eu nunca acreditei. Espero que os dois sejam julgados”. Agora, é claro, o pai verdadeiro, a vítima verdadeira, espera Justiça desse Júri Popular do próximo dia 1º no Fórum de Olímpia, um corpo jurado constituído por sete membros, conduzido pelo Juiz da Vara Criminal Eduardo Luiz de Abreu Costa, além dos dois advogados de defesa, de Bauru, promotor de acusação, mas sem público, infelizmente, devido à pandemia.

Um fato de repercussão, inclusive nacional, ocorrido em 2016, e que cinco anos depois será feita Justiça, com certeza, aguardando agora o destino da mãe Pâmela, acusada somente de mau tratos e lesões corporais.

Resumindo o caso:  A menina, de apenas um ano e 9 meses, então, foi levada em estado gravíssimo para o Hospital da Criança e Maternidade (HCM) de São José do Rio Preto (SP). Os pais da criança se separaram em agosto de 2015 e a menina vivia com a mãe, que disse ao pai, conforme consta no boletim de ocorrência, que os ferimentos da filha ocorreram devido à quedas frequentes da menina. Ainda conforme o boletim de ocorrência, a mãe da criança trabalha em Guapiaçu (SP) das 13h até 1h. As crianças, o bebê e outro filho, de 5 anos, também filho do casal, ficam na escola das 13h às 17h e depois ficavam sob os cuidados do padrasto até a mãe voltar.

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