O prefeito Renato Azeda, de Guaraci, recebeu em seu gabinete o historiador Roberval Lima e o produtor cultural Marcos Gonçalves, da empresa Asteca Soluções Corporativas, de São Carlos (SP), que estão desenvolvendo um trabalho de pesquisa nas cidades que tiveram áreas atingidas pelo lago da Usina de Marimbondo.

Guaraci é o segundo município do Estado com maior extensão de terras alagadas e o prefeito recebeu os pesquisadores para falar sobre os aspectos positivos e negativos do recebimento dos royalties, pagos por Furnas para os municípios atingidos pela formação do lago.

“Nos últimos anos, houve uma queda acentuada nos recursos provindos dos royalties. Na verdade, essa fonte de renda para o município caiu mais da metade em valores absolutos (-59,5%) e isso afeta a administração diretamente e  esse, sem dúvida, é o aspecto negativo. Os royalties já foram a terceira maior receita do município, mas hoje já perderam esse posto”, disse o prefeito.

Renato Azeda explicou ainda que o dinheiro recebido dos royalties pode ser usado para o pagamento de diversas dívidas, menos salários de servidores. Sendo assim, o dinheiro dos royalties foi usado frequentemente para o pagamento das contra partidas devidas pelo município nas várias obras que foram feitas na cidade e nas que ainda estão em construção.

“Temos ainda a reforma do hospital, a creche escola, a UBS e o poliesportivo do Jardim Acapulco para serem entregues a população e os royalties financiaram as contrapartidas do município nessas  obras. Mas o maior benefício trazido pelos royalties para a nossa cidade foi quando compramos a chácara do Zezão, onde hoje existem 110 casas populares e onde poderão ser erguidas outras 200 casas, o conjunto residencial Nova Era. Os royalties garantiram o empréstimo feito à época com o banco do Brasil, o que possibilitou a compra do terreno e a construção das casas. O empréstimo foi pago com a venda dos terrenos irregulares, mas foram os royalties que possibilitaram essa operação”, ressaltou o prefeito Renato Azeda.

As informações levantadas pelos pesquisadores servirão como base de dados para trabalhos acadêmicos e produção de um livro, que vai contar a história desses municípios depois do alagamento, falando dos prejuízos e dos benefícios que sofreram essas cidades.

Na Argentina, que em breve terá uma grande área alagada, há uma grande expectativa com os resultados da pesquisa, pois o  modelo brasileiro poderá ser utilizado para compensar municípios com áreas  atingidas por lagos de hidrelétricas naquele país.