Por Ivanaldo Mendonça — De maneira objetiva, define-se sistema como um conjunto de elementos interdependentes de modo a formar um todo organizado. Este conceito, utilizado por várias disciplinas (biologia, medicina, informática, administração, sociologia, direito, etc.), parece-nos próximo, sobretudo, quando referente aos sistemas do corpo humano (cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático, tegumentar), como aprendido na escola.

Esquema é a figura que dá uma representação simplificada e funcional de um objeto, um movimento, um processo, etc. De forma simples e objetiva, pode-se dizer: um sistema é dinamizado por esquemas; assim como um corpo é composto por vários organismos interdependentes, os organismos são vitalizados por esquemas ou processos internos.

As organizações humanas, das mais simples às mais complexas, funcionam como sistemas que abrigam esquemas. A análise destas estruturas, sejam elas concretas ou imateriais, merece especial atenção quando nos dispomos a compreender fenômenos humanos, suas origens e funcionamentos, tanto específicos quanto gerais. Do ponto de vista da gestão de pessoas, cabe considerar elementos como: cultura e subculturas, clima organizacional, liderança, gestão de conhecimento, dentre outros.

Partindo de referenciais essenciais, que dizem respeito à natureza de uma organização, deveríamos, facilmente, perceber e registrar a maneira como, enquanto sistema composto por esquemas, ela deveria operar. Não se emite juízo sobre sistemas e esquemas, pois eles estão a serviço de razões maiores, a essência da organização a qual eles servem e, mais ainda, à forma como os que estão à frente das organizações objetivam, ou não, favorecer a consecução de suas finalidades primárias.

A intervenção humana inadequada corrompe a essência das organizações e a finalidade originária de seus sistemas, a ponto de dar vida a esquemas internos mortíferos. Um chefe do crime organizado que visa obter dividendos a qualquer custo, não alimentará, saudavelmente, uma instituição beneficente. Um crápula, mesmo que vestido como santo, através de esquemas insanos, promove morte numa organização cuja finalidade primeira seja salvar vidas.

Diante de cenários complexos e desafiadores, antes de tudo, faz-se necessário considerar a finalidade primeira de uma organização; em seguida, analisar a sistemática impressa por aqueles que a lideram, isso evidenciará os esquemas, como promotores de vida ou difusores de morte.

Ivanaldo Mendonça Padre, Pós-graduado em Psicologia [email protected]