DA REDAÇÃO — Uma chuva torrencial de 130 mm em apenas duas horas, registrada no sábado passado (21), provocou inundações significativas na Estância Turística de Olímpia. O geólogo Euzébio José Gil, natural da cidade e residente no Rio de Janeiro, analisou imagens Google visando identificar os pontos críticos de escoamento de água que poderiam causar danos e sugeriu intervenções para prevenir futuras tragédias.

A chuva intensa causou a extravasão do Ribeirão Olhos d’Água, resultando em inundações em pontos críticos da cidade. O Hotel Mercury, o Hotel Tiffany e o parque Thermas dos Laranjais foram atingidos. Neste segmento o ribeirão indica acúmulo de sedimentos da ordem de 1,5km. O assoreamento dificulta o fluxo da enchente. Adicionalmente, esta condição é agravada com o aporte de águas da bacia do córrego do antigo matadouro neste trecho. O estudo feito por ele, enviado ao Diário, é o seguinte:

Além do assoreamento, Euzébio citou, nesta região, o aterro da obra de canalização para desvio temporário do córrego do antigo matadouro no deságue no ribeirão Olhos d´Água. O desvio temporário do leito do córrego (do antigo matadouro) exigiu derivação próxima a 90º para jusante criando condições para a construção da transposição subterrânea na sua chegada ao ribeirão Olhos d´Água.

“Na enchente em apreço, o deságue, além de contribuir com sedimentos aumenta o caudal ampliando o volume de água contribuindo para o extravasamento da calha do Ribeirão Olhos d´Água. Esta condição dificulta o escoamento de montante, retardando o fluxo pela Avenida Aurora Neves. Este é o diagnóstico preliminar baseado na imagem Google consultada”, analisou o geólogo.

Sistema de proteção e proposta de melhoria

A cidade conta com uma barragem pulmão para contenção das águas durante chuvas intensas, que opera enchendo no pico das precipitações e esvaziando lentamente. No entanto, segundo o geólogo, as mudanças climáticas e a frequência de eventos extremos exigem a implantação de uma segunda barragem semelhante, em um ponto estratégico para reforçar a proteção.

“Uma nova barragem, aparentemente, poderia ser construída no local sugerido para conter o volume excedente e reduzir os danos por enchentes. Esta barragem teria a função de reter águas no pico da enchente e evitar maiores prejuízos nas áreas marginais ao curso d´água. A barragem já construída já minimiza os efeitos das enchentes desde a década de 1960”, analisou Euzébio.

Soluções geológicas e futuras ações

Euzébio sugere avaliar a necessidade de estudos geológicos aprofundados para orientar as obras de proteção. Ele sugere “a construção de mais uma barragem pulmão; manter o leito do Ribeirão Olhos d´Água livre de assoreamento na Avenida Aurora Neves; remover o assoreamento no trecho de 1,5km entre os Hotéis Tiffany e Mercury até o final do Thermas dos Laranjais; e acelerar as obras de canalização do córrego do antigo matadouro restituindo o córrego ao seu curso original”.

Além disso, ele propõe um diagnóstico detalhado das condições atuais do Ribeirão Olhos d’Água e das áreas de maior vulnerabilidade, com o objetivo de implementar medidas sustentáveis que evitem o agravamento das enchentes.