A ocorrência de disfunção olfatória na Covid-19 com alta prevalência gera riscos; felizmente, análises preliminares da evolução dos casos indicam boa recuperação, segundo estudos do grupo de Rinologia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto (SP). E, de lá, a otorrinolaringologista Aline Jorge Gallego, da FG Clínica Integrada de Saúde, traz para Olímpia: um teste clínico, que tem uma extensão para ser ‘praticada’ em casa pelo paciente, totalmente desenvolvido no Brasil. Assista à entrevista na íntegra abaixo:

“É uma alegria muito grande: primeiro por ser o primeiro teste genuinamente nacional, com características locais, de melhor manejo para o profissional e paciente, e depois pelo trabalho ser desenvolvido pela Medicina USP de Ribeirão, onde me formei, e pela equipe da minha professora, Drª Wilma Anselmo Lima”, disse Drª Aline em entrevista exclusiva do Diário, já com os novos kits em mãos.

Segundo ela, esse teste “vai fazer a diferença para muitas pessoas que perderam o olfato, em diferentes graus, seja por sequela da Covid ou não, e é com muito orgulho que apresento essa grande novidade em Olímpia”.

E, no que consiste esse teste? A otorrino explica que é preciso voltar a treinar o cérebro para sentir odores, mas específicos e não qualquer um, inclusive é condenável que a pessoa que perdeu o olfato ‘cheire qualquer coisa’, porque pode piorar do que melhorar. Daí, o teste consiste em aplicar odores específicos, dentro de uma metodologia científica, agora comprovada, “é como uma fisioterapia do olfato”, explica Aline Gallego.

A importância do olfato, um dos sentidos primordiais do ser humano, é inegável: “Teve mãe que não sentia o cheiro do cocô de seu bebê; recebi pacientes com parosmia, eles sentem um cheiro, mas na verdade é outra coisa; e não só para quem tem Covid, para quem tem renite alérgica, aos profissionais que trabalham com alimentos, também é fonte de prazer, sentir o cheiro de seu filho, da pessoa que você ama”, afirma a profissional.

Segundo a Faculdade de Medicina da USP Ribeirão Preto, “o olfato pode proporcionar diversas emoções, boas e ruins, somente por sentir o cheiro de algo. Ao sentir algum cheiro, é possível sentir fome, atração, repulsa e até mesmo viajar no tempo e relembrar do passado. Portanto, a sua perda ou diminuição pode afetar a vida de alguns pacientes, que têm a qualidade alimentar comprometida e que podem correr até mesmo alguns riscos no dia a dia”.

O TESTE INÉDITO EM OLÍMPIA

Ao apresentar esse teste inédito, totalmente nacional, Aline Gallego ressalta que não pode revelar detalhes, os odores que serão ‘treinados’ na perda olfatória, mas conta como ele funciona e, depois, o kit que o paciente levará para prosseguir ‘no treino’ em casa. São dois tipos: um simplificado e outro completo.

As diferentes fases do teste nacional
Drª Aline Jorge Gallego

No completo, há duas etapas: primeiramente, a profissional medirá a ‘potência’ do olfato, se ele sente odor fraco, médio ou forte e, a partir daí, com concentrações cada vez menores para ver até onde o paciente alcança esse odor específico. E a segunda etapa é o qualitativo, ou seja, quais os grupos de odores específicos que o paciente sente. Daí, percebe-se qual odor ele tem maior falha de retenção ou outro que não tem comprometimento – o teste, portanto, diagnostica e, ao mesmo tempo, prepara o paciente para o tratamento.

Para o tratamento doméstico até o retorno ao profissional, o paciente leva para casa alguns bastões, inaladores nasais, contendo os odores em que obteve baixo escore. E, também, segundo demonstra a especialista, o paciente vai preenchendo, dia a dia, os resultados em tabelas que acompanham o material.

Paciente leva para casa os inaladores com os relatórios

“Estou muito feliz e orgulhosa pela conquista que hoje apresento em Olímpia”, conclui Drª Aline Jorge Gallego.

SERVIÇO

O teste já está sendo aplicado em consultório aos pacientes da Drª Aline, na FG Clínica Integrada de Saúde (Rua Conselheiro Antônio Prado, 37) – Tel.: (17) 3279-4305 / 9 9650-7383).