A Prefeitura de Olímpia, através da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, resgatou o painel da EMEB Santo Seno e, na noite de hoje (24), as famílias Seno e Oliveira, assim como o prefeito Fernando Cunha, secretários Priscila Foresti, e de Obra e Infraestrutura, Leandro Gallina, puderam prestigiar a entrega oficial do novo painel, sem inauguração por causa da pandemia.

Ele já está aberto para visitação, em uma praça que foi construída defronte a Escola. Faz parte das atividades do padroeiro de São João, embora o município, por medidas restritivas de combate ao novo coronavírus, suspendeu o feriado, mas não as ações.

O local ainda vai ganhar um chafariz.

O mural, composto por azulejos e que estava oculto, é uma obra do reconhecido artista Max Urban e retrata a catequização dos índios pelo Padre Jesuíta José de Anchieta, que faz parte da história de colonização do Brasil.

O painel foi doado pelo casal Luiza Seno de Oliveira (filha de Santo Seno) e David de Oliveira, na década de 60, quando a escola foi inaugurada e representa um importante marco histórico e arquitetônico para Olímpia.

Na ocasião, o prefeito Fernando Cunha fez o convite: “Convido todos vocês a conhecer o local e contemplar mais esta bonita obra em nossa cidade”.

A HISTÓRIA

A Escola Santo Seno foi inaugurada em 1961 e o título da Instituição é uma homenagem a Santo Seno, que nasceu em Rovigo, província Itália e veio para o Brasil com apenas 12 anos de idade em um navio de imigrantes. Radicou-se nas proximidades de Campinas, de onde se transferiu para Jaboticabal e posteriormente para Olímpia.

Casado com Antônia Brianez Seno, faleceu em 6 de maio de 1942, deixando 10 filhos, todos radicados em Olímpia, hoje já falecidos: Amábile Seno Pancieri, Maria Seno Galetti, Armando Seno, Philadelpho Seno (Deto), Luíza Seno de Oliveira, Lídia Seno Tonanni, Júlia Seno Tozzo (Dena), Amélia Seno Mazitelli, Adalgiza Seno Nunes (Dina) e José Carlos Seno.
Santo Seno foi proprietário da Fazenda Fortaleza, cafeicultor e um dos pioneiros da fundação de Olímpia, inclusive colaborando com relevantes feitos para o seu progresso.

De acordo com depoimentos de integrantes da família de Santo Seno, que dá nome à essa Instituição de ensino, o painel foi doado pelo casal Luíza Seno de Oliveira (filha de Santo Seno) e David de Oliveira.

Consta também dos depoimentos que um dos grandes incentivadores da doação foi Altino Robazzi, que foi diretor da Escola Capitão Narciso Bertolino.

Sua esposa, Maria Robazzi de Oliveira, neta de Santo Seno, era professora do estabelecimento de ensino.

Ainda de acordo com os depoimentos obtidos, o painel foi despachado em São Paulo, pelo filho de Luíza Seno de Oliveira e David de Oliveira, Joaquim de Oliveira (Kim) e chegou pela Estação Ferroviária. O artista, autor da Obra, Max Urban, acompanhou pessoalmente a montagem do painel.

O painel de azulejos, que está sendo recuperado na Escola Santo Seno, que foi idealizado pelo artista em azulejaria Max Urban, foi o mesmo artista que idealizou o painel de azulejos na área externa do Elevador Lacerda, em Salvador, de acordo com a Fonte citada, que consta dessa pesquisa.

A execução demonstra o grande prestígio do artista, nos anos 1960. Existem outros painéis de sua autoria em Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Antes de se instalar em Salvador, o mestrev em azulejaria trabalhou em São Paulo.

O autor assinava “Azulejos Artísticos Urban.”, assinatura esta, que consta do painel recuperado da Escola Santo Seno.

A cena da Escola Santo Seno, retrata a catequização dos índios pelo padre jesuíta José de Anchieta.