Ivanaldo Mendonça — Somos, constantemente, invadidos pelo desejo de renovação. Para tornar realidade anseios e necessidades, definimos metas, elaboramos projetos e traçamos estratégias.

Em se tratando de metas, consideremos, primeiramente, a grande meta da existência humana, o sentido da vida, aquilo que, de fato, mover-nos a fazer e buscar todas as outras coisas.

Sem clareza sobre a meta final de nossa existência tudo o mais perde o sentido.

Depois, consideremos o tempo necessário (curto prazo, médio prazo e longo prazo) para que as metas sejam alcançadas. As ciências humanas, sobretudo as que lidam com administração de pessoas, processos e recursos, apresentam, com clareza, elementos que nos ajudam nesse sentido.

No entanto, é comum encontrar quem, mesmo observando as orientações técnicas, não prosperará.

Tomemos emprestado o episódio bíblico que narra o percurso seguido pelos chamados ‘sábios do oriente’ para encontrar o recém-nascido, filho enviado de Deus para salvar a humanidade, Jesus Cristo (Mateus 2,1-12).  Mais que o percurso externo, consideremos o caminho interior que eles percorreram:

  1. Saber onde se quer chegar: Sem esta clareza, certamente, perdemo-nos pelo caminho, desviando-nos das metas. Quem não sabe onde quer chegar não sai do lugar;
  2. Sensibilidade para interpretar sinais: mais que inteligência, a sensibilidade humana permite-nos, para além dos olhos, lançar, sobre todas as coisas, o olhar da fé, que não se limita ás aparências, busca a essência de cada realidade;
  3. Superar ilusões: As ilusões, pequenas ou grandes, desviam-nos das metas. Geralmente disfarçadas de desejos e vontades profundas, provocam cegueira, seduzem-nos com poder;
  4. Caminhar: Desenvolver uma boa dose de flexibilidade para saber reagir, sobretudo, ás surpresas do caminho: mudar rotas, atualizar estratégias, rever modelos mentais, reeducar comportamentos;
  5. Transformar-se: Permitir-se ser transformado, para melhor, é uma grande virtude. Á medida em que se é transformado desenvolve-se, igualmente, o dom e poder para ser instrumento de transformação;
  6. Abrir o coração: Abrir o coração diante daquilo que buscamos e encontramos é o presente mais importante e valioso. Doar-se, inteiramente! Nada pode comprar este dom que brota do mais profundo do coração humano;
  7. Acolher os presentes da vida: Alegria e paz são os frutos mais preciosos da caminhada. Eles confirmam que a meta foi alcançada e que valeu a pena.
  8. Mudar de rumo: Fazer diferente. Tendo aprendido com o caminho percorrido já não é mais possível ser o mesmo, pensar as mesmas coisas, repetir as mesmas conversar, multiplicar os mesmos comportamentos. É preciso ser novo, verdadeiramente.
  9. Celebrar: Compartilhar as pequenas e grandes conquistas da vida, sobretudo, com aqueles que se fazem companheiros de caminhada;
  10. Agradecer: A gratidão é o dom dos sábios. Sozinhos, por conta própria, não saímos do lugar. Agradecer a Deus! Agradecer a todos! Agradecer por tudo! 

Ivanaldo Mendonça

Padre, Pós-graduado em Psicologia

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