DA REDAÇÃO — A Operação Lobo Mau, deflagrada na quinta-feira (31), teve início após denúncias sobre a captação de imagens de crianças e adolescentes nos parques aquáticos e resorts de Olímpia para manipulação e uso em pornografia infantil. Segundo o promotor Fábio Sakamoto, do Gaeco, as investigações começaram em março deste ano, com a suspeita de um “embrião de turismo sexual” na cidade.

“Recebemos a denúncia de que crianças eram fotografadas em trajes de banho, e essas imagens, muitas vezes manipuladas, eram compartilhadas em grupos fechados na internet”, explicou Sakamoto. Com informações da TV Tem e entrevista gravada pelo jornal DHoje, de Rio Preto. Confira a íntegra, editada pelo Diário:

O Ministério Público prendeu 36 pessoas, incluindo um dos líderes da rede de exploração infantil, natural de Olímpia, na manhã de ontem, durante a Operação Lobo Mau. Ele foi localizado em Guarapari (ES).

A ENTREVISTA COLETIVA

A operação, que abrangeu 94 mandados de busca e prisão em 20 estados e no Distrito Federal, resultou na prisão de 35 pessoas em flagrante, sendo uma delas o suposto líder da organização, que foi preso em Guarapari (ES).

Sakamoto informou que as investigações revelaram a existência de uma ampla rede de criminosos que mantinham contato entre si por meio de multiplataformas, como Telegram, Instagram e até em jogos populares entre crianças, como Roblox. “Descobrimos grupos que exploravam conteúdo sexual infantil de forma sistemática. Essa investigação demonstrou que a organização possuía ramificações internacionais, com apoio de órgãos como a Embaixada dos Estados Unidos e a Homeland Security Investigations (HSI)”, afirmou o promotor.

Apreensões e investigação nacional

O delegado José Luiz Ramos Cavalcanti, do Deinter-5, em São José do Rio Preto, destacou a complexidade da operação, que envolveu a apreensão de dispositivos eletrônicos em várias localidades do país, incluindo São José do Rio Preto, Barretos, Catanduva e Mirassol. “O material apreendido será periciado, e muitos dos detidos já foram autuados em flagrante por armazenamento de conteúdo de exploração sexual infantil. Esses crimes, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente, são classificados como de natureza hedionda”, afirmou Cavalcanti.

Além dos conteúdos obtidos em redes sociais, aplicativos de mensagem e jogos, a operação identificou o uso de “comportamentos dissimulados” por parte dos criminosos para atrair menores e induzi-los a produzir conteúdos. “É fundamental que os responsáveis fiquem atentos ao uso da internet por crianças e adolescentes, pois muitos criminosos se apresentam como crianças em ambientes virtuais para criar confiança e explorar sexualmente suas vítimas”, orientou Cavalcanti.

A Operação Lobo Mau, coordenada pelo Ministério Público e pela Polícia Civil, também visa reunir provas para identificar outros membros da organização, responsáveis pela produção e venda de conteúdo ilegal.