Em entrevista exclusiva ao Diário, ao vivo pelo Facebook (veja abaixo), na manhã desta sexta-feira (10), o delegado titular de Polícia Civil de Olímpia, Marcelo Pupo de Paula, relata detalhes dos depoimentos dos envolvidos no bárbaro crime que vitimou o casal Antonio Irani e Therezinha Leite na noite do dia 13 passado. Em menos de um mês, graças a um trabalho de inteligência policial, o quebra-cabeças foi montado antes mesmo da prisão de pai e filho em Milagres (BA), onde estavam foragidos.
O menor L., de 13 anos, foi ouvido primeiramente, no final de semana, e o pai, Milton Itavo Neto, 36, no início desta. Foram horas e horas de depoimentos e, segundo o delegado, “Milton relatou, de forma fria, porém se dizendo estar arrependido, todos os detalhes de como matou o casal, que não esboçou ameaça ou reação ao roubo que estavam cometendo de cerca de R$ 15 mil, em espécie, de uma gaveta de cômoda que sabiam que ali estava uma boa quantia em dinheiro”.
Embora o adolescente alegasse que não sabia e nem participou do homicídio, foi ele que indicou ao pai que ali tinha boa quantidade de dinheiro, já que acompanhava os tios em compras regularmente, e estava presente no momento em que o pai desferiu, primeiramente, golpes de faca (que ele levou de sua casa, e a enterrou posteriormente lá) em Antonio Irani e, como a tia Therezinha ouviu e largou o seu crochê e foi ao encontro dos fatos, também recebeu facadas em seu peito.
“Ele disse que não houve motivo, ele ficou cego no momento”, revelou o delegado, contando da covardia e frieza do assassino.
Milton passou um terço de sua vida, 12 anos, preso. Disse que já matou em rebelião em presídio. Ainda tem condenações para cumprir por roubo, pelo menos, em outras três ocasiões, inclusive fora de Olímpia. Ele terá de cumprir a pena restante e ainda o duplo homicídio e ainda roubo, novamente (duplo latrocínio). No momento, está preso na Cadeia de Severínia.
O menor está na Fundação Casa, em Ribeirão Preto (SP) por 45 dias. Dependendo da posição do Ministério Público e do juiz, poderá até se livrar da participação no crime, ou ficar recluso até os 21 anos de idade.
O delegado titular aguarda o recebimento de laudos periciais para, no início da próxima semana, concluir o inquérito e encaminhá-lo ao Poder Judiciário, transformando a prisão temporária em preventiva de Milton Itavo Neto até que ele seja, finalmente, julgado pelos crimes que cometeu.
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